O mundo dos negócios sempre foi focado no universo masculino. Apesar das mulheres líderes estarem sempre ali, raramente eram valorizadas por suas competências e habilidades, o que as impediam de conquistar posições de destaque.
Mas, com muita luta, essas líderes estão cada vez mais empoderadas e têm alcançado o devido reconhecimento na sociedade, inspirando milhões de outras mulheres.
Sustentabilidade e inclusão
A discussão sobre a igualdade de gênero, inclusão da mulher nos cargos de liderança e o seu papel na economia e na sociedade ganhou importância no mundo todo. O assunto foi tema de diversos fóruns internacionais e passou a compor um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para a Agenda 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Embora as mulheres constituam metade da população do mundo, representam menos da metade da atividade econômica produzida. No Brasil, segundo dados do IBGE, as mulheres são a maioria da população com 10 ou mais anos de idade, mas são minoria entre os ocupados profissionalmente. Confira no gráfico a seguir:
Distribuição da população com 10 anos ou mais de idade, por condição de atividade, segundo o sexo – Dados de 2009. Fonte: IBGE
Contudo, apesar dessa desigualdade, a valorização da mulher e sua inclusão nos cargos de liderança tendem a ser muito positivas. Além dos
ganhos econômicos, a equidade de gêneros geraria
conquistas sociais, pois as mulheres são as principais influenciadoras no âmbito familiar, nas decisões sobre consumo e no investimento em educação e também na saúde.
Visando isso, muitas organizações têm investido em
programas de inclusão. E os resultados têm sido surpreendentes.
Mulheres empreendedoras
Uma das empresas que têm investido fortemente na liderança feminina e no empoderamento de mulheres é o Itaú Unibanco.
Com o programa Itaú Mulher Empreendedora, o banco apoia as mulheres líderes brasileiras na evolução de suas empresas e, consequentemente, na transformação do país. Para isso, consideram-se suas necessidades como mulheres, como empresárias e em relação às questões financeiras.
Além de uma linha de crédito, desenvolvida em parceria com bancos internacionais, o programa oferece soluções em capacitação, inspiração e conexão entre as mulheres líderes e empreendedoras. Com foco no Brasil, o Itaú Mulher Empreendedora passou a financiar micro, pequenas e médias empresas administradas por mulheres.
De acordo com pesquisas realizadas pelo programa – e apresentadas no Relatório de 2018 -, foram levantadas duas principais motivações que levam mulheres a empreender:
- – Busca pela flexibilidade: a maioria das mulheres ainda é responsável pelo cuidado dos filhos e da casa. Empreender possibilita um modo de conciliar a sua dupla ou tripla jornada. Desse modo, acabam assumindo uma relação particular com o tempo e valorizam tudo o que possa otimizá-lo.
- – Senso de propósito: as mulheres são bastante preocupadas com a sociedade e, por isso, desejam contribuir com o mundo. Assim, encontram no empreendedorismo um meio para exercer suas convicções e propósitos. Além disso, tendem a avaliar o negócio sob uma ótica que considera, além do retorno financeiro, o impacto que causará na vida das pessoas.
Principais desafios das mulheres líderes
O relatório do programa Itaú Mulher Empreendedora também aponta os principais desafios enfrentados pelas lideranças femininas:
- 1. Poucas referências femininas: as mulheres líderes estão conquistando o seu espaço, mas ainda há um processo de inclusão. Dessa forma, as referências de mulheres empreendedoras que alcançaram o sucesso ainda são bem inferiores ao número de homens. De modo geral, as mulheres possuem pouca experiência de gestão, mas são ávidas pela busca do conhecimento e experiência. Porém, com o avanço das mulheres nos cargos de liderança, essa realidade tende a mudar. Já existem muitas mulheres líderes inspiradoras.
- 2. Redes de relacionamento restritas: a falta de networking, muitas vezes, se relaciona com a sobrecarga de atividades em sua dupla ou tripla jornada. Dessa forma, as mulheres líderes acabam se sentindo solitárias na jornada do empreendedorismo. Mas, mesmo com tempo apertado e falta de estímulos, elas desejam se conectar e construir parcerias, e isso deve ser incentivado pelas empresas.
- 3. Receio com inovação: as mulheres acabam se dedicando mais às tarefas operacionais que às estratégias e inovação da empresa. Isso, por que quando não se sentem seguras o suficiente, costumam assumir menos riscos. Para reverter essa situação, é necessário estimular a autoestima das mulheres, muito prejudicada por séculos de invisibilidade nos negócios.
- 4. Barreira psicológica: as mulheres líderes costumam sofrer muita pressão psicológica, que gera um receio de que o sucesso do negócio possa distanciá-las de suas atividades pessoais e de sua família. Em muitos casos, porém, alcançar o equilíbrio entre o pessoal e o profissional é o impulso para que cada vez mais mulheres se tornem empreendedoras.
- 5. Delegam parte burocrática: devido à falta de autoestima para gerenciar todas as nuances do negócio – e considerando que o mundo corporativo é carregado de códigos masculinos por ter sido criado por e para os homens -, as mulheres tendem a delegar a parte burocrática da empresa para gestores masculinos.
O perfil das mulheres líderes
Apesar de todos os desafios e obstáculos, as mulheres líderes dificilmente desistem. Elas costumam ter consciência de suas dificuldades e buscam alternativas para superá-las e reverter a situação.
Há algumas qualidades únicas e admiráveis dessas mulheres – e que também foram apontadas pelo relatório do programa do Itaú:
- – As mulheres líderes reconhecem e aceitam suas necessidades e o momento de pedir ajuda. Estão sempre disponíveis e receptivas para receber o suporte necessário e buscam sempre evoluir. Além disso, são altruístas e se preocupam em ajudar os outros. São muito abertas à troca de conhecimentos e experiências.
- – Quando conquistam uma meta ou objetivo, fazem questão de ser reconhecidas. Elas valorizam o seu trabalho e todo o caminho que percorreram. Para elas, é importante ter e ser uma referência.
- – Elas não têm medo de “colocar as mãos na massa” e aprender na prática tudo o que precisam. Apesar da insegurança inicial, não temem os desafios. À medida em que vão aprendendo e recebendo os resultados, ganham segurança, autoconfiança e poder.
- – As mulheres líderes e empreendedoras desenvolveram um novo modelo de gestão. Seu método de liderar é muito mais próximo, colaborativo e benéfico a toda a comunidade do seu entorno.
- – Possuem uma relação própria com o tempo. Isso por que são submetidas à sobrecarga de responsabilidades, especialmente ao considerar a dupla ou tripla jornada. Elas valorizam tudo o que pode otimizar o tempo, como as plataformas digitais, e, portanto, estão mais abertas às novas tecnologias.
- – Geralmente, costumam trabalhar por um propósito maior que o retorno financeiro. Assim, lidar com o dinheiro acaba tornando-se uma ação secundária. Realizar seus sonhos e objetivos é a sua prioridade.
- – Relacionada com a valorização do tempo, das pessoas e com sua nova forma de liderar, há uma outra qualidade peculiar das mulheres líderes. Elas estão criando uma nova forma de se relacionar também com a família e sociedade, e passaram a compartilhar suas responsabilidades e papeis até então encarados como exclusivos do universo feminino.
Diversidade para empresas e boas práticas
A sua empresa também pode – e deve – apoiar e valorizar as mulheres líderes presentes em sua instituição.
Entre em contato com um de nossos consultores e informe-se sobre as melhores práticas de inclusão e diversidade.
Para saber mais, recomendamos a leitura do nosso Guia Diversidade para empresas & Boas práticas. É um material rico e repleto de conteúdos inspiradores para fortalecer a diversidade e inclusão na sua empresa.
Escrito por Marcos Cardinalli