Especial – Tendência 4: Desmaterialização

Especial – Tendência 4: Desmaterialização

No radar – Inovações em embalagem e distribuição
1. A menor garrafa de detergente
A garrafa do detergente concentrado 8x, da Method, é um caso de casamento bem-sucedido de embalagem e produto. Maior nível de concentração do produto, menor embalagem.
2. Embalagem “Livre de frustração”
O programa Amazon.com’s Frustration Free Packaging, que dispõe de cerca de 300 produtos, oferece embalagens mais simples e fáceis de abrir. A varejista on-line tem trabalhado com as empresas para ajudá-las a reduzir os materiais, cortar plásticos e adereços desnecessários e trocar as caixas de papelão comuns por opções de papelão liso.
3. Alternativas no formato Clamshell (dobrável)
Algumas empresas de embalagem – MeadWestvaco, CardPak e Winterborne – desenvolveram alternativas que usam muito menos plástico, substituem PVC por plástico reciclado  e usam papel reciclado ou proveniente de fonte sustentável. Em vez de uma grande embalagem de plástico, utiliza-se um case menor que se encaixe em torno do produto.
4. Laptop com caixa reduzida da HP
Em 2008, a Hewlett-Packard lançou um laptop com 97% menos embalagens do que os equipamentos comuns. A HP fez isso embalando o produto e seus acessórios em uma bolsa no estilo messenger bag. Quando alguém compra um laptop, provavelmente precisa de algo para transportá-lo. O “combo” proporcionou uma solução “dois-em-um” para pessoas que precisam obter os dois produtos ao mesmo tempo.
5. Latas livres de BPA
O processo de remoção de bisfenol A (BPA) de latas é mais um esforço para mudanças em embalagens por questões de saúde. A subsidiária de tomates orgânicos General Mills’ Muir Glen anunciou a mudança para latas livres de BPA, seguindo os esforços de remoção de empresas como a Eden Foods, que o eliminou de suas embalagens de feijão, e uma série de empresas de enlatados de frutos do mar.
6. Apenas conteúdos reciclados
Embora muitas empresas estejam adicionando lentamente materiais reciclados em suas embalagens, algumas já fizeram a mudança para 100%. Na maioria desses casos, elas precisam trabalhar com seus fornecedores para encontrar a combinação certa de plástico reciclado e desenvolver modelos tão eficientes quanto os de suas embalagens anteriores.
7. Plásticos baseados em plantas
Apesar de os bioplásticos estarem ainda na sua infância, devido à falta de serviços de compostagem, embalagens feitas a partir de plantas e resíduos “brotaram” em algumas companhias. Um desafio que terá de ser abordado é a embalagem que combina plástico à base de petróleo com outro à base de plantas, como o PlantBottle, da Coca-Cola, que contém 30% de cana-de-açúcar e melaço. Nas garrafas recicláveis, acrescentar muito bioplástico pode contaminar os demais resíduos e frustrar os esforços de reciclagem.
8. Amortecimento sem espuma
Embora tecnicamente reciclável, a espuma de poliestireno expandido (comumente chamado de Styrofoam) vem encontrando uma opção verde na forma de preenchimentos não derivados de petróleo. Recentemente, a Dell começou a utilizar amortecimento baseado em bambu para alguns laptops, escolhendo um material que tem um início (fonte renovável em vez de fóssil, não renovável) e um fim de vida melhores (compostável, em vez de descartado em aterros sanitários).
9. Livrar-se do que não é necessário
Desafio menos glamuroso, mas igualmente importante: olhe para a embalagem e avalie se existe um material (ou uma certa parte) que pode ser excluído.
Fonte: Green Biz
Por uma química verde
A natureza pode representar uma fonte de inspiração para estruturas menos complexas, capazes de ser absorvidas pelo meio ambiente após o seu uso, sem prejuízo para a saúde. Esse é um dos potenciais explorados pelos cientistas do biomimetismo, que acabou se tornando objeto de estudo de uma área específica denominada química verde. Para se ter uma ideia, enquanto a natureza necessita de apenas cinco polímeros para produzir tudo o que vemos, a indústria usa 350 diferentes tipos desse composto químico.
A química verde parte do princípio de que é melhor considerar a eliminação/redução de resíduos durante a fase de desenvolvimento do que dispor ou tratar essas substâncias depois que o material foi criado. Trocando em miúdos, basta seguir um padrão básico caracterizado por ciclos sempre fechados, nos quais o resíduo de um processo acaba sendo utilizado como alimento ou energia por outro organismo.
Partindo disso, as empresas podem substituir a ideia de ‘cadeias’ por ‘teias’ produtivas, a fim de identificar os inúmeros processos dos quais fazem parte, conhecendo e explorando todo o potencial dessas relações de interdependência.
 

Química verde – design, produção e uso de produtos químicos que:– Utilizem matérias-primas sustentáveis completamente e de forma eficiente;
– Minimizem a geração de resíduos e o consumo de energia na fabricação de produtos;
– Criem produtos úteis e de longa duração;
– Desenvolvam produtos ambientalmente responsáveis por meio da reciclagem e degradação natural.Fonte: The Berkeley Institute for New Chemistry

Também no que diz respeito a como desenvolver a nanotecnologia de forma segura, a natureza oferece muitas respostas. “Na natureza, tudo começa em nano escala. Portanto, deve haver uma forma de desenvolvermos um código de conduta sobre nanotecnologia que é informado pelas nanoestruturas dos organismos”, afirma Janine Benyus, do Biomimicry Institute.
Caminho das pedras:
Química verde: 12 princípios
Prevenção da poluição
É melhor prevenir a geração de resíduos do que fazer o seu tratamento e disposição depois de formados.
Economia atômica
Métodos sintéticos devem ser desenvolvidos para maximizar a incorporação no produto final de todos os materiais usados no processo.
Menor síntese de substâncias perigosas
Sempre que possível, metodologias sintéticas devem ser projetadas para usar e gerar substâncias que possuam pouca ou nenhuma toxicidade para a saúde humana e o ambiente.
Design de químicos mais seguros
Os produtos químicos devem ser desenvolvidos de modo a preservar a eficácia da sua função e ao mesmo tempo reduzir toxicidade.
Solventes e auxiliaries mais seguros
O uso de substâncias auxiliares (solventes, agentes de separação, entre outras) deve ser eliminado sempre que possível. Quando utilizadas, precisam ser inócuas.
Design com eficiência energética
As exigências de energia precisam ser reconhecidas pelos seus impactos econômicos e ao meio ambiente e, assim, minimizadas. Métodos sintéticos devem ser conduzidos à temperatura ambiente e pressão.
Uso de recursos renováveis
Uma matéria-prima deve ser renovável sempre que possível técnica e economicamente.
Redução de derivados
Derivatização desnecessária (grupos bloqueadores, proteção / desproteção, modificação temporária de processos físico-químicos) deve ser evitada sempre que possível.
Catálise
Reagentes catalíticos (tão seletivos quanto possível) são superiores aos reagentes estequiométricos.
Design para degradação
Os produtos químicos devem ser projetados de modo que, cumprida a sua função, não persistam no ambiente e, em vez disso, se transformem em produtos de degradação inócua.
Análise em tempo real para prevenção da poluição
Metodologias de análise precisam ser desenvolvidas para permitir o monitoramento em tempo real no processo e o controle antes da formação de substâncias perigosas.
Prevenção de acidentes
Toda substância usada em um processo químico dever ser escolhida de forma a minimizar o potencial de ocorrência de acidentes, incluindo vazamentos, explosões e incêndios.
Fonte: Warnerbabcock Institute for Green Chemistry
Desmontagem de produtos
A Boeing e a Airbus, concorrentes há 40 anos no mercado de aviões comerciais a jato, disputam agora para ver quem pode desmontar aviões com mais eficiência. O primeiro passo no processo é retirar os componentes vendáveis da aeronave, como motores, trem de pouso, forno de cozinha e centenas de itens. Para um Jumbo a jato, essas peças podem ser vendidas conjuntamente por até US$ 4 milhões. Na etapa de desmontagem final, recicla-se cobre, plástico e alumínio, este último material servirá na fabricação de carros, bicicletas e até mesmo outra aeronave.
O objetivo é reciclar 90% do avião.  Mas talvez um dia seja possível atingir 95%. Com mais de três mil aviões de carreira já aposentados e outros muitos por vir, esta frota representa uma mina de alumínio.
– Na Europa, empresas de tecnologia de informação estão explorando a reutilização de componentes dos equipamentos que, com a velocidade da inovação tecnológica, ficam rapidamente obsoletos. Como a lei europeia obriga os fabricantes a pagar pela coleta, desmontagem e reciclagem de materiais tóxicos, eles passaram a investir em técnicas de fácil desmontagem para qualquer coisa: de microcomputadores a telefones celulares. A finlandesa Nokia, por exemplo, projetou um celular para se desmontar sozinho.
– Na Alemanha e, mais recentemente, no Japão, os governos têm exigido que produtos como automóveis, aparelhos domésticos e equipamentos de escritório sejam projetados para fácil desmonte e reciclagem. Em maio de 1998, o legislativo japonês decretou uma severa lei de reciclagem de aparelhos domésticos, que proíbe, por exemplo, descartar máquinas de lavar, aparelhos de TV, ar-condicionado, entre outros. Como os consumidores são forçados a pagar o custo de desmontagem de aparelhos, na forma de uma taxa para empresas de reciclagem (que pode chegar a US$ 60 por geladeira ou US$ 35 por máquina de lavar), cresce a pressão por aparelhos facilmente desmontáveis.
Fonte: Plano B 4.0, Lester Brown
O papel das tecnologias
As tecnologias em informação e comunicação (ICT, do inglês Information and Communication Technologies) têm um papel decisivo na batalha contra as alterações climáticas. A área se destaca justamente pelo potencial de alavancar um novo modelo de consumo, baseado na desmaterialização dos serviços e processos produtivos. É o que revela o levantamento Carbon Connections: Quantifying Mobile’s Role in Tackling Climate Change, realizado pela Accenture e Vodafone, companhias do segmento de telecomunicações.
De acordo com o levantamento, esse setor tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em até 113 Mt CO2e ao ano e cortar cerca de €43 bilhões dos custos de energia dos 25 países da União Europeia até 2020.
Somente a substituição de produtos e processos físicos ou viagens por alternativas virtuais, como videoconferência ou comércio on-line podem abater 22.1 Mt de CO2e, proporcionando uma economia de €14.1 bilhões até 2020.

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