Estudo NEXT – Saúde – Desafio 3: Meio ambiente como causa e cura de doenças

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Desafio 3: Meio ambiente como causa e cura de doenças

O modelo de desenvolvimento atual gera mudanças climáticas que impactam tanto o bem-estar dos indivíduos quanto as condições ecológicas. Pessoas saudáveis são mais conectadas ao ambiente, que, se bem cuidado, potencializa benefícios físicos e mentais. Além disso, espaços em clínicas e hospitais inspirados na natureza revelam-se cada vez mais eficazes na melhoria da qualidade do atendimento e de vida de pacientes e familiares

Saúde física, mental e ambiental


De acordo com o Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), da ONU, de 2013, caso as emissões de gases do efeito estufa – a principal causa do aquecimento global – continuem crescendo ao ritmo atual nos próximos anos, a temperatura do planeta aumentará até 4,8°C neste século, o que pode resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar, da temperatura e acidez dos oceanos e afetar a extensão e espessura do gelo nos pólos.

Já o estudo Mudança Climática Global e Saúde: Perspectivas para o Brasil, de Ulisses Confalonieri e Diana Marinho, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, destaca os impactos das mudanças climáticas relacionados à saúde humana, como o estresse adicional sobre situações-problema já existentes – desnutrição e doenças infecciosas endêmicas, por exemplo – e riscos para a saúde pública, devido à contaminação da água e aumento de distúrbios respiratórios.

Há duas linhas de enfoque sobre a ligação entre meio ambiente e saúde humana: a verde analisa os efeitos da atividade do homem sobre a natureza; a azul, os impactos do ambiente sobre o bem-estar da humanidade. Programas de pesquisa como o canadense Ecohealth, do Centro Internacional de Investigações para o Desenvolvimento (IDRC), e o Ecosalud, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), estudam a relação da saúde com, por exemplo, a agricultura, poluição ambiental, urbanização, doenças transmissíveis e mudanças climáticas.

O clima pode afetar a saúde humana de três formas. A primeira diz respeito aos efeitos diretos dos eventos climáticos extremos no homem, como o calor do verão europeu de 2003, que vitimou 32 mil pessoas. O segundo refere-se à produção agrícola e à água, com impactos à segurança alimentar e ao aumento do risco de doenças de veiculação hídrica. E o terceiro envolve aspectos sociais importantes: secas prolongadas, por exemplo, acabam por desencadear a migração de grupos populacionais do meio rural para o urbano, gerando transtornos de infraestrutura e, consequentemente, de qualidade de vida.

Segundo Maria Neira Gonzáles, diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente na Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 25% das doenças estão associadas a fatores de risco ambientais. Diarreia, malária, infecções respiratórias e alguns tipos de câncer são exemplos de algumas das mais graves doenças que podem ser atribuídas a riscos ambientais ligados a 85 das 102 principais doenças relatadas anualmente no Relatório Mundial de Saúde.

Por outro lado, a conexão e a interação do homem com o meio ambiente natural – isto é, a relação com plantas, animais e outros seres humanos – aumenta a saúde e a produtividade. Segundo Jain Malkin, fundador do Center for Health Design, na Califórnia, “o meio ambiente pode influenciar o processo de cura”, pois a exposição aos elementos da natureza permite, por exemplo, que as pessoas se exercitem mais e, consequentemente, previnam diversas doenças, especialmente as cardiovasculares e respiratórias.

Especialistas consultados pelo NEXT também apontam diferentes benefícios de “levar o meio ambiente para dentro de hospitais”, estabelecendo formas de conexão entre o espaço clínico e a natureza, como jardins internos, peças de arte ligadas ao tema ou simplesmente janelas com vista agradável. Além de melhorar a qualidade do atendimento, essas iniciativas tendem a reduzir (e baratear) os períodos de internação, diminuir custos de energia (menor uso de luz elétrica e ar-condicionado, por exemplo) e podem estimular comportamentos mais saudáveis de prevenção e promoção da saúde.

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