Especial – O desafio de educar líderes para uma economia verde – Parte III

Especial – O desafio de educar líderes para uma economia verde – Parte III

Duke University/ Nicholas School of the Environment
Duke University, localizada na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, colhe hoje os frutos do seu pioneirismo. Já na década de30, a universidade mantinha duas unidades voltadas ao estudo de questões ambientais: a Escola de Reflorestamento e a Universidade Duke de Laboratório Marinho. Em 1991, elas foram integradas ao departamento de geologia para formar a NicholasSchool of the Environment.  (NSE)
Outro marco importante no processo de adaptação de suas propostas de ensino se deu em 2005, quando a instituição adotou a Política Ambiental do Campus pela qual se comprometeu a assumir a liderança em três áreas: pesquisa e educação ambiental; operações ambientalmente responsáveis e manejo ambiental na comunidade.
Hoje, com a crescente demanda por cursos na área ambiental, a universidade já dispõe de programas bem estruturados. “O interesse por cursos na área ambiental, especialmente programas de mestrado, cresceu significativamente na última década. Muitas companhias estão à procura de gerentes ambientais e cientistas preparados para liderar seus esforços em sustentabilidade.Essa demanda também se verifica nas agências de governo e nas organizações da sociedade civil”, afirma Tim Lucas
especialista de relações institucionais da Nicholas School of the Environment.
A questão da sustentabilidade também está presente na graduação. Os diferentes departamentos da instituição têm criado cursos na área para atender o interesse dos alunos pelo tema. Assim, surgem disciplinas que aos olhares mais convencionais soam inusitadas, principalmente quando observadas as áreas de conhecimento onde são oferecidas: Alimentos e energia e Justiça ambiental (Sociologia), Recursos e economia do meio ambiente (Economia), Fronteiras ecológicas (Língua Inglesa), Ciência da conservação marinha (Políticas Públicas); Meio ambiente em situações de conflito e paz (Ciências Políticas), entre outras.

A tradição em pesquisa na área ambiental não impede que a instituição se dedique também à busca de soluções voltadas às questões sociais. O exemplo mais notório de iniciativa desse tipo é o Children Envirolmental Health. Desde 2002, os membros desse grupo trabalham na elaboração de estratégias, com foco no desenvolvimento, e uma nova ferramenta de mapeamento para que as agências de saúde pública e a comunidade possam identificar os domicílios em que existem crianças em situação de risco. Em reconhecimento a esse esforço, a iniciativa recebeu o National Achievement in Environmental Justice Award (Prêmio Nacional de Justiça Ambiental), da Agência de Proteção Ambiental, em 2008. Denominada Childhood Lead Exposure Risk Model, a ferramenta está disponível no site (http://www.nicholas.duke.edu/cehi/), já tendo sido implementada em estados como Carolina do Norte, Carolina do Sul e Michigan, além das de cidades como Detroit e Kenosha.
Na área de responsabilidade social corporativa, especificamente, a instituição também realiza pesquisas por meio do Duke’s Corporate Sustainability Initiative. A unidade é resultado da cooperação entre a NSE, a Fuqua School of Business e o Nicholas Institute of Environmental Policy Solutions. “A iniciativa tem como objetivo avançar na teoria e prática da sustentabilidade corporativa, preparando a próxima geração de líderes sustentáveis que assumirão os negócios. A maioria das pesquisas realizadas pela unidade estão relacionadas diretamente à questão das mudanças climáticas”, explica Lucas.
A universidade conta ainda com o Duke University Sustainability Office, criado em 2004 com o objetivo de assegurar que as atividades do campus sejam sustentáveis.  O escritório possui oito integrantes dedicados integralmente a essa tarefa. São eles: diretor de sustentabilidade, coordenador de expansão da sustentabilidade, diretor de iniciativas de neutralização de carbono, coordenador de compras sustentáveis; coordenador de alimentação sustentável, gerente de energia, coordenador de reciclagem e coordenador do LEED (padrões para edifícios verdes).
Essa equipe coordena iniciativas como a Duke Computer Exchange, que doa computadores para escolas locais e centros comunitários, a compostagem de resíduos orgânicos e o programa de reciclagem, por meio do qual a universidade já recicla 33% de todo o seu lixo, por ano, incluindo lâmpadas fluorescentes e aparelhos celulares. A universidade também tem como meta reduzir em 70% o seu consumo de petróleo até o fim de 2009.

Além do mestrado de reflorestamento, área em que já possui tradição, a NSE oferece um programa de Gestão Ambiental, que agora ganha uma versão internacional desenvolvida em parceria com universidades na Índia e Emirados Árabes. “Esse programa tem como objetivo treinar futuros gerentes ambientais em economias emergentes, com um foco especial nas questões específicas da Índia, Oriente Médio e Norte da África”, ressalta Lucas.
O curso também está disponível na versão on-line por meio do programa de educação continuada Duke Environmental Leadership. Em resposta à demanda crescente por profissionais preparados para otimizar o consumo de energia nos mais variados processos, a NSE  oferece ainda um mestrado de gerenciamento de energia e meio ambiente, que se tornou um dos seus programas mais populares.

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