A Rede Mobilizadores Coep promove oficina online, no site www.mobilizadores.org.br, para debater o papel da sociedade na ampliação da reciclagem e na inclusão social dos catadores de materiais recicláveis.
A atividade acontece na próxima semana, de 30 de setembro a 4 de outubro, tem apoio da Eletronuclear, e terá como facilitador Luciano Marcos, do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea).
Para participar da oficina “Reciclagem e Inclusão Social dos Catadores”, é preciso estar cadastrado no site da Rede Mobilizadores. O processo é simples, gratuito e rápido. As inscrições estarão abertas até 30 de setembro. As vagas são limitadas e haverá certifica do para todos que participarem do minifórum da oficina.
Reciclagem no Brasil
A sociedade brasileira produz cada vez mais lixo, boa parte dele de material reciclável, e precisa dos serviços ambientais prestados pelos catadores de materiais recicláveis para reintroduzi-los no processo produtivo e conquistar cidades ambientalmente mais saudáveis, uma vez que esses profissionais respondem por 99% do material reciclável que vai para a indústria, segundo dados da Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores.
Fruto de um longo processo de exclusão social, os catadores transformam o que sobra da sociedade de consumo em seu meio de subsistência. O trabalho desenvolvido por estes trabalhadores reduz os gastos públicos com o sistema de limpeza públic a, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, diminui a demanda por recursos naturais, e fomenta a cadeia produtiva das indústrias recicladoras com a geração de trabalho. Mas, para que possam continuar contribuindo para a qualidade de vida da sociedade, precisam do apoio do governo e de todos os cidadãos.
Com a aprovação da Lei 12.305/2010 – que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e determinou, entre outras coisas, o final dos lixões até 2014 -, muitos prefeitos têm optado pela incineração do lixo. Luciano Marcos explica que “a incineração é uma grande contraposição à lei, inclusive no que diz respeito à inclusão social, pois cerca de um milhão de pessoas vivem da reciclagem. Além disso, trata-se de uma tecnologia muito cara e bastante nociva à saúde humana e ao ambiente. Na própria Europa, vem sendo bastante criticada atualmente”.
Diante disso, os catadores de material reci clável estão promovendo uma campanha intensa para combater a incineração no Brasil, questionando o Ministério Público sobre os investimentos feitos, já que a PNRS aborda a tecnologia como último item, voltada aos rejeitos e não aos materiais recicláveis. Eles também têm reivindicado a implantação da coleta seletiva nos municípios e negociação direta entre prefeituras e cooperativas de catadores, no lugar de contratar empresas para executar esse serviço.
Apesar de, entre 2003 e 2008, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil ter aumentado, passando de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, esse volume é equivalente a apenas 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). Isso porque o serviço só está presente em 8% dos municípios brasileiros e ampliá-lo é uma forma de poupar. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país perde cerca de R$ 8 bilhões por deixar de reciclar.
Para que a coleta seletiva seja eficaz é necessário que cada cidadão faça sua parte, separando em casa os resíduos recicláveis dos rejeitos (lixo orgânico). Sem isso, não é possível implantar um sistema de reciclagem devido à contaminação dos materiais.
Todos sabem que a reciclagem é viável e importante tanto para o meio ambiente e a qualidade de vida nas cidades, quanto para os cofres públicos e, principalmente, para a inclusão social dos catadores de material reciclável. No entanto, para avançar nesta agenda, cada um tem de fazer sua parte: governos, sociedade e catadores. Este é o grande desafio do B rasil para a questão do lixo, nos próximos anos.
Mais informações:
(21) 2528-3352 | Fonte: Coep Nacional
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