Programa Para Mulheres na Ciência reconhece e estimula a participação de mulheres na ciência brasileira

Programa Para Mulheres na Ciência reconhece e estimula a participação de mulheres na ciência brasileira

O programa “Para Mulheres na Ciência”, criado em parceria entre L’Oréal Brasil, UNESCO e Academia Brasileira de Ciências (ABC), celebra seus 15 anos de existência. Concebido com o objetivo de transformar o cenário científico, o prêmio busca contribuir para a equidade de gêneros na Ciência.

Na edição de 2020, entre os trabalhos premiados estão pesquisas relacionadas à covid-19. Com a rápida disseminação do coronavírus pelo mundo, torna-se evidente a necessidade de investimento na Ciência, que tem o importante papel de encontrar soluções para os desafios do mundo. E a equidade entre gêneros na área é fundamental.

Em uma pesquisa inédita realizada com as premiadas de edições anteriores, três quartos das cientistas concordam que há diferenças de oportunidades, e 90% delas afirmaram já terem enfrentado preconceito ou falta de respeito em suas carreiras apenas por serem mulheres.

O programa “Para Mulheres na Ciência” contempla sete jovens pesquisadoras das áreas de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas e Matemática com uma bolsa-auxílio de R$50 mil, para que possam dar prosseguimento aos seus estudos. Desde sua primeira edição, o “Para Mulheres na Ciência” já reconheceu e incentivou mais de 100 cientistas, premiando a relevância dos seus trabalhos e distribuindo mais de R$ 4,5 milhões em bolsas-auxílio. E, a partir desse ano, a UNESCO irá oferecer um treinamento de dois dias para as sete cientistas selecionadas.

Premiadas na última edição do programa Para Mulheres na Ciência

A seguir, as cientistas e seus respectivos projetos premiados na edição de 2020 do programa “Para Mulheres na Ciência”:

Ciências da Vida

  • Vivian Costa: estudo sobre soluções para identificar e tratar formas graves de doenças como dengue, zika, chikungunya e até mesmo covid-19. “Em casos como esse, não adianta enfrentar só o vírus ou só a inflamação. É preciso desenvolver procedimentos que atuem nas duas frentes, reduzindo a carga viral e a inflamação excessiva causada pelo coronavírus. Estamos muito comprometidos em fazer a nossa parte, inclusive tenho alunos trabalhando voluntariamente nos diagnósticos de Covid-19”, afirma a pesquisadora.
  • Luciana Tovo: pesquisa sobre os efeitos da pandemia de covid-19 no estresse crônico de adolescentes, a partir da medição de cortisol capilar. “Sabemos que a infância e a adolescência são períodos da vida críticos para início de transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade”, argumenta
  • Andreia Melo: estudo para aperfeiçoar a imunoterapia contra o melanoma de mucosa, um tipo de câncer raro e grave, para o qual a sobrevida mediana é menor que 12 meses. Dependendo das características do tumor, o paciente pode enfrentar a doença de forma mais ou menos favorável. Sua pesquisa envolve um estudo translacional, desde análises em laboratório até proposta clínica. “Muito do que se faz hoje, na oncologia, é buscar essas diferentes características para entender qual vai ser o desfecho da doença”, explica
  • Fernanda Farnese: desenvolvimento de um método de aplicação de óxido nítrico para preservar plantações de soja em períodos inesperados de seca, considerando as previsões de redução das chuvas no Brasil. “O óxido nítrico altera o metabolismo da planta, intensificando mecanismos de defesa e, dessa forma, aumentando a tolerância à seca. Constatamos um crescimento de 60% na produtividade da soja”, conta.

Ciências Físicas

  • Rita de Cássia: estudo sobre se galáxias em que há formação intensa de estrelas podem ser fontes de aceleração e propagação de raios cósmicos. Por ser uma pesquisadora negra, a cientista já vivenciou formas de racismo dentro e fora da academia, e acredita no poder da representatividade. “Quando você mostra que passou por dificuldades, quando você fala da sua realidade e mostra para as meninas que é possível, elas se animam”, reflete.

Ciências Químicas

  • Daniela Truzzi: busca compreender o funcionamento do óxido nítrico, gás relacionado a diversos processos como a contração dos vasos sanguíneos, a defesa imunológica e a cicatrização de tecidos. “Sabemos pouco sobre o que o óxido nítrico produz. Aprofundar esse conhecimento é fundamental para entender melhor os processos nos quais ele está envolvido”, explica.

Ciências Matemáticas

  • María Amelia Salazar: estuda estruturas geométricas abstratas e complexas, contribuindo para uma nova área da matemática. Seu objeto de estudo remonta de uma teoria da simetria contínua e sua aplicação ao estudo da geometria e das equações diferenciais, do século 19. “É uma história bonita, porque faz a ponte entre duas áreas da matemática que, em princípio, não tinham a ver uma com a outra”, diz.

Leia também: Diversidade é um imperativo no cenário pós-pandemia

Inscreva-se em nossa newsletter e
receba tudo em primeira mão

Conteúdos relacionados

Entre em contato
1
Posso ajudar?