Didier Tisserand | L’Oréal: Código de ética deve ser feito para e com os colaboradores

Quando o francês Didier Tisserand assumiu a presidência da L’Oréal no Brasil, em 2011, não demorou para que começasse a focar no aperfeiçoamento do código de ética da companhia. Durante seu comando, a empresa passou a considerar o tema como prioritário, com ações voltadas para a conscientização de colaboradores.

“No Brasil existe algo que se chama Lei Seca. Já na L’Oréal, decretamos a Lei Ética. Tolerância zero”.

O código de ética da empresa visa, como princípio, assegurar que os colaboradores de todos os níveis da organização priorizem o bem coletivo em vez dos interesses pessoais. Criado em 2000 para ser “institucional”, foi reformulado duas vezes, em 2007 e 2014, quando foi aprimorado e passou a incorporar a visão dos funcionários, tornando-se mais “palpável” e efetivo.

“Esse código é como se fosse a nossa constituição. É muito importante, pois fala sobre como se comportar dentro da empresa”.

Além do constante desenvolvimento do código, a companhia instituiu algumas ações para fortalecer e enraizar os valores éticos em seus funcionários, como a criação de um canal de denúncias, para que todos possam, anonimamente, relatar condutas imorais dentro da empresa.

Existe, também, o Ethics Day, no qual os colaboradores podem fazer perguntas sobre o tema para seu presidente e o CEO mundial. Essa cultura vale até para os novos funcionários, pois 100% deles recebem o código assim que entram na empresa.

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No entanto, não foi fácil construir, pouco a pouco, o conceito na companhia. E ainda não é. Didier, que tem experiência profissional em diversos países, como Inglaterra, Japão e França, diz que enfrentou problemas éticos em todos eles, mas até hoje ainda fica surpreso quando se depara com situações de conflitos morais ou de conduta.

Certa vez, ele conta, ao repreender uma funcionária por um desvio ético, ouviu, espantado, sua resposta: “Não vá me dizer que você não faz a mesma coisa”. O choque provocou no líder a seguinte reflexão: “atitudes erradas são tão comuns quanto parecem?”. É contra elas que o executivo luta e procura engajar suas equipes.

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Todas essas situações – boas e ruins – serviram para aprimorar, cada vez mais, a conduta ética seguida pela L’Oréal atualmente. Consequentemente, acabaram influenciando na formação de diversos jovens profissionais, uma vez que cerca de 60% dos funcionários é da geração dos millennials. Novos colaboradores que, segundo Didier, procuram uma empresa com valores como integridade, respeito e coragem, fundamentais para que funcionários de qualidade permaneçam na empresa.

O novo integrante da Plataforma Liderança com Valores denomina-se como um “crusader”, alguém que não medirá esforços para desenvolver a ética na L’Oréal Brasil.

Com anos de experiência, o executivo defende, em sua vídeo-palestra, como a evolução do conceito na agenda da empresa pode influenciar no desenvolvimento de funcionários, políticas e, também, no rumo e decisões da companhia.

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