Países-ilhas propõem novo protocolo na COP-16

2 de dezembro de 2010

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Ronaldo Schemidt - AFP


Países-ilhas propõem novo protocolo na COP-16
Claudio Angelo – Enviado Espacial a Cancún – Folha de São Paulo
02/12/2010 – 09h40
Um dia depois de o Japão ter declarado em Cancún que não aceitaria uma segunda fase do Protocolo de Kyoto, as nações-ilhas deram o troco: propuseram na COP-16 um novo protocolo contra emissões de gases-estufa.
As ilhas são os países que mais sofrem com as mudanças climáticas. Seu objetivo é criar um tratado legalmente vinculante, algo que se perdeu de vista após a derrocada da conferência de Copenhague, no ano passado.
O novo protocolo se somaria a uma segunda fase do acordo de Kyoto e valeria para os países do chamado LCA (grupo de ações de longo prazo), que não integram Kyoto: as nações em desenvolvimento e os EUA. Estes últimos teriam metas obrigatórias de redução de emissões, comparáveis às dos signatários de Kyoto.
Ronaldo Schemidt/AFP
Mulher observa modelo da Terra durante a confêrência da ONU sobre o clima; evento no México termina no dia 10
Mulher observa modelo da Terra durante a confêrência da ONU sobre o clima; evento no México termina no dia 10
“Nós propusemos isso há um ano e meio, achando que fosse haver um acordo legalmente vinculante em Copenhague. Aqui estamos, em mais uma COP, e isso não foi concluído”, disse o negociador de Tuvalu, Ian Fry.
À Folha, Fry reconheceu que é impossível obter um acordo com peso de lei em Cancún, mas que a ideia é que isso aconteça já no ano que vem, na COP-17, em Durban, África do Sul.
O Brasil apoiou a iniciativa das ilhas. “É claro que temos de ser simpáticos à proposta”, disse o embaixador Sérgio Serra. “Porém, cristalizar as metas pífias que existem hoje num protocolo não é interessante.” Foi criar um grupo para debater essas ideias.
O movimento das ilhas tem pouca chance de vingar, mas é uma maneira de criar pressão política num momento em que as negociações começam a ficar tensas.
“Está tudo negro”, disse um diplomata latino-americano. Segundo ele, a principal fonte de tensão são os EUA, que têm insistido em um pacote completo de decisões em Cancún –inclusive em temas espinhosos para países em desenvolvimento, como transparência em cumprimento de reduções – na linha do “ou tudo ou nada”.
Ele afirma que a delegação americana está amarrada pela situação doméstica e quer empurrar para a China a culpa por um eventual fracasso na COP-16.

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