Especial – O desafio de educar líderes para uma economia verde – Parte IV

Especial – O desafio de educar líderes para uma economia verde – Parte IV

Duquesne University
Localizada em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia (EUA), a Duquesne University seguiu a tradição das instituições norte-americanas de adotar a discussão da sustentabilidade a partir da ótica ambiental. Em 1992, criou o seu primeiro programa focado no tema, o mestrado em Ciência e Gestão Ambiental. Foi uma resposta a recomendações do seu Conselho Externo, que, já naquela época, apontava a necessidade de formar profissionais capazes de fazer a ponte entre cientistas, engenheiros, gestores e advogados para lidar com as questões ambientais.
Em 2007, lançou outro programa voltado à área, o mestrado de Administração de Negócios em Sustentabilidade, integrando questões financeiras, sociais e ambientais ao conjunto de competências dos MBAs tradicionais. “Essa aproximação resultou da convicção da universidade de que a educação de negócios precisa antecipar os desafios que as companhias enfrentarão e preparar a próxima geração de líderes capazes de tornar os negócios lucrativos e competitivos no longo prazo, equilibrando responsabilidades na área ambiental, social e financeira”, afirma
De 2007 para 2008, o MBA em sustentabilidade dobrou seu número de participantes. Em 2009, a Duquesne espera um aumento de 40% na procura.
Em janeiro deste ano, o programa recebeu o Page Prize, que reconhece as instituições norte-americanas que oferecem os melhores currículos na área de Sustentabilidade. A premiação, promovida pela Moore School of Business, da Universidade da Carolina do Sul, tem como objetivo apresentar aos estudantes o que de melhor vem sendo produzido em termos de conhecimento para a sustentabilidade.
Apesar de não dispor de um departamento específico dedicado à sustentabilidade, as atividades de pesquisa nessa área são lideradas por algumas unidades como a Escola Bayer de Ciências Naturais e Ambientais e o Centro para Política Social e Pública.
As pesquisas em sustentabilidade estão concentradas em três grandes áreas. A primeira é a de Ciências Naturais, com projetos destinados ao desenvolvimento de indicadores químicos e biológicos de poluentes, além de soluções para reduzir a poluição. A segunda, de Ciências Sociais, dedica-se à busca de modelos e técnicas para assessorar a gestão pública na gestão dos problemas ambientais em áreas como política energética, planejamento urbano sustentável e ecologia industrial. A área de Negócios integra os esforços de pesquisas em sustentabilidade a partir do desenvolvimento de soluções e seleção das melhores práticas para aliar benefícios econômicos, ambientais e sociais.
Ter um campus sustentável é uma preocupação permanente na Duquesne. Por isso, ela mantém atividades como reciclagem e medidas para redução do consumo de água e energia. Essa experiência também vem sendo estendida à comunidade por meio de iniciativas como o One Step at a Time (Um passo de Cada Vez). Criado em 2007 pelos professores Pitt and Carnegie Mellon, o projeto visa estimular os alunos a buscar soluções para reduzir os impactos ambientais do campus.  A partir de 2009, essas ideias passaram a ser compartilhadas com a comunidade em um simpósio voltado para elaborar um plano de desenvolvimento sustentável para a cidade de Pittsburgh. Os alunos do Centro de Pesquisa e Educação Ambiental, do MBA de Sustentabilidade e da Escola de Direito apresentaram soluções como a MARKAL, ferramenta desenvolvida para o departamento de energia dos EUA para monitorar o consumo energético e as emissões de CO2.

ESADE
O destaque da ESADE Business School não são os programas de MBA focados em sustentabilidade, como muitas das experiências relatadas até agora. A escola de negócios espanhola optou por integrar as questões ambientais e sociais em todos os seus programas de MBA convencionais, do Marketing ao Direito.
Segundo Ignasi Carreras, da ESADE, esses esforços começaram há aproximadamente 15 anos. Hoje são liderados pelo Instituto de Inovação Social, que reúne pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento dedicados a identificar os melhores projetos na área e formas de levar essas experiências para os cursos da instituição. “O objetivo do instituto é desenvolver competências organizacionais e pessoais para a comunidade de negócios e organizações não governamentais de forma a reforçar a sua contribuição para uma sociedade sustentável”, ressalta.
As atividades de pesquisa piorizam três áreas principais: integração da responsabilidade social corporativa na estratégia do negócio e engajamento com stakeholders; liderança e gerenciamento para ONGs e empreendedorismo social.
Mas a pesquisa representa apenas uma das linhas de atuação da escola de negócios. A ESADE participa também de uma série de iniciativas em cooperação com outras instituições, como, por exemplo, o curso de Responsabilidade Social Corporativa, o único realmente focado na temática, resultado de uma parceria com a universidade norte-americana Standford.
A ESADE também é signatária de iniciativas globais como o Pacto Global da ONU e dos Princípios da Global Reporting Initiative (GRI). No âmbito local, formou em 2004, o Centro Regional de Experiência e Aprendizado para o Desenvolvimento Sustentável, junto com a Universidade Politécnica da Catalônia e outros parceiros, como os governos local catalão e de Barcelona. A iniciativa responde aos desafios colocados pela Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) e tem como objetivo constituir um centro de referência de aprendizado em sustentabilidade.

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