Juliana de Moraes: O valor das idéias: sem comunicação não há valor

28 de outubro de 2009

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Em qualquer momento, seja de tranqüilidade, ou crise, idéias são bem vindas e necessárias para o desenvolvimento das corporações. É a partir delas, idéias, que nascem os novos projetos, produtos e hábitos, renovando, assim, o ciclo econômico do consumo.
Apesar de todos reconhecerem o seu valor e saberem que a sua origem está nas pessoas, ainda se mostra um grande desafio identificá-las no dia a dia das operações empresariais. Empreendedores têm muitas idéias, mas também as têm os colaboradores e clientes, que são fontes igualmente preciosas de inspiração para a renovação dos produtos e serviços disponibilizados pelas empresas.
Clientes são timidamente motivados a transmitir suas idéias para as corporações. E, quando estimulados, recebem pouco ou nenhum retorno relativo à essa contribuição. Não que inexistam empresas que aproveitem esse grande ativo, mas são poucas. Poderíamos contar nos dedos aquelas que mantêm, como prática permanente, um canal que estimule, de fato, o envio de sugestões pelos consumidores e aproveitam o resultado proporcionado para desenvolver seus projetos e estratégias de ação.
O mesmo se pode dizer em relação aos colaboradores. Cada qual, com valor imensurável pela experiência de atuação em sua área, num exercício diário de executar tarefas, ora simples, ora complexas, é inundado por idéias ao longo do tempo. Afinal, qual de nós não têm críticas a fazer em relação a algum procedimento das atividades que executa diariamente; ou não é capaz de imaginar como seria mais fácil realizar algo se pudesse ser feito de forma diferente?
Se há críticas, há de haver também idéias. E, como identificá-las? E, ainda melhor, como aproveitá-las para qualificar o trabalho, inovar e agilizar o desenvolvimento da empresa, garantindo ao cliente melhores produtos e serviços; e aos colaboradores, oportunidades de crescimento mais consistentes pelo bom desempenho do negócio para o qual dedicam seus esforços?
Caixas de sugestões, posicionadas em pontos estratégicos das empresas, já se mostraram pouco eficientes. Particularmente, não conheço nenhuma empresa que considere, seriamente, a “caixinha de sugestões” como ferramenta para coleta de idéias que se destinem à otimização dos processos ou desenvolvimento de planos.
Discussões em grupos de trabalho se mostram mais efetivas nesse sentido. Mas, ainda assim, o temor que a maioria sente em ver as expressões, dos colegas de trabalho, de decepção ou de descrédito, em relação às sugestões apresentadas, compromete o método que, a princípio, deveria ser um canal “óbvio” e claro para a divulgação de idéias.
Uma vez reconhecida, pelas direções das empresas, a necessidade de inovar constantemente, temos diante de todos o desafio de se criar um canal eficiente de comunicação para que as idéias geradas sejam devidamente registradas, explicadas, compreendidas, discutidas e adequadas para o desenvolvimento dos negócios.
Mas, mais importante do que isso, é a compreensão de que a idéia é, sempre foi e será o resultado de uma crítica ou desejo de melhoria. Ela, a idéia, surge pela observação da imperfeição. E, se a idéia em si não for uma solução “aproveitável”, há de se considerar o velho ditado: “onde há fumaça, há fogo”. Ou seja, toda sugestão de mudança ou inovação traz consigo um problema que precisa ser resolvido. Portanto, cabe às direções das empresas criarem uma cultura de comunicação das idéias.
Como um primeiro passo, indispensável, para fazer funcionar esse “sistema de coleta” está o veto do julgamento e da ridicularização das sugestões apresentadas. Só assim, teremos a oportunidade de visualizar o valor das idéias e, finalmente, aproveitar seus benefícios em prol da agilização das melhorias fundamentais ao crescimento das corporações.
Juliana de Moraes é consultora em comunicação empresarial e coordena projetos nessa área. Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero, tem pós-graduação em Administração de Negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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