Especial – Eficiência energética: quando menos é mais – Parte III

Especial – Eficiência energética: quando menos é mais – Parte III

TI verde
A ideia de reduzir o consumo de energia também vem ganhando força no segmento de tecnologia de informação. Em 2007, a IBM anunciou o investimento de US$ 1 bilhão por ano no desenvolvimento de novos produtos e serviços de TI que ajudam a tornar mais eficiente o uso de energia da própria empresa e de seus clientes.
A companhia identificou a necessidade de adaptação em 1997, ao perceber que seus data centers consumiam grandes quantidades de energia. Desde então, começou a realizar um trabalho específico para a área. Nos últimos dez anos, diminuiu o número de data centers mundiais de 155 para apenas oito. “A empresa fez sua lição de casa. E com o resultado positivo obtido, se deu conta de que tinha algo a oferecer para o mercado e para os clientes que também já começavam a estimular essa nova demanda”, constata Adriano Barreto, executivo de Desenvolvimento de Serviços da IBM Brasil.
Com o projeto denominado Big Green, que abrange o diagnóstico, a construção, a virtualização (que inclui novos sistemas como os de telepresença), a gestão e a refrigeração de espaços, a empresa pretende duplicar a capacidade operacional dos centros de processamento nos próximos três anos, sem aumento no consumo de energia. Com isso, a IBM lançou luz sobre uma questão que vinha tirando o sono dos profissionais de TI.  Tendo atingido a capacidade total dos data centers, muitas empresas viram sua possibilidade de crescimento limitada e se encontraram diante da necessidade de fazer novos investimentos para mudar esse quadro. Mas com a otimização desses centros de processamento, a construção de novos espaços deixou de ser necessária e o consumo de energia pode ser muito mais eficiente – chegando a gerar uma economia de 25% a 50%.
A eficiência energética é um critério valorizado pela Cisco no desenvolvimento de novos produtos. Um exemplo está na área de roteadores:  comparada à de alguns anos atrás, o seu desempenho aumentou 20 vezes com mesma quantidade de energia. “A partir do momento que se cria um produto mais potente, que ao mesmo tempo não necessita de mais energia, isso auxilia na redução do consumo”, avalia Rodrigo Uchôa, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cisco Brasil.
Políticas Públicas incentivam busca por eficiência
Fatores como industrialização e mudanças no comportamento do consumidor geralmente são associados ao aumento da demanda por energia nas economias emergentes. Ainda que o seu consumo total continue abaixo das nações industrializadas, os países em desenvolvimento  apresentem taxas mais altas de consumo.
Segundo o estudo Energizando o desenvolvimento sustentável – conceitos e projetos, da Agência de Cooperação Alemã GTZ, estima-se que, caso uma ação política drástica não seja tomada, o consumo de energia no mundo aumentará cerca de 50% até 2030, comparado com 2005. E os países em desenvolvimento somarão dois terços desse aumento. “Acredito que faltam políticas públicas para incentivar uma maior difusão e adaptação de eficiência energética nos processos. Impor restrições e incentivar também seria útil. Por exemplo, se um consumidor compra um produto mais eficiente, ele pode receber incentivos tributários”, propõe Vellutini, do BID.
Estabelecer e implementar programas governamentais de fundos requer conhecimento especializado e processos transparentes. No Brasil, uma iniciativa bem-sucedida foi o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), que resultou em R$ 20 bilhões de economia em expansão dos suprimentos energéticos.  “Experimentamos talvez um dos maiores programas tecnológicos na área de eficiência, o Reluz, da Eletrobrás, que realizou uma transformação significativa na iluminação pública brasileira. Não temos toda a capacidade eficiente hoje, mas em um tempo curto renovamos aproximadamente cerca de 70% do parque”, avalia David, da Abesco.

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