Relatórios de sustentabilidade corporativa obrigatórios?

5 de junho de 2012

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Às vésperas da Rio+20, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que reúne 74 dos maiores grupos empresariais do país, em carta enviada à Presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (04/06), recomenda que o governo regulamente a obrigatoriedade da publicação do relatório de sustentabilidade para grandes empresas públicas e privadas que atuam no Brasil.

A posição tem como objetivo dar transparência às atividades do setor empresarial brasileiro, a fim de contribuir para a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável no país. A ideia é promover uma ampla discussão em torno do tema no próximo ano, para que a partir de 2014 seja adotado um modelo de publicação dentro dos parâmetros da regulamentação do governo.

“O Brasil já responde bem voluntariamente às questões de sustentabilidade, mas falta fôlego. A regulamentação é necessária para criar um movimento virtuoso e dar escala à essa necessidade. As recomendações do CEBDS respondem à urgência desse momento para assegurarmos um desenvolvimento sustentável nos próximos anos”, destaca a presidente do CEBDS, Marina Grossi.

O tema dos relatórios também está no Draft One da ONU para a Rio+20 (O Futuro que Queremos), mas o parágrafo 41 recomenda apenas o encorajamento para a produção destes relatórios. “O CEBDS acredita que o Brasil pode ser mais ousado e determinar a obrigatoriedade”, afirma Marina. Além da obrigatoriedade, o CEBDS também sugere a adoção de um modelo de regulamentação inspirado no conceito “relate ou explique”, que mantém aberta a possibilidade de as empresas justificarem a não publicação e que já é consenso nas discussões globais sobre o assunto.

Além disso, o Conselho quer a adoção de medidas de estímulo às pequenas e médias empresas para que iniciem esse processo, visando incorporar as práticas de sustentabilidade à cadeia de valor das empresas.

O Brasil já é hoje o terceiro país em número de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade, a partir da metodologia do GRI (Global Reporting Iniciative). Dados de 2010 indicam que as empresas brasileiras responderam por 7% do total de relatórios de sustentabilidades publicados em todo o mundo, atrás apenas das companhias espanholas (9%) e norte-americanas (10%).

O CEBDS entende que há fortes evidências de que os relatórios de sustentabilidade são essenciais para os negócios, a economia, a sociedade e o meio ambiente, sendo considerados instrumentos estratégicos para ajudar governos e sociedade civil a acessar e monitorar a contribuição dos negócios para o desenvolvimento sustentável e a economia verde.

Para a entidade, as recentes crises financeiras reforçam a importância da transparência no reporte das informações corporativas, principalmente as relacionadas à sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Para evitar os riscos da falta de transparência, países desenvolvidos e em desenvolvimento já adotaram legislação própria, regulamentando a publicação de informações socioambientais, como Dinamarca, Suécia, Malásia, Equador e Reino Unido. A África do Sul, por exemplo, já exige que empresas listadas na bolsa reportem questões financeiras e socioambientais de forma integrada.

Sobre o CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil, sem fins lucrativos, que reúne os mais expressivos e maiores grupos empresariais brasileiros, com o fim de promover o desenvolvimento sustentável no país.

Fundada em 1997, a organização tem 74 empresas associadas. Além disso, é a representante no Brasil do World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), organização global que que conta com uma rede de mais de 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países.

Mais informações:

Mariana Brenner: [email protected] | (21) 3723-8126

Renato Nassar: [email protected] | (21) 3723-8110

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