Estudo Next – 6 tendências de sustentabilidade para a Indústria da Construção

Estudo Next – 6 tendências de sustentabilidade para a Indústria da Construção

Uma das maiores empregadoras do mundo, a Indústria da Construção representa algo em torno de 12% do PIB mundial. Gera, portanto, riqueza e desenvolvimento num mundo cada vez mais urbano. Mas também produz importantes externalidades sociais e ambientais, que precisam ser minimizadas ou eliminadas.

Apenas para citar algumas dessas externalidades: as edificações consomem um terço da energia global, respondem por um quinto das emissões de gases de efeito estufa e por 40% da geração de resíduos. Sempre às voltas com a informalidade, a indústria da construção é a terceira com mais acidentes de trabalho no Brasil.

Sustentabilidade está longe de ser um tema marginal para o setor. Sua incorporação plena à gestão dos negócios, desde o planejamento da obra até o seu uso — seja na forma de decisões, seja na de materiais, técnicas e processos —, pode resultar em diminuição de riscos para todas as partes interessadas.

Diferentes estudos apontam que edifícios mais sustentáveis costumam obter reduções médias de 40, 30 e 70% respectivamente no uso de energia e água e na geração de resíduos. Ao contrário do que se pensa, esses benefícios acrescentam pouco custo a uma obra, cerca de 1%, contribuindo para uma valorização de até 20% nos imóveis, em comparação com os convencionais.

O NEXT.doc, que conta, nesta edição, com o apoio institucional da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), segue uma metodologia com cinco etapas:

  1. consulta a fontes globais produtoras de conhecimento para identificação de tendências;
  2. validação das tendências com especialistas de todo o mundo;
  3. seleção de estudos de caso;
  4. publicação do estudo com análises e recomendações;
  5. disseminação dos achados por meio de encontros, palestras, workshops e cursos.

Esperamos que as informações aqui apresentadas sejam úteis para análises, reflexões e tomadas de decisão.

6 tendências de sustentabilidade para a Indústria da Construção

As seis tendências descritas a seguir abordam, entre outras questões, temas como a necessidade de superar o estágio de compensação de impactos e passar a promover externalidades sociais positivas, a importância da visão holística para o melhor planejamento e escolha dos recursos utilizados nas obras, a eficiência energética e hídrica e o engajamento dos stakeholders com os valores da sustentabilidade.

Clique na imagem abaixo para acessar o arquivo pdf com o estudo completo.

Tendência 1 – Promover externalidades sociais positivas na cadeia de valor

Com enorme potencial para gerar legados positivos, a indústria da construção pode levantar a bandeira da gestão sustentável e promover uma significativa mudança em toda a sua cadeia de valor, beneficiando comunidades.

Um dos grandes desafios do setor da construção se encontra na necessidade de superar o básico cumprimento de exigências legais e passar a impactar positivamente sua cadeia de valor, contribuindo com mudanças para além dos canteiros de obras e beneficiando segmentos econômicos mais vulneráveis com iniciativas de educação, saúde e sustentabilidade ambiental, por exemplo. Para que se tornem perenes, tais iniciativas devem estar inclusas no planejamento e nos objetivos das empresas. Leia mais.

Tendência 2 – Inovação em materiais e processos

Observando a máxima de que não se alcança um novo resultado pensando e agindo sempre da mesma forma, o setor da construção não vai avançar em sustentabilidade sem inovar em produtos e processos, o que implica adotar a Análise de Ciclo de Vida como premissa para a seleção de materiais desde a etapa de planejamento das obras.

A seleção correta de materiais e processos pode ser a porta de entrada para tratar da sustentabilidade na indústria da construção. A partir da aplicação da Análise de Ciclo de Vida, as empresas conseguem avaliar os recursos realmente sustentáveis, considerando requisitos como eficiência energética e emissão de gases de efeito estufa. Na etapa de projeto das obras, a escolha mais criteriosa de equipamentos permite também identificar inovações necessárias para melhorias na performance do setor. Leia mais.

Tendência 3 – Projetos sistêmicos

Adotar um olhar sistêmico desde a concepção de um projeto resulta em menor quantidade de retrabalhos, tempo de execução da obra, desperdícios de recursos materiais e financeiros e acidentes de trabalhos, entre outros benefícios. Ao se empenhar em inserir a sustentabilidade em todas as suas fases de atuação, o setor da construção pode melhorar não apenas os seus empreendimentos e a sua imagem, mas também o espaço urbano como um todo.

Cada vez mais, o conceito de sustentabilidade deverá influenciar não apenas a etapa de edificação ou operação das obras, mas todas as suas fases, do planejamento à gestão dos resíduos. Projetos sistêmicos são aqueles que levam em conta seus impactos sobre o entorno, visam ao melhor desempenho possível das construções e estabelecem conexões com o contexto social, ambiental e cultural em que se inserem, a fim de proporcionar qualidade de vida e bem­-estar aos moradores, ocupantes ou usuários. Leia mais.

Tendência 4 – Gestão sustentável de resíduos

Responsável por grande parte da produção de lixo no mundo, o setor da construção tem duas significativas oportunidades na gestão correta de seus resíduos: uma econômica, de investir no potencial de mercado da reciclagem – ainda pouco percebido pelos empresários e a própria sociedade –, e outra mais ampla, de contribuir com soluções eficazes para o problema do saneamento ambiental, ainda crítico em muitos países.

Reduzir a quantidade de poluentes lançados na atmosfera pelas atividades da indústria da construção e promover uma rígida gestão ambiental são iniciativas imprescindíveis para o desenvolvimento sustentável do setor, que, atualmente, responde por 40% da geração global de resíduos e 30% das emissões de gases de efeito estufa. Poder público, privado e sociedade civil precisam se articular para o controle da disposição final de entulhos e incentivar o ainda pouco percebido potencial de mercado da reciclagem. Leia mais.

Tendência 5 – Eficiência energética e hídrica

Responsável por uma grande parcela do consumo global de água e energia e por elevados níveis de emissões de gases de efeito estufa, a indústria da construção precisa valorizar a eficiência de produtos e processos para minimizar os seus impactos sobre o meio ambiente e a sociedade, seja por meio de novas obras sustentáveis seja pelo retrofit de edificações existentes.

Somente no Brasil, a indústria da construção é responsável por 21% do uso de toda a água tratada e por 50% do consumo de energia elétrica, enquanto pesquisas afirmam que ecobuildings podem economizar até uma Cantareira e uma Itaipu por ano. Embora à primeira vista pareçam interessantes apenas do ponto de vista socioambiental, construções sustentáveis conquistam cada vez mais a atenção de investidores e consumidores, devido às economias que permitem, à reputação que rendem e ao seu conforto e bem-estar. Leia mais.

Tendência 6 – Desenvolvimento da cultura de sustentabilidade para os stakeholders

Uma vez que as empresas não atuam sozinhas na indústria da construção, também não vão conseguir agir de modo sustentável sem que seus stakeholders estejam alinhados com seus valores sociais e ambientais. Promover uma cultura de sustentabilidade na cadeia implica, além de significativas mudanças internas nas companhias do setor, atualizações nas universidades e escolas de negócios – que devem formar profissionais atentos a princípios de ética e ecoeficiência – e no relacionamento entre os players do mercado.

Devido à extensa cadeia de valor da indústria da construção, torna-­se inegável seu papel chave na educação e no engajamento dos stakeholders para o desenvolvimento sustentável não apenas do setor, mas da sociedade como um todo. Trata-se do desafio de envolver profissionais de diferentes especialidades (arquitetura, engenharia, paisagismo, técnicos da construção civil), clientes, executivos, investidores, representantes de Conselhos de Administração e moradores das edificações com a questão da sustentabilidade. Leia mais.

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