Assentamentos Sustentáveis

Assentamentos Sustentáveis

O Governo da Bahia, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e a Fibria, parceiros no projeto “Assentamentos Sustentáveis com Agroflorestas e Biodiversidade”, lançaram na última quinta-feira (31/05) o marco fundamental do Centro de Formação, Educação e Pesquisa em Agroflorestas no Assentamento Jaci Rocha, em Prado (BA).

A iniciativa, pioneira, visa dar às famílias do MST assentadas na região e a algumas comunidades de municípios do extremo sul baiano acesso à formação técnica, educacional e organizacional para a produção de alimentos com base nos princípios agroflorestais e agroecológicos e na organização social.

O histórico processo de desenvolvimento rural brasileiro e a luta pela Reforma Agrária no Extremo Sul da Bahia e a ocupação de seis fazendas da Empresa Fibria Celulose, pelo Movimento de Trabalhadores Sem Terra – MST, desencadeou um diálogo entre a empresa e as famílias acampadas, intermediado pela Esalq/USP, com o decisivo apoio, do Governo da Bahia e do Governo Federal.

Esse diálogo definiu a elaboração do “Projeto Assentamentos Sustentáveis” voltado a organização e implantação de assentamentos que produzam alimentos tendo por base os princípios agroflorestais e agroecológicos e a construção de um Centro de Formação no qual, tanto as famílias acampadas, como as comunidades do entorno, possam ter acesso a formação profissionalizante, técnica, educacional e organizacional com base nos fundamentos da agroecologia, dos sistemas agroflorestais e da organização social.

Uma equipe com técnicos, agricultores e especialistas, está desenvolvendo atividades de assessoramento técnico, elaborando o Projeto Político Pedagógico e a construção física do Centro de Formação.

O Centro de Formação, Educação e Pesquisa em Agroecologia e Sistemas Agroflorestais, no extremo sul da Bahia, em uma região de Mata Atlântica, irá fomentar uma nova cultura no campo e na sociedade brasileira como um todo, cooperando no delineamento de um projeto popular de País comprometido com a sustentabilidade em todas as suas dimensões.

Um centro de treinamento comprometido com a melhoria das condições existenciais e materiais, com a conservação da biodiversidade e com a recuperação ambiental, pautado na compreensão que:

  • Reforma agrária e sustentabilidade socioambiental são conceitos e práticas convergentes e a agroecologia e os sistemas agroflorestais são caminhos privilegiados para a sua realização;
  • A sustentabilidade, em todas as suas dimensões, está diretamente relacionada à profundidade e abrangência da ação educadora;
  • Processos educadores comprometidos com a sustentabilidade socioambiental precisam ser permanentes, continuados, articulados e com a totalidade dos habitantes de cada território;
  • A gestão em busca da sustentabilidade de paisagens e territórios rurais é uma tarefa de todos os atores envolvidos nesse processo.

A implantação de um centro de formação voltado à educação socioambiental, tendo a agroecologia, os sistemas agroflorestais e a participação como eixos estruturantes, pode ser um bom caminho para que os distintos sujeitos sociais do extremo sul da Bahia contribuam para a construção de sociedades sustentáveis.

As atividades iniciais deste espaço contemplarão cerca de mil famílias em 12 mil hectares, localizados nos municípios de Prado, Teixeira de Freitas e Alcobaça. Posteriormente, as ações do Centro de Educação deverão ser ampliadas para outras regiões, contemplando mais assentamentos e comunidades rurais.

O Centro de Formação terá como foco principal a formação e capacitação de agricultores, mas isto não descarta a necessidade e a importância de processos formais de escolarização, que poderão ser implantados pelo Centro ou em parceria com outras instituições do campo educacional.

Pelo contrário, sinaliza-se para a relevância de processos formais de escolarização gestados, criados e implantados no bojo deste processo. Será o primeiro Centro especializado neste assunto, no mundo, e vai contar com apoio de várias Universidades e Instituições nacionais e internacionais.

Será um complexo com mais de 6.000 m2 de área construída e cerca de 20 ha de área total, contando com salas, auditórios, alojamentos, áreas para pesquisa de campo, entre outras estruturas e espaços educadores e demonstrativos de sistemas agroflorestais e agroecológicos. Trata-se do primeiro centro especializado neste assunto no mundo, que também contará com o apoio de universidades e instituições nacionais e internacionais.

Os pontos mais importantes de todo esse processo são a conquista dos novos assentamentos, a decisão de se tornarem assentamentos exemplares de um projeto de agroecologia e sistemas agroflorestais para o Brasil e a construção de um Centro de Formação, Educação e Pesquisa em Agroecologia e Sistemas Agroflorestais.

A sua importância estratégica para a agricultura familiar brasileira se tornará um símbolo para a construção participativa, pautada pelo diálogo transparente de um Brasil Sustentável.

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