Empresas sem propósito, empresas sem futuro

BlackRock estimula a criação de valor a longo prazo entre seus stakeholders

Em janeiro de 2018, como faz todo ano, Larry Fink, Chairman e CEO da BlackRock, maior empresa de gestão de ativos no mundo (US$ 6,9 trilhões sob administração), divulgou uma carta com perspectivas e conselhos não só para os presidentes das companhias investidas por sua organização, mas também a todos os interessados nos rumos da economia. O conteúdo, no entanto, surpreendeu muita gente e se tornou um marco para as discussões de sustentabilidade, responsabilidade e legado dos negócios. Intitulado Um Senso de Propósito, o documento tratava do papel do setor privado no desenvolvimento de soluções para desafios da sociedade e do planeta.

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“Estamos vendo um paradoxo altos retornos e alta ansiedade. Desde a crise financeira, aqueles com capital colheram enormes benefícios. Ao mesmo tempo, muitas pessoas em todo o mundo enfrentam uma combinação de baixas taxas, baixo crescimento salarial e sistemas inadequados de aposentadoria. (…) Como resultado, a sociedade está cada vez mais se voltando para o setor privado e pedindo que as empresas respondam aos desafios sociais mais amplos. De fato, as expectativas públicas da sua empresa nunca foram maiores. A sociedade está exigindo que as empresas, públicas e privadas, sirvam a um propósito social”

Larry Fink, em sua carta Um Senso de Propósito

Em sua análise, fica clara a expectativa que tem sido depositada em relação à contribuição das empresas frente aos desafios socioambientais, bem como a mensagem de que, ciente disso, a BlackRock procurará, cada vez mais, ser um agente engajado não só na construção dos resultados financeiros das companhias investidas, mas no acompanhamento próximo de como elas buscam promover valor a longo prazo. “Chegou a hora”, anunciou Fink, “de um novo modelo de engajamento dos acionistas – que fortalece e aprofunda a comunicação entre eles e as empresas que possuem.”

Em janeiro de 2020, a BlackRock divulgou uma nova carta de Larry Fink, que coloca a sustentabilidade no como tema central. Saiba mais: Sustentabilidade é palavra de ordem na nova carta de Larry Fink, CEO da BlackRock.

No Brasil, Carlos Takahashi é o diretor geral da BlackRock, tendo a missão de orientar as atividades com as premissas defendidas por seu CEO, Larry Fink. No país, as companhias investidas têm o mesmo desafio de, por exemplo, serem capazes de descrever sua estratégia de crescimento a longo prazo, implantada com o envolvimento do conselho de administração, que, por sua vez, deverá ter claro como supervisionará os desdobramentos desse plano.

Além das questões de governança, as empresas deverão conseguir explicar seus impactos positivos e negativos na comunidade e meio ambiente, seus esforços para promover um corpo de colaboradores diverso, seu empenho em acompanhar mudanças culturais e tecnológicas, entre outras questões ligadas a um futuro mais sustentável.

E Fink não está sozinho. Em agosto de 2019, na mesma linha, 181 CEOs das principais empresas americanas, que formam a associação Business Roundtable, anunciaram uma transformação radical na maneira como suas corporações entendem a ideia de propósito e responsabilidade social.

Até então, por mais de 20 anos, disseminou-se que a missão de uma companhia era, acima de tudo, maximizar os lucros para os acionistas; agora, essas organizações que, juntas, somam mais de 15 milhões de funcionários e US$ 7 trilhões de faturamento anual, defendem que uma empresa deve: entregar valor aos clientes, investir no desenvolvimento e bem-estar dos funcionários, lidar de forma justa e ética com fornecedores, apoiar as comunidades do entorno e gerar valor – a longo prazo, como propõe a BlackRock – para os acionistas.

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