Modelo chinês na encruzilhada

29 de julho de 2010

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Economia made in China
Para acelerar a transição a um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, a China repete a fórmula que a levou de um sistema regidamente planificado e centralizado a uma economia de mercado dinâmica. Com o mesmo rigor e monitoramento característicos, o governo agora introduz reformas que visam o combate ao aquecimento global e estímulo a tecnologias limpas. Sua estratégia é delineada no Programa Nacional de Mudanças Climáticas pelo qual se compromete a reduzir suas emissões de dióxido de carbono por unidade de PIB em 40% a 45% (comparado a 2005) até 2020.  Além disso, a China também pretende aumentar em 15% a fatia de combustíveis renováveis na sua matriz energética por volta de 2020 e expandir a sua cobertura vegetal para 40 milhões de hectares, atingindo um volume de estoque florestal de cerca de 1,3 bilhão de metros cúbicos.
O governo também chegou a conclusão de que é indispensável criar um mercado de carbono a fim de colocar um preço nas emissões e assim alavancar uma economia de baixo carbono. As autoridades chinesas chegaram a essa conclusão na última reunião da Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional (NDRC). Segundo o jornal China Daily, o encontro, presidido por Xie Zhenhua, diretor da NDRC, decidiu que o comércio doméstico de permissões deve entrar em vigor até 2015.
Uma das sugestões para o mercado seria por um limite absoluto de emissões de CO2 por setores industriais. Outra pede para que a meta de intensidade de carbono seja convertida em permissões para o esquema de comércio.
A primeira negociação voluntária foi realizada em agosto de 2009, quando uma companhia de seguro de automóveis de Xangai comprou mais de oito mil toneladas de créditos de carbono geradas por um projeto ambiental durante as Olimpíadas de Pequim.
A partir do sinal claro do governo em direcionar a economia a padrões sustentáveis, o setor empresarial sente mais confiante para aportar investimentos em tecnologias mais limpas e começa a colher seus primeiros resultados. As energias renováveis, por exemplo, já movimentam US$17 bilhões e empregam cerca de um milhão de trabalhadores.
Os primeiros passos foram dados, mas ainda não nos permitem apostar que a maior potência econômica da atualidade também se tornará modelo em termos de sustentabilidade.  O desafio para tanto é gigantesco e requer, antes de mais nada, a revisão de toda a lógica made in China, centrada em baixo preço, massificação, precarização do emprego e minimização do controle de segurança e qualidade.
O intercâmbio com alguns valores da filosofia chinesa faria muito bem a economia. A começar pelo exercício de criar sistemas produtivos capazes de considerar não só entradas, mas também as saídas (resíduos, poluição, entre outras externalidades), numa perfeita representação de forças yin-yang.  Esse modelo sim o mundo inteiro gostaria e deveria copiar.

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