Estudo NEXT – 7 desafios de Saúde e Sustentabilidade

Estudo NEXT – 7 desafios de Saúde e Sustentabilidade

“Os seres humanos estão no centro das preocupações do desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”, afirma o Princípio I da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Os objetivos de sustentabilidade não podem ser atingidos, portanto, quando se verifica uma prevalência de doenças debilitantes; nem o bem-estar da população será alcançado com um comportamento ecologicamente irresponsável. E estes são grandes desafios de sustentabilidade. Se a produtividade das nações depende de cidadãos saudáveis, a sustentabilidade dos sistemas de saúde é uma questão de competitividade e um imperativo econômico e moral.

Criar planos para realizar o bem-estar e a entrega continuada de cuidados de alta qualidade corresponde à essência do desenvolvimento sustentável. Ações imediatas para reduzir as emissões de carbono e estancar o esgotamento dos recursos naturais, por exemplo, podem beneficiar a saúde dos indivíduos e o próprio sistema de saúde. Modelos mais elaborados de atendimento podem empoderar pacientes e oferecer incentivos reais para prevenir as doenças, o que gera redução de custos diretos.

Para esse estudo, a consultoria Ideia Sustentável ouviu 43 organizações internacionais, 27 organizações nacionais, 24 especialistas nacionais e 41 especialistas internacionais. Além disso, foram estudadas cerca de 60 fontes – entre livros, pesquisas e conferências. A edição contou com apoio de Fundação Espaço ECO, Hospital Sírio-Libanês, Unimed, Instituto Saúde e Sustentabilidade, Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) e Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Leia também: O que saúde tem a ver com sustentabilidade?

7 desafios de saúde e sustentabilidade

A relação entre saúde e sustentabilidade tem de relevante o que ainda lhe falta de análises e estudos aprofundados. Saúde é parte indissociável e fundamental do conceito de desenvolvimento sustentável. Ela considera os indivíduos em sua complexidade e incorpora a dimensão ambiental.

Há poucas pesquisas desenvolvidas com olhar abrangente no tema e, em especial, sobre suas potenciais contribuições para a gestão pública e privada. A pública envolve a prevenção de riscos ambientais e sociais, como projetos de saneamento básico, redução de emissões de carbono e preservação dos recursos naturais e da vida; a gestão privada, as possibilidades de inovação em produtos e serviços e de engajar colaboradores em um propósito maior. Sem contar que ambas as esferas saem ganhando em qualidade e reduções de custos de médio e longo prazo. Ampliar esse debate significa, portanto, trilhar um caminho novo e desafiador, repleto de oportunidades de transformações individuais, políticas e empresariais.

Clique na imagem abaixo para acessar o arquivo pdf com o estudo completo.

Dica de leitura: Ações empresariais, responsáveis e cidadãs, no combate ao coronavírus

Desafio 1 – Responsabilidade Individual

Da posição de objeto para a de sujeito : cada vez mais pessoas deverão assumir as rédeas de sua própria saúde — toda mudança no sentido da sustentabilidade começa dentro do indivíduo, a partir de uma mudança de atitude.

Cuidar da saúde é responsabilidade da própria pessoa e requer iniciativa. Os indivíduos terão cada vez mais um papel decisivo na adoção de um estilo de vida que reconheça o valor dos ativos ambientais e sociais, promova a qualidade de vida e previna fatores de risco. Governos, empresas e organizações do terceiro setor podem e devem contribuir para que a população assuma o protagonismo em relação ao seu próprio bem‑estar, por meio da educação nas escolas e de campanhas de esclarecimento e conscientização das gerações atuais e futuras. Leia mais.

Desafio 2 – Visão Integral da Saúde

Substituir uma abordagem fragmentada do paciente por um olhar sistêmico que promova o bem‑estar do indivíduo, conecte‑o à natureza e reduza o uso de serviços convencionais de saúde.

Além dos aspectos físicos, a cura de um paciente precisa incluir os mentais, sociais, emocionais e espirituais. A prevenção em detrimento da remediação diminui a dependência dos sistemas de saúde e de hospitais e aumenta a responsabilidade da sociedade. As estruturas, porém, ainda são muito fragmentadas, e o paciente interage com vários médicos, que, por sua vez, entendem apenas uma parte de sua realidade. Faz‑se necessário pensar em soluções que contemplem um olhar integral para o indivíduo, migrando do atendimento unicamente especializado para o de equipes multidisciplinares e adotando modelos de interação. Leia mais.

Desafio 3 – Meio ambiente como causa e cura de doenças

Cuidar para que os fatores ambientais, que estão na origem de alguns problemas de saúde, contribuam para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O modelo de desenvolvimento atual gera mudanças climáticas que impactam tanto o bem‑estar dos indivíduos quanto as condições ecológicas. Pessoas saudáveis são mais conectadas ao ambiente, que, se bem cuidado, potencializa benefícios físicos e mentais. Além disso, espaços em clínicas e hospitais inspirados na natureza revelam‑se cada vez mais eficazes na melhoria da qualidade do atendimento e de vida de pacientes e familiares. Leia mais.

Desafio 4 – Saúde como estratégia de sustentabilidade das empresas

Promover um estilo de vida saudável dos colaboradores como vantagem competitiva integrada ao planejamento do negócio.

Cresce o interesse das organizações pela saúde e pelos programas de qualidade de vida. O alto custo da assistência médica, as constantes pressões por melhorias na produtividade e no ambiente organizacional, o envelhecimento da força de trabalho e a necessidade de retenção de talentos têm levado as corporações a investir em soluções destinadas ao bem‑estar de seus funcionários. Ampliar a visão sobre a qualidade de vida também inclui considerar questões como meio ambiente, ética, sentido e propósito, espiritualidade, voluntariado e responsabilidade social. Programas devem constituir oportunidades para criar conexões dentro e fora do trabalho, com a perspectiva de atingir a família e a comunidade. Leia mais.

Desafio 5 – Gestão de impactos

Gerir rigorosamente os impactos socioambientais nos ciclos de produção dos serviços de saúde deve ser um imperativo para o setor – isso resulta em benefícios para a saúde das pessoas; gera ganhos ecológicos, em razão do uso correto de recursos e do descarte adequado de resíduos; e ganhos econômicos, devido à maior eficiência em processos, à economia de custos e ao aumento do interesse de investidores.

Se, por um lado, a assistência médico‑terapêutica promove o bem‑estar da população, por outro, pode resultar em implicações negativas sobre o meio ambiente, em vista do descarte irresponsável de produtos e rejeitos, por exemplo. Tem‑se, portanto, um paradoxo: o mesmo sistema que, por definição, cuida de vidas, pode agredir a natureza e, com isso, gerar riscos para a sociedade. Em resposta a esse dilema, inúmeros serviços de saúde vêm adotando mudanças para priorizar equipamentos ecologicamente corretos e gerenciar materiais usados nas instalações e operações, reduzindo ou eliminando os seus impactos. Leia mais.

Desafio 6 – Tornar as tecnologias mais acessíveis

Ampliar o acesso a ferramentas, processos e conhecimentos que fomentem a prevenção de doenças e agilizem diagnósticos e tratamentos pode contribuir com um sistema de saúde economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo.

Novas tecnologias (conhecimentos, processos, equipamentos, medicamentos) revolucionarão a maneira de diagnosticar e tratar as pessoas e já têm ocasionado mudanças fundamentais na prestação de serviços na área de saúde, com mais praticidade, agilidade e precisão; além de permitir melhor monitoramento de doenças e processamento de grande quantidade de informações. Diagnósticos de bolso e à distância, aplicativos de saúde para celulares, telemedicina, entre outros, vêm mudando a relação médico‑paciente. Leia mais.

Desafio 7: Novos produtos e serviços

Aumentar a oferta de inovações voltadas à saúde, com cada vez mais produtos e serviços focados em melhoria da qualidade de vida, vai gerar impactos positivos tanto para o bem-estar de indivíduos quanto para o meio ambiente.

A crescente oferta de produtos e serviços voltados ao bem‑estar e consciência social tem um impacto positivo na saúde e no meio ambiente. Já existe um segmento de mercado – reconhecido nos Estados Unidos, na Europa Ocidental e em países asiáticos, como Japão, Singapura e Taiwan – com foco em fitness, desenvolvimento pessoal, vida sustentável e justiça social chamado LOHAS, sigla para Lifestyles of Health and Sustainability, isto é, Estilo de Vida de Saúde e Sustentabilidade. Além disso, aumenta a demanda por alimentos orgânicos e cultivados localmente, bicicletas para a cidade, edifícios verdes, investimentos socialmente responsáveis, medicina alternativa e preventiva, entre outros. Leia mais.

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