O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) lançará no dia 04 de agosto, em São Paulo, o primeiro banco de dados online sobre o investimento social realizado pela iniciativa privada no Brasil. Baseado no Censo GIFE, mapeamento bienal que o Grupo faz sobre o Investimento Social Privado (ISP) de seus associados, o objetivo da plataforma é que nos próximos anos extrapole os limites da Rede e reúna também informações de todo o campo do investimento social privado brasileiro.
Além do incentivo à pesquisa, a iniciativa aponta para uma democratização dos dados coletados sobre o setor. “Até então, o Censo GIFE levantava uma série de informações sobre ISP e nós selecionávamos algumas para análise e publicação. Agora, esses dados estarão disponíveis a todos, que poderão viabilizar os cruzamentos que desejarem”, explica o gerente de Programas do GIFE, Andre Degenszajn.
Realizado pelo GIFE e Itaú Cultural, com parceira técnica do IBOPE (Inteligência/Instituto Paulo Montenegro), o Censo GIFE estima que sua rede de associados investe no país cerca de R$ 2 bilhões (2010), apontando um crescimento em relação a 2008 (R$ 1,3 bilhão).
Com o patrocínio de Oi Futuro, Petrobrás, Fundação Vale, Instituto Camargo Corrêa e Fundação Bradesco, o levantamento também mostra que a Rede GIFE beneficiou cerca de 24 milhões de brasileiros (2010). As áreas de Educação (82%), Juventude (60%) e Cultura (60%) seguem concentrando o maior número de investidores (estes dados não são por valor investido, mas por investidor ou beneficiados); e a de Meio Ambiente foi a que mais cresceu nos últimos cinco anos.
Contexto
Apesar de representar apenas uma parcela do investimento social brasileiro, a Rede GIFE, por reunir as maiores organizações, é considerada referência nacional na realização planejada de investimentos no campo social e seu desenvolvimento é indicativo das tendências do setor.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as empresas brasileiras investem anualmente no Brasil, aproximadamente, R$ 6 bilhões em ações sociais, “O Censo GIFE traz nitidez para a fotografia do investimento social privado, que ainda possui poucos dados sistematizados sobre suas práticas”, afirma a socióloga e diretora do Ipea, Anna Maria Peliano.
Debate
O lançamento do Censo GIFE Online será acompanhado por um debate aberto sobre como qualificar o investimento em Cultura, área de atuação que tem um estudo especial no Censo GIFE 2009-2010. Com o apoio de especialistas como Eduardo Saron (Instituto Itaú Cultural), Evelyn Ioschpe (Fundação Iochpe) e o curador e crítico de arte Paulo Sérgio Duarte, será possível entender porque muitas organizações fazem da arte e cultura não um investimento fim, mas instrumento para sua atuação em outras áreas.
O diálogo tem como base o Dossiê de Cultura realizado pelo GIFE. Nele, é possível notar que, apesar de ser a segunda principal área de atuação, apenas 4 associados (de um total de 102 pesquisados), se dedicam prioritariamente à cultura.
Entre as organizações respondentes, 36 delas afirmaram que cultura é apenas um de seus focos de atuação, enquanto 35 disseram que possuem ações esporádicas ou circunstanciais. Se o Censo apresenta reflexos na maneira pela qual os investimentos são realizados, os dados mostram que a área ainda é, para a maioria, um meio e não um fim.
Pelo Censo, há um número significativo de fundações e associações (27) que investem em atividades de arte-educação, o que se mostra consistente com o percentual de investidores que trabalham com educação. “Parte desses associados trabalham a dimensão da cultura e arte como parte do investimento mais amplo em educação”, analisa Degenszajn.
Questionadas sobre o uso de incentivos fiscais – e descontadas as organizações que atuam em cultura de forma esporádica – 66% delas afirmam usá-los, sendo que o principal mecanismo utilizado é a Lei Rouanet (52%). Segundo o Censo, caso os incentivos fiscais fossem revogados, apenas 5% responderam que deixariam de investir na área; 32% afirmaram que o volume de investimentos permaneceria inalterado e 41% disseram que o volume diminuiria.
Palestrantes
Eduardo Saron é Superintendente de Atividades Culturais do Itaú Cultural. É membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura como representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Evelyn Berg Ioschpe, socióloga e jornalista com formação também em Museum Education, é presidente da Fundação Iochpe e do Instituto Arte na Escola. Foi co-fundadora e presidente do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) tendo atuado nas áreas de pesquisa sociológica, imprensa e Terceiro Setor.
Dirigiu o Museu de Arte do Rio Grande do Sul de 1983 a 1987 e participa hoje do Conselho das seguintes entidades: Fundação Bienal do Mercosul; Bienal Internacional de São Paulo; CEATS/FIA–USP Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor; Conselho de Investimento Social Privado do Banco Santander; Membro do Grupo Orientador da Fundação Itaú Social; Associação Menor pelo Esporte Maior (AMEM); Arte sem Fronteiras; Museu Lasar Segall; Museu Judaico de São Paulo; Instituto Cultural Judaico Marc Chagall e Instituto Cultural Inhotim. Como reconhecimento pelo seu trabalho recebeu a medalha “Cidade de Porto Alegre”, conferida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre em 1986, o título “Cidadã Emérita de Porto Alegre”, conferida pela Câmara Municipal de Porto Alegre em 1988, o “2005 Brazil Foundation Award for outstanding contributions to Brazil´s non-profit sector”, New York, o “Prêmio Melhores Mulheres 2005” – Lojas Renner e Jornal do Commércio/ EDUCAÇÃO – e o “Prêmio BNP Paribas de Cidadania” – Banco BNP Paribas, São Paulo – 2005.
Fernando Rossetti é secretário-geral do GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e chairman da Wings (Worldwide Initiatives for Grantmakers Support). Formado em Ciências Sociais pela Unicamp, atuou na Folha de S.Paulo de 1990 a 1999, como repórter de Educação e correspondente na África do Sul (1994-95). Tem especialização em Direitos Humanos pela Universidade Columbia (EUA, 1997). Fundou, com Gilberto Dimenstein, a ONG Cidade Escola Aprendiz, que dirigiu de 1999 a 2002. Atuou como consultor para diversas organizações nacionais e internacionais do terceiro setor, como o Unicef, para quem escreveu o livro “Mídia e Escola – Perspectivas para políticas públicas”. É comentarista do Canal Futura desde 1997, e fellow do Synergos e da Fundação Avina.
Paulo Sergio Duarte é crítico de arte e professor. Pesquisador do Centro de Estudos Sociais Aplicados da Pró – Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa da Universidade Cândido Mendes. Projetou e implantou o programa Espaço Arte Brasileira Contemporânea – Espaço ABC – da FUNARTE (1980-1982). Foi Diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas da FUNARTE (1981-1983) e Diretor Geral do Paço Imperial (1986-1990). Possui textos publicados em diversos catálogos de exposição e revistas especializadas, no Brasil e no exterior. Publicou diversos estudos e artigos sobre arte moderna e contemporânea, dentre os quais destacam-se os livros Anos 60 – Transformações da Arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), Waltércio Caldas (Cosac & Naify, 2001), Carlos Vergara (Santander Cultural, 2003) e a Trilha da Trama e outros estudos (Funarte, 2004).
Serviços:
O quê: Lançamento Censo GIFE On line
Quando: dia 4 de agosto, das 9h30 às 12h
Onde: Instituto Itaú Social – Auditório Azul (Av. Paulista, 149, São Paulo)
Inscrições: www.gife.org.br
Contato: [email protected]
Mais informações:
CDN – Companhia de Notícias
Rose Rocha – (11) 3643-2952
[email protected]
www.cdn.com.br
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