Especial – O modo sustentável de fazer negócios – Parte 6

Especial – O modo sustentável de fazer negócios – Parte 6

Petrobras – transformando riscos em oportunidades
Aprimoramento dos processos de gestão ambiental aliado à capacitação de funcionários e ao incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Essa receita vem sendo seguida à risca pela Petrobras e já rendeu à empresa reconhecimentos no Brasil e no exterior. Recentemente, a companhia integrou o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, que relaciona as empresas que melhor conseguem integrar os aspectos econômicos, ambientais e sociais e já se tornou referência para investidores e acionistas.
Para a empresa, a questão ambiental ocupa posição primordial nos processos e na estratégia de atuação. Sobretudo, após o acidente ocorrido em na Baía da Guanabara, em 2000, quando 1,3 milhões de litros de óleo vazaram para o mar. “Esse triste episódio foi um divisor de águas na nossa gestão ambiental. A partir daí, enfatizamos as boas práticas nessa área. As unidades foram certificadas de acordo com as normas de meio ambiente, saúde e segurança e introduzimos novos parâmetros de avaliação dos processos. Passamos a ter procedimentos e metas para todas as variantes ambientais, o que levou ao aperfeiçoamento do desempenho e aumento da percepção da Petrobras como empresa responsável”, afirma Luis Cesar Stano, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa.
Segundo ele, de 2000 a 2006, foram investidos cerca de U$ 4 bilhões em projetos para identificar riscos operacionais e otimizar a gestão ambiental em todas as unidades no Brasil e no exterior.
A capacitação da força produtiva foi outro aspecto priorizado. Os funcionários são estimulados a discutir seus impactos individuais no “Diálogo Diário de Segurança”, programa realizado na maioria das unidades da empresa. Também são oferecidos cursos de especialização nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente na Universidade Petrobras, que inclui esses temas em todas as grades curriculares. “O objetivo é embutir esses componentes em todas as atividades da empresa e, com isso, conscientizar para a possibilidade de riscos e, especialmente,  de prevenção de acidentes, seja ambiental ou com as pessoas”, esclarece Stano.
A variante ambiental também é um dos critérios para destinação de investimentos em pesquisa e desenvolvimento da Petrobrás. Somente para a área de biocombustíveis e energias renováveis, estão previstos investimentos de US$ 1,3 bilhão.  Em 1980, a empresa deu início aos seus estudos em biocombustíveis, mas foi só no início dessa década que eles foram retomados em função das questões ambientais e da elevação dos preços do petróleo. “Em um cenário de mudanças climáticas, o desenvolvimento de combustíveis renováveis passa a ser uma oportunidade de negócio, particularmente no Brasil, onde temos algumas vantagens competitivas na produção. Por isso, essa passou a ser uma área estratégica para a empresa”, ressalta Stano.
Em outra frente, a Petrobrás faz parte de um consórcio que reúne oito empresas petrolíferas do mundo com o objetivo de pesquisar tecnologias para seqüestro de carbono. O desafio desse grupo, liderado pela British Petroleum, é encontrar alternativas economicamente viáveis, como a tecnologia de injeção do dióxido de carbono em poços de petróleo, que vem sendo avaliada. Essa técnica já é utilizada para aumentar a capacidade de extração do óleo. Agora, as empresas petrolíferas estudam a viabilidade de substituir o gás pelo C02, capturado do próprio processo produtivo ou de outras fontes concentradas.
“Essa área de energia envolve a sociedade como um todo. A indústria do petróleo é apenas um dos atores no cenário das mudanças climáticas.  Para resolver esse problema, é preciso  engajar a sociedade e os governos, que são outros elementos nessa cadeia no que diz respeito à normalização e regulamentação, assim como os consumidores”, Sem a participação de todos, o problema não tem solução”, apregoa Stano.

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