Especial – O modo sustentável de fazer negócios – Parte 2

Especial – O modo sustentável de fazer negócios – Parte 2

Alcoa – Um milhão de árvores plantadas
A disponibilidade de recursos naturais como a bauxita e energia são determinantes para o processo de fabricação do alumínio. Daí ser a preservação desses recursos um fator estratégico para a  perenidade dos negócios da Alcoa – uma das líderes mundiais na produção do metal.  Há mais de duas décadas, a  empresa, que opera nos Estados do Pará, Minas Gerais e Maranhão, vem orientando suas atividades com base em parâmetros ambientais. Porém, somente em meados da década 1980, com a formação do Consórcio Alumar (complexo de produção de alumínio e alumina localizado em São Luis, MA)  esses procedimentos começaram a ser sistematizados. O estímulo para isso foi a necessidade de aprimorar os procedimentos sobre meio ambiente para atender as exigências da nova legislação que, entre outras mudanças, passou a exigir a elaboração de EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) para empreendimentos de grande porte.
A primeira medida da Alcoa foi contratar um profissional para as funções de gerente de meio ambiente, além de trazer um especialista dos Estados Unidos para orientar os procedimentos nessa área. Assim começou o primeiro departamento de meio ambiente na empresa que consolidou sua gestão ambiental com a obtenção da primeira certificação ISO 14001 na unidade de Poços de Caldas (MG), em 1998. “A partir daí, a gestão ambiental passou a ser considerada como uma necessidade sistêmica, presente em todas as nossas atividades”, afirma Maurício Born, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Alcoa.
Além de minimizar custos, a empresa descobriu novas oportunidades de negócio com a recuperação de matérias-primas e o aproveitamento de resíduos em outros processos produtivos.
Entre outros feitos, a Alcoa desenvolveu um reator que permite filtrar as emissões gasosas durante a fusão do alumínio, utilizando a alumina que é uma das matérias-primas. Depois de servir como meio filtrante, ela retorna para o processo. Esse sistema proporciona ainda a recuperação de outro insumo, o floreto de alumínio, evitando que ele seja extraído novamente da natureza. Essa medida também proporciona a redução do descarte de resíduos no meio ambiente, com  benefícios econômicos para a empresa. Para gerenciar esses processos de aproveitamento de resíduos e descobrir novas aplicações, a companhia criou o departamento de venda de produtos especiais. Com isso,  muitos materiais antes considerados resíduos hoje são comercializados como matéria-prima para outras empresas. É o caso dos carbonácios, que são utilizados pela indústria cimenteira e siderúrgica.
Também já está em fase avançada de pesquisa a utilização do resíduo de resina de bauxita para indústria de azulejos ou de cerâmica. “O resíduo é um insumo que se compra, paga-se por ele e que acaba não sendo adicionado ao produto e, portanto, não gerando receita. Além disso, ainda tem-se que gastar para descartá-lo. Por isso, o ideal é reduzir a quantidade de resíduos gerados ou tentar eliminá-los, o que nem sempre é possível. Uma alternativa é utilizá-los em outros processos”, explica Born.
A revisão dos processos produtivos também proporcionou a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Em 2003, a Alcoa atingiu a meta de 25% de redução da emissão desses gases em relação a 1990. Segundo Born, o desafio agora é manter as emissões atuais frente ao crescimento da empresa. Para isso, a companhia pesquisa novas tecnologias e processos de fabricação do alumínio, além de formas de aprimorar a sua eficiência energética. “Nosso foco agora é buscar fontes alternativas de energia, como, por exemplo, o biodiesel, que já estamos utilizando  na frota de veículos”, afirma Born.
Outra prioridade da empresa é a recuperação de áreas mineradas. Antes de a reabilitação desses locais se tornar obrigatória – conforme determinou  a Constituição de 1988 – a Alcoa implementou um sistema com esse objetivo na unidade de Poços de Caldas, em 1978 que se transformou em  referência mundial por ser o primeiro a utilizar plantas nativas.
Atualmente, o total de áreas reabilitadas é de aproximadamente 400 hectares, com o foco na regeneração do meio ambiente e o equilíbrio da fauna e flora locais.
Outra ação da Alcoa é manter dois parques ambientais, localizados em Minas Gerais e no Maranhão, que são áreas remanescentes de importantes ecossistemas brasileiros, a Mata Atlântica e o Pantanal, respectivamente. Nessas áreas, são mantidos centros de pesquisa para o estudo de espécies nativas e incentivo à integração da comunidade com o meio ambiente.
Em 1998, a empresa criou o programa “Um Milhão de Árvores”, cuja meta era plantar um milhão de mudas até 2008. Com o envolvimento de funcionários, comunidade, fornecedores e clientes, a meta foi atingida em 2003, o que levou a Alcoa a traçar um desafio ainda mais ambicioso: plantar 10 milhões de árvores até 2020. Essa é também a data limite fixada pela empresa para tornar-se totalmente sustentável.

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