Cinema Sustentável – A era da estupidez

20 de outubro de 2009

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Não é de hoje que a questão das mudanças climáticas desperta certo fascínio nos diretores de cinema. Produções como “O dia depois de amanhã” procuraram retratar as possíveis consequências do aquecimento global. Na maioria delas, no entanto, o tema ocupa o pano de fundo da trama, gerando pouca discussão quanto a influência do homem no processo de aumento de temperatura da Terra.
A Era da estupidez, no entanto, procura ser fiel ao cenário previsto pelos cientistas, que não deixa de ser menos preocupante do que os já retratados pela ficção. A diferença é a reflexão que o filme propõe ao mostrar as múltiplas relações de causa e efeito do aquecimento global.  Para tanto, recorre a velha fórmula de projetar um futuro distante (o ano de 2050), de onde um personagem desolado se pergunta por que humanidade não evitou a catástrofe, quando tinha a oportunidade de fazê-lo.
Mais efetivos do que esse recurso, por vezes cansativo, são os depoimentos dos personagens, por meio dos quais, a diretora Franny Armstrong procura mostrar as incongruências entre discurso e prática. A breve análise desses perfis dá uma mostra do tamanho do desafio colocado na Conferência do Clima, a ser realizada no mês de dezembro, em Copenhague, onde será negociado o acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto em 2012.
E não é difícil encontrar semelhanças entre as posições dos indivíduos e das nações. O presidente de uma empresa de aviação na Índia, que tem o sonho de substituir os precários trens de seu país por rápidas – porém altamente emissoras – aeronaves e para quem. O morador de New Orlens, que se transformou em herói local, por resgatar vítimas do furacão Katrina em seu barco e que se orgulha de trabalhar na Shell, ajudando a identificar novos poços de petróleo. A nigeriana, cuja aldeia vem sendo destruída pelos vazamentos de óleo das atividades da Shell, mas vende diesel contrabandeado para incrementar a sua renda. Os moradores de uma vila inglesa que se dizem preocupados com o aquecimento global, mas refutam a instalação de uma planta eólica na sua vizinhança, alegando que o sistema comprometeria a paisagem.
Esses são apenas alguns exemplos de que a economia de baixo carbono, que vem sendo anunciada aos quatro cantos, vai requerer não só novas tecnologias, mas também uma profunda revisão de comportamentos e valores que nos conduzam a novos modelos de negócios, políticas e formas de convivência em sociedade. Em entrevista a Folha de S. Paulo, David Victor, autor de “O Colapso do Protocolo de Kyoto” sugere por onde podemos começar. “O desafio é produzir um acordo que faça os países fazerem mais do que fariam sozinhos”. A orientação também vale para indivíduos que ao desempenhar seus variados papeis na sociedade tem o poder de iniciar essa mudança. Ao aliar informação de impacto e histórias pessoais, o filme “A era da estupidez” prepara o terreno para esse desafio

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