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Além dos aspectos físicos, a cura de um paciente precisa incluir os mentais, sociais, emocionais e espirituais. A prevenção em detrimento da remediação diminui a dependência dos sistemas de saúde e de hospitais e aumenta a responsabilidade da sociedade. As estruturas, porém, ainda são muito fragmentadas, e o paciente interage com vários médicos, que, por sua vez, entendem apenas uma parte de sua realidade. É preciso substituir uma abordagem fragmentada por um olhar sistêmico que promova o bem-estar do indivíduo, conecte-o à natureza e reduza o uso de serviços convencionais de saúde
Saúde como um todo
Revalorizar a figura do “médico da família” pode significar o início de uma importante revisão do jeito de pensar a saúde. O que a torna contemporânea, apesar de ancestral, é exatamente o fato de ela promover um retorno à ênfase à visão integral sobre a saúde dos indivíduos – isto é, à compreensão das características do organismo como um todo, não apenas da parte afetada por um problema. Contrapõe-se, em sua essência, ao olhar cartesiano, fatiado, reducionista, que permeia os diferentes elos da cadeia de valor da saúde no Brasil e no mundo.
Segundo Regina Mello, superintendente executiva de Saúde e Odonto da SulAmérica, o sistema de saúde no Brasil se caracteriza pela excessiva fragmentação. “O ‘médico da família’ não é mais valorizado, embora seu papel seja fundamental: realizar a primeira interação com o paciente e, de acordo com a necessidade, encaminhá-lo a um especialista. Isso faz toda a diferença, pois leva em consideração o histórico individual e familiar”, afirma.
Nas faculdades de Medicina, “estimula-se o médico a escolher uma parte do corpo, e não se ensina a medicina preventiva. Claro que um hospital de cardiologia é melhor do que um geral para o tratamento de doenças cardíacas. O que falta no Brasil, porém, é uma rede de atenção primária e a valorização do médico responsável por esse atendimento”, afirma Ricardo de Marchi, coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Corporativa (GESC).
Com o programa Mais Médicos, por exemplo, o número de encaminhamentos para hospitais em São Paulo caiu 70%, entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014, segundo o Ministério da Saúde. O estado recebeu 2.187 profissionais para fazer o atendimento primário de 7,5 milhões de pessoas.
No Brasil, aplica-se também o Programa Saúde da Família, do Governo Federal, que visa transformar o modelo assistencial vigente, focado em atendimentos emergenciais, em um que priorize a promoção e a proteção da saúde, a prevenção das doenças e a atenção integral aos pacientes.
Segundo a Integrating the Healthcare Enterprise (IHE), organização sem fins lucrativos sediada em Illinois, nos Estados Unidos, modelos de prestação de cuidados de saúde alternativos, como atendimentos multidisciplinares com colaboração do paciente, surgiram em resposta ao envelhecimento da população, ao atendimento predominantemente institucionalizado e ao amplo acesso a modernas tecnologias de informação e comunicação.
O Stanford Center for Integrative Medicine, por exemplo, foi fundado em 1998, na Califórnia, com a proposta de oferecer cuidado integral. Para isso, une tratamentos alternativos e complementares (acupuntura, massoterapia, hipnose médica) à medicina tradicional. A clínica dispõe de um programa de avaliação e aconselhamento personalizado para cada paciente.
No atendimento multidisciplinar, a avaliação de opções de tratamento é um processo colaborativo, que envolve médicos e demais profissionais em parceria com o paciente e sua família; assim, a prestação de cuidados torna-se uma responsabilidade compartilhada. Este formato pode gerar decisões terapêuticas mais precisas do que as tomadas individualmente, além de resultar em maior satisfação do paciente, melhor desempenho financeiro, redução do tempo médio de internação e do número de readmissões hospitalares não planejadas.
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