Fórum Mundial de Sustentabilidade

10 de abril de 2012

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Fórum Mundial de Sustentabilidade - Ideia Sustentável

Primeiro dia (22/03): Entre a paixão e o equilíbrio

Um evento que pretende gerar discussões para a Rio+20 e, de preferência, estimular um compromisso definitivo de chefes de Estado quanto a práticas efetivas: assim teve início o 3º Fórum Mundial de Sustentabilidade, nas palavras de João Doria Jr, presidente do Grupo de Líderes Empresariais – LIDE.

Neste ano, destacou Doria, o objetivo do evento promovido pelo LIDE e realizado pelo XYZ LIVE, em Manaus, é ser mais técnico.

A Carta do Amazonas, documento que deve ser apresentado no sábado, trará reflexões extraídas do Fórum no que diz respeito a soluções em sustentabilidade.

De mãos dadas pelo futuro

Fazia 25 anos que Gro Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, não pisava em Manaus. E, nesse tempo, muita coisa mudou. Um mundo cada vez mais interdependente deu as caras.

O comprometimento real de instituições e indivíduos no engajamento de questões socioambientais foi um avanço. Porém, apesar do progresso e de maior conhecimento adquirido, “a maior parte dos problemas está acelerando”. A capacidade limitada de liderança global está entre eles. Sua solução? Parcerias! “Não apenas os políticos e governadores, mas todos nós precisamos aumentar e compartilhar as responsabilidades”, destacou Gro.

Olhando para o lado positivo dos últimos 20 anos, a ex-ministra falou sobre o surgimento de diversas convenções logo após a criação do relatório Nosso Futuro Comum, o qual ajudou a criar.

Nesse percurso, dois pontos principais que já estavam presentes no relatório representam, ainda hoje, passos decisivos para uma economia mais justa. O primeiro deles diz respeito ao empoderamento das mulheres: “precisamos de uma compreensão maior de seu papel chave para o desenvolvimento” – e, o segundo, a soluções eficientes em contrapartida à energia nuclear: “o Japão nos mostrou o nível desse problema. E a energia verde é fundamental para um futuro sustentável”.

Para Gro, a ciência está no centro da sustentabilidade: deve apontar o melhor caminho e informar os tomadores de decisão. “A ciência é uma língua comum que devemos falar”.

Para fechar, diz-se ainda otimista sobre o próximo encontro no Rio de Janeiro, do qual participará. “Nos próximos meses, todos os olhos estarão voltados à Rio+20. E o pessimismo não ajudará a mudar e inovar”, finalizou.

“Venha para a Rio+20!”

Enquanto Gro foi mais contida e equilibrada, Brice Lalonde, diretor executivo da Rio+20, fez um discurso empolgado. “Este é o momento de o Brasil, um país tão entusiasta, liderar essas discussões mundialmente”.

Para ele, soluções efetivas serão encontradas quando superarmos o conceito de fronteiras. “Se o mundo todo fosse apenas um país, aceitaríamos sua destruição? Acho que não!” John Lennon certamente concordaria. Imagine there’s no countries…

Mas já que a ideia do ex-Beatle ainda está muito avançada para o nosso tempo, Lalonde enfatizou a necessidade de planos de ação para acelerar a mudança, fazendo com que a natureza se torne parte da economia e a transforme em algo melhor, diferente da nossa “economia  antiga e conservadora”, segundo suas palavras. Porém, as propostas boas precisam ser simples e aplicáveis.

Por outro lado, com negociadores muito fechados e focados apenas no próprio país, será difícil mudar. Daí sim precisa-se de mais equilíbrio, como a carismática Gro demonstrou.

Sobre uma reforma na estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) para o avanço da governança global, Lalonde deixou seu otimismo de lado. “Não acho que vocês possam esperar um ‘renascimento’ da ONU”. E quando questionado sobre uma alternativa aos compromissos voluntários pouco eficientes, que nunca saem do papel, foi enfático: “Venha para o Rio e mostre seu ponto de vista!”

O primeiro dia de evento também contou com uma palestra de Steve Bass, chefe do Grupo de Mercados Sustentáveis do IIED (Instituto Internacional para o Ambiente e Desenvolvimento), que falou sobre Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) – mecanismo de pagamento àqueles que protegem as florestas nativas ou práticas ambientalmente amigáveis.

Amanhã, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, e o ex-primeiro ministro da França, Dominique de Villepin, colocarão suas ideias na mesa. Resta saber se a menina dos olhos ainda será a Rio+20… Veremos. E ouviremos.

* A repórter Cristina Tavelin viajou a Manaus a convite da organização do evento.

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