Moda ecológica

20 de outubro de 2009

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Se você é daqueles que sempre que vai ao mercado, aproveita para pegar saquinhos plásticos extra pra fins distintos, deveria repensar suas ações. Dados divulgados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos revelam números alarmantes derivados da utilização de sacolas plásticas. De acordo com a pesquisa, são consumidos anualmente entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacos plásticos ao redor do mundo, sendo menos de 1% reciclado. E o motivo é simples: é mais caro reciclar do que produzir uma nova sacola.
O valor para processar e reciclar uma tonelada de sacos plásticos é de U$ 4000, sendo o preço da quantidade equivalente na hora da venda, U$ 32.
O mercado de sacolas plásticas já apresentou inúmeras alternativas ecologicamente corretas, como os sacos de material biodegradável, ou sua variável de decomposição à jato, os oxi-biodegradáveis. A principal diferença entre os dois é que, no caso do oxi-biodegradável, ele é comumente produzido a partir de derivados do petróleo, diferente dos biodegradáveis, que utilizam fontes renováveis de energia, ou seja, são menos poluentes.
Sacolas biodegradáveis são uma alternativa menos prejudicial à natureza, segundo alguns especialistas, pois é composto por material que após o uso pode ser decomposto pelos microorganismos usuais no meio ambiente. Desta forma, o material perde suas propriedades químicas nocivas quando se decompõe. Já os oxi-biodegradáveis, favoritos da maioria dos pesquisadores da área, possui período médio de decomposição de 18 meses, enquanto um saco convencional leva pelo menos 100 anos para realizar o mesmo processo. No entanto, em se tratando de maior potencial de biodegradabilidade, existem controvérsias.
Os denominados oxi-biodegradáveis – materiais que sofrem processo de oxidação antes de biodegradar-se – já foram testados quanto a seu real poder de desintegração e absorção ao meio-ambiente. De acordo com o engenheiro de materiais Guilhermino Fechine, pesquisador da área, o que diferencia os tipos de plástico é o tempo que estes levam para se biodegradar por completo, ou seja, a perda de massa do material e/ou emissão de CO2 em determinado período. O pesquisador conta que a porcentagem de degradação do material em avaliação deve ser de pelo menos 90% da degradação máxima de uma substância de referência adequada (material realmente biodegradável) após 180 dias de teste, tanto para perda de massa como para emissão de CO2.
“Sobre os meus testes, eu os fiz até cerca de 60 dias e analisei a perda de massa de um plástico não-biodegradável (polipropileno – PP) e o mesmo só que misturado a um aditivo pró-oxidante (mais conhecido como oxi-biodegradável – PP+aditivo). No final comparei os resultados dessas duas amostras com um plástico completamente biodegradável, o PHB. Após 60 dias nem o PP nem o PP+aditivo mostraram perda de massa significativa (<5%), enquanto que o PHB perdeu cerca de 60% de sua massa”, conta.
De acordo com a pesquisa, os plásticos mais conhecidos como oxi-biodegradáveis não possuem vantagem em sua degradação, já que levam praticamente o mesmo tempo para decompor-se, e demonstram apenas poder de fragmentação, correndo o risco de espalhar-se pela cadeia alimentar e contaminar animais e no solo.
Os resultados do teste foram publicados na revista internacional “Polymer Engeneering and Science” em 2008.
I’m not a plastic bag

Uma alternativa para quem acredita que os plásticos das sacolas de supermercado realmente fazem mal ao meio ambiente são as famosas ecobags. As bolsas de pano viraram moda aqui no Brasil em 2007, e há opções para os mais variados eventos, desde uma ida ao mercado até um passeio à praia. Há modelos feitos de algodão, algodão cru e poliéster, e variam de preço de acordo com a marca agregada ao produto, já que até as grandes grifes aderiram à causa.
No Brasil, empresas como a fabricante de materiais de plástico Novel investem nos mais variados tamanhos e modelos de ecobag, que são produzidas com material 100% reciclável, e têm capacidade individual de carregar 60 litros, o equivalente a 15kg. De acordo com a empresa, a prática reduz o consumo de sacolas plásticas, gerando uma economia de 0,5% sobre o valor das vendas.
Quem é quem na cadeia dos sacos plásticos

Biodegradáveis: plástico degradável em resultado da ação de microrganismos naturais tais como bactérias, fungos e algas. É alimentando estes microrganismos que com açúcar que é produzido o ativo gerador do plástico.
Oxi-biodegradáveis: materiais que levam um ativo químico com sal metálico para acelerar sua decomposição, na promessa de existir como um tipo de plástico mais suscetível à decomposição.
Plástico orgânico: também conhecido como bio-plástico, o material já em fase de teste é produzido a partir de matérias-primas naturais, como cana-de-açúcar, mandioca e milho, e que é totalmente biodegradável, podendo ser misturado aos resíduos orgânicos nas usinas de compostagem, transformando-se em adubo.

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