Especial – Eficiência energética: quando menos é mais – Parte IV

Especial – Eficiência energética: quando menos é mais – Parte IV

Desafio para governos, empresas e indivíduos
Em 2001, a crise energética que acometeu o País (conhecida como apagão) levou empresas, consumidores e governos a repensarem suas ações em relação ao consumo de energia. Atualmente, o crescente preço dos combustíveis também se tornou uma grande preocupação.
De acordo com Brito, do INEE, houve uma grande conscientização na época, que acabou perdendo força devido à falta de políticas adequadas. “Observou-se uma redução de quase 30% no consumo de energia por algum tempo. Mas depois essa economia acabou sendo consumida. Hoje voltamos para a mesma situação anterior”.
Criar tecnologias mais eficientes e economizar energia são medidas fundamentais para a mudança estrutural exigida por uma uma economia de baixo carbono. Essa foi uma das questões levantadas na Conferência sobre Competitividade e Eficiência Energética, realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no final do ano passado.
No Brasil, segundo Vellutini, existe muito potencial para o ganho em eficiência energética. “É necessário estender o conceito para edifícios e iluminação públicas, onde há espaço para a implantação de estruturas mais eficientes.”
De acordo com Uchôa, diretor da Cisco, a movimentação do Brasil na área de eficiência energética cresceu consideravelmente nos últimos dois anos. Em sua opinião, o grande desafio se dá no âmbito dos indivíduos. “Seja através da economia de combustível, evitando uma viagem de carro ou de outras atitudes, acredito que empresas devem se esforçar para conscientizar as pessoas.”
Em países emergentes, a pressão está crescendo para aumentar os níveis de eficiência energética.
Segundo dados da Organização Latino-Americana de Energia, a América Latina e o Caribe poderiam reduzir o consumo energético em 10% até 2018 se houvesse mais investimentos em tecnologia e equipamentos mais eficientes. O custo de US$ 17 bilhões para atingir essa meta resultaria na redução de consumo de 143 mil gigawatts/hora.
Para atender a essa demanda por meio das tecnologias convencionais, os investimentos saltariam para US$ 53 bilhões, montante necessário para construção de 328 usinas termelétricas a gás natural. Segundo David, em todos os países em que a eficiência energética avançou (Canadá, EUA, Alemanha, Espanha), o Estado teve importante papel de indução. No Brasil, criou-se a lei nº 9.991, em 2000, que obriga concessionárias e permissionárias de energia a aplicar, anualmente, o montante de 0,75% de sua receita líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e 0,25% em programas de eficiência energética. Porém, levando em conta a tendência de crescimento do consumo energético na América Latina – que precisará de 75% a mais de energia em 2030 em relação a 2004, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE) – ainda há muito a ser feito.
Situação da eficiência energética na América Latina e Caribe

Niveís Países
I.- Países com ampla experiência Brasil e México
II.- Países que possuem programas com bom nível de cobertura nacional Barbados, Costa Rica, Cuba e Perú
III.- Países com algum grau de desenvolvimento que requerem apoio técnico para consolidar seus esforços Argentina, Bolivia, Colombia, Chile, Equador, Honduras, Jamaica, República Dominicana, Trinidad & Tobago, Venezuela.
IV.- Países com menor desenvolvimento do tema El Salvador, Grenada, Guyana, Guatemala, Haití, Nicaragua, Panamá, Paraguai, Surinami, Uruguai.


Fonte: Organização Latino-Americana de Desenvolvimento de Energia (Olade)

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