Evento sobre diversidade propõe soluções para empresas brasileiras

dezembro de 2012

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Diversidade não implica em gastos, mas em investimentos. E as empresas podem lucrar com isso, bem como a sociedade. Essa foi a principal conclusão dos debates do “Global Best Practice Session: Brazil 2012”, seminário que reuniu aproximadamente 100 pessoas em São Paulo, no dia 28 de novembro. Promovido pela Diversity Best Practice, organização que faz parte do grupo norte-americano Working Mother Media, o seminário trouxe reflexões profundas sobre os diversos aspectos da diversidade no mundo corporativo e alguns cases.

Foram cinco temas apresentados nas palestras e debatidos nas mesas de trabalho: diversidade de gênero – a mulher nas empresas e na liderança; diversidade de gerações – como conviver em um ambiente com pessoas de diferentes faixas etárias sem gerar conflitos; inclusão de pessoa com deficiência – a eficácia da lei de cotas e a necessidade de profissionalização dos candidatos; as diferentes classes sociais convivendo no mesmo ambiente de trabalho e diversidade no mercado – como as empresas podem e devem interpretar os diferentes tipos de consumidores e aprender a lidar com eles.

Diversidade de gênero

A questão da mulher abordou desde o dilema entre conciliar a vida profissional e as responsabilidades principalmente de mãe, até o quanto as características tipicamente femininas podem ser importantes para as lideranças. “A mulher tentou durante muitos anos se comportar como o homem no mercado de trabalho, mas isso não é mais necessário. Ela pode e deve assumir identidade e características femininas”, avaliou Samuel Russell Jr., diretor de Desenvolvimento Corporativo  e Fusões e Aquisições da General Motors South America. “Com uma certa flexibilidade de horário, por exemplo, nem mesmo filhos pequenos interferem no cotidiano da mulher profissional”. Flexibilidade, inclusive foi um dos tópicos mais relevantes na discussão sobre a mulher, inc lusive nas leis. “Algumas mulheres, por exemplo, não querem ficar seis meses de licença maternidade. Elas querem voltar antes, mesmo que gradativamente. Até porque poucas empresas pensam em processos para que  a mulher retorne de um afastamento estando totalmente integrada ao que aconteceu na empresa no seu período de ausência”, conclui Russell.

Encontro de gerações

Sobre diferentes gerações convivendo juntas em uma empresa – uma situação cada vez mais comum hoje em dia – a proposta é alinhar propósitos e promover uma comunicação eficaz. Primeiramente é necessário conhecer e conciliar as expectativas, pois dificilmente alguém que tem 20 anos tem a mesma visão de quem tem 50, concluiu o grupo que debateu o tema. Mas elas podem ser complementares e, se bem trabalhadas, trazer ganhos para a empresa. Entre as práticas propostas estão a promoção de um networking entre gerações dentro das empresas e um maior reconhecimento do potencial dos juniores, inclusive com a formação de grupos de trabalho.

Profissionais com necessidades especiais tem de dar retorno para a empresa

João Ribas, especialista em diversidade e inclusão da Serasa Experian, coordenou uma mesa de debates que fez uma análise do mercado de trabalho para pessoas com deficiência, bem como da lei que define as cotas desses profissionais nas corporações. “Em um primeiro momento, as empresas contrataram deficientes para cumprir a lei, mas hoje vemos que há aquelas que já o estão fazendo por consciência. Um dos grandes problemas ainda está nas lideranças, que falam de inclusão, mas voltam atrás na hora de destinar verbas”, lembrou Ribas.

Dependendo do profissional a ser contratado, são necessárias algumas adaptações físicas, como banheiros e rampas no caso de cadeirantes e de equipamentos, como softwares de voz para os cegos. “As organizações não podem ver esse dinheiro como um gasto apenas para cumprir uma lei. Elas precisam considerá-lo um investimento em alguém que vai trazer resultados. Por outro lado, o portador de necessidades especiais precisa ser capacitado e querer crescer, entrar no mercado de trabalho para contribuir e trazer resultados, jamais se acomodar em um sistema de cotas. “Há ainda muitos profissionais despreparados, mas é comum também ver, por parte das empresas, alocarem essas pessoas em um mesmo cargo por muitos anos, sem nenhum tipo de plano de carreira”, concluiu.

As culturas de um mesmo país

“Muito se fala da diversidade cultural entre países” lembrou Andrés Tapia, presidente do Grupo Working Mother Media que organizou o evento. Mas pouco se dá atenção às diferenças regionais dentro de um mesmo país, principalmente em lugares tão grandes quanto o Brasil. Como exemplo, Tapia citou três polos econômicos brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “É comum ver paulistas, cariocas e mineiros trabalhando juntos ou em parceria. Mas alguém já parou para pensar que mesmo originários de três grandes capitais da mesma região do País, essas pessoas podem ter muito mais diferenças culturais do que se vê? E que tais diferenças, dependendo de como forem tratadas podem agregar ou gerar conflitos?”, avalia.

Diversidade na hora de vender

“O mercado pede uma análise mais detalhada dos consumidores e quem tem feito isso tem saído na frente da concorrência. O Brasil é um país em que essa diversidade de consumidores é bastante complexa e pode ser muito bem aproveitada”, afirmou Juliana Haddad, controller da Procter & Gamble. Hoje no País, os 10% mais ricos concentram 50% da renda enquanto os 10% mais pobres detém, 1% da renda. Entre eles está o crescimento da classe C com suas características próprias. “O maior desafio é conseguir atender de maneira diferenciada essa diversidade de consumidores, em um universo com mudanças tão rápidas, sem que isso interfira na produtividade da empresa”, acrescentou. Um caminho possível, segundo o grupo que debateu o tema, é trabalhar mais profundamente na pesquisa em busca de semelhanças escondidas em vez d as diferenças aparentes.

Sobre o grupo Working Mother Media

Working Mother Media é uma divisão do grupo Bonnier Corporation (www.bonnier.com), sediado nos Estados Unidos. Publica a revista Working Mother, mantém o site www.workingmother.com  e o Working Mother Research Institute. Conta também com a Associação Nacional de Executivas (www.nafe.com) e com a divisão Melhores Práticas de Diversidade (www.diversitybestpractices.com). A proposta do grupo é trabalhar a mudança de cultura dentro das áreas em que atua. A revista Working Mother é publicada há 27 anos e hoje atinge mais de dois milhões de leitores, sendo a única revista de carreira nos EUA comprometida com as mulheres que trabalham.

Mais informações:

(11) 2769-7743 | (11) 3045-7481

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