Por Juliana Lopes
Reinvente-se. Inove. Essa bem que poderia ser a nova mensagem da campanha Just do it, da Nike. Mais do que isso, as duas palavras resumem o aprendizado da empresa norte-americana na última década. Melhor do que nenhuma outra, a globalmente famosa companhia de calçados, roupas e artigos esportivos conhece as dores de uma crise e também, no outro extremo, o valor das oportunidades que elas proporcionam.
Apontada como “a inimiga número um” da responsabilidade social, em 1996, quando foi objeto de uma denúncia de condições insalubres e trabalho infantil em fábricas contratadas, a Nike não só virou a página do episódio como está ajudando a escrever um novo capítulo na história do seu segmento a partir da introdução do conceito de considered design, performance sem comprometer a sustentabilidade.
Esse é o nome de uma linha lançada em 2005, com produtos significativamente mais sustentáveis do que os convencionais. Eles resultam de um esforço conjunto do time de designers voltado para a busca de soluções menos tóxicas, que eliminem ou diminuam a quantidade de resíduos gerados e com materiais ambientalmente preferíveis.
À frente dessa mudança está Lorrie Vogel, gerente-geral de Considered, que deixou a posição de diretora de Inovação da Nike Footwear para liderar a nova área. “Um dos meus objetivos era integrar a sustentabilidade ao modelo de negócio como um todo, fazendo com que os designers se envolvessem nos diferentes processos”, conta em entrevista exclusiva à Ideia Sustentável.
Como bússola para essa mudança de posicionamento, a companhia aposta no Nike Considered Index. O índice se apoia na análise do ciclo de vida para examinar o design e fatores de produção como seleção de materiais, uso de solventes, tratamento de tecidos, resíduos, inovação em calçados e vestuário.
Os primeiros resultados da iniciativa já são perceptíveis. Em 2007, a Nike apresentou ao mercado o tênis Considered Air Jordan XX3, e também uma linha completa de vestuário para atletas, em Pequim, feita 100% com poliéster reciclado.
Os produtos da linha Considered são classificados em ouro, prata ou bronze. O objetivo da companhia é atingir o padrão mínimo de bronze em todas as linhas de calçados até 2011, nos produtos de vestuário, em 2015, e nos equipamentos, como bolas, luvas e mochilas, em 2020. “Se fizermos isso em toda a companhia, teremos uma redução de 17% dos resíduos e um aumento de 20% no uso de produtos ambientalmente preferíveis. Manteremos a meta de redução de 95% nos compostos orgânicos voláteis. Uma vez atingidos esses objetivos, estabeleceremos novas metas capazes de nos levar ainda mais longe”, explica Vogel.
Para estabelecer ciclos de produção fechados, a empresa está de olho nas oportunidades de inovação inspirada na natureza e tem dedicado esforços na busca de novos materiais. Confira essas e outras estratégias de uma das maiores marcas do mundo na entrevista a seguir.
Foto legenda: O tênis Steve Nash Trash Talk foi um dos primeiros calçados de performance esportiva classificado na categoria ouro do Considered Index.
Ideia Sustentável: Depois da campanha contra as condições de trabalho nas fábricas contratadas pela Nike, nos anos 90, quais foram as principais medidas adotadas pela companhia para chegar aos padrões de sustentabilidade atuais?
Lorrie Vogel: Quando isso aconteceu não estávamos preparados nem devidamente engajados em um diálogo significativo com os nossos principais públicos. Então, precisamos mudar a percepção de diálogo no negócio e fazer ajustes na nossa estratégia para que atingíssemos o progresso no futuro. Por conta disso, cruzamos a fronteira tradicional de gerenciamento de riscos e reputação, característica da responsabilidade social corporativa, para trabalhar em uma outra plataforma voltada a desenvolver melhores inovações.
IS: Houve algum marco nesse processo?
LV: Não acredito que tenha existido um ponto de mutação, mas uma evolução ao longo dos anos. Iniciamos nossos esforços de sustentabilidade em 1992. Foi só nesse momento que começamos a ter um entendimento melhor da nossa pegada ambiental. A partir daí realmente focamos nos nossos maiores impactos e centramos forças na análise de questões como a quantidade de resíduos gerados e no consumo de água. À medida que fomos compreendendo melhor esses impactos, pudemos focar em programas-chave capazes de realmente fazer a diferença.
IS: Como a Nike está evoluindo de uma estratégia de responsabilidade corporativa baseada no compliance para a efetiva integração da sustentabilidade ao negócio, do design à manufatura, envolvendo toda a cadeia de suprimentos?
LV: Como mencionei antes, trata-se realmente de se mover de uma visão de responsabilidade corporativa baseada no gerenciamento de risco, dentro do modelo de compliance, para uma estratégia de longo prazo centrada na inovação, colaboração, transparência e advocacy, preparando a companhia para uma economia sustentável.
Avançamos sobre o modelo de compliance com a ajuda de diferentes gestores, olhando sempre para os nossos maiores impactos. É disso que o considered trata. Por isso, o design é o conceito inicial. Os profissionais dessa área atuam como conselheiros da inovação na companhia. Sendo assim, estamos trabalhando para dar condições aos designers de fazer melhores escolhas. Queremos cada vez mais empenho deles na compreensão dos nossos maiores impactos, ajudando-nos a criar um futuro com produtos cada vez melhores. Para tanto, é preciso integrar a sustentabilidade aos negócios, de modo que ela esteja presente em tudo o que fazemos. Quanto mais pessoas engajarmos nessa missão melhor, porque todos podem ter ideias capazes de nos mover mais rápido na direção de uma economia mais verde.
IS: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
S: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
IS: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
IS: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
IS: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
IS: A análise do ciclo de vida dos produtos direciona a inovação e a decisão de investimento? Como essa ferramenta impacta o planejamento estratégico?
LV: Quando falo de todas essas ações realizadas com os designers, o Considered Index – que desenvolvemos para fazer a análise do ciclo de vida – é a principal ferramenta de que dispomos para conhecer nossos maiores impactos. Quando desenhamos uma camiseta ou um tênis, começamos avaliando os impactos ambientais, como a quantidade de resíduos gerada, o tipo de material. Graças à análise do ciclo de vida, os designers podem saber, por exemplo, se um poliéster reciclado é melhor do que o algodão orgânico para determinada aplicação. Ao identificar as diferentes opções de materiais, eles têm condições de fazer melhores escolhas. O uso de materiais é um tema-chave na Nike, tanto que estabelecemos a meta de tornar nossos calçados 100% considered até 2011, e a linha de vestuário em 2015.
Outra meta que temos para 2011 é o crescimento de 200% no uso de materiais ambientalmente preferíveis. Por isso, a análise do ciclo de vida é tão importante. Trata-se de partir bem do início do processo e analisar os impactos do sistema inteiro. Estamos olhando mais atentamente para a forma como desenvolvemos produtos e também para os nossos processos. Quando olhamos para o ciclo de vida inteiro de uma camiseta ou de um tênis começamos a conhecer as questões que teremos de enfrentar no futuro. Dedicamos muito tempo à definição da nossa visão de futuro, considerando um cenário de declínio dos recursos naturais e crescente aumento da população. Então, construímos uma visão relacionada a produtos de ciclo fechado que tem a ver com pegar materiais de calçados ou camisetas antigos para fazer novos.
Por isso, a pesquisa de novos materiais e a criação de produtos de ciclo fechado são estratégicas para a Nike. Estamos animados com os resultados do trabalho que fizemos na Copa do Mundo. Já somos capazes de retirar as garrafas plásticas de um aterro sanitário e transformá-las em camisas como a da seleção brasileira. Mais interessante ainda é que, no futuro, seremos capazes de reciclar a própria camisa, transformando-a em uma nova. Por isso, a Nike dedica tantos esforços à pesquisa de novos materiais e planeja ter muitas inovações nesse campo.
IS: A popularização de ferramentas de análise do ciclo de vida a partir de iniciativas como o GoodGuide impactam o negócio da Nike? A transparência radical é uma tendência que está no radar da Nike?
LV: Entendemos que, a partir do momento em que começamos a conhecer todos os impactos de nossos produtos, devemos ser transparentes. Temos de trabalhar em busca de soluções para a sustentabilidade, mas não podemos fazer isso sozinhos. Como primeiro passo, os desafios devem ser conhecidos pelo maior número de pessoas possível. O GoodGuide faz um bom trabalho. Porém, acredito que a maior questão é que ainda não temos uma forma consistente de avaliar os produtos. Quando falamos de análise do ciclo de vida, por exemplo, não há uma única ferramenta em relação à qual as pessoas concordem. O grande desafio agora é estabelecer um conjunto comum de critérios para mensuração que atenda à demanda por informação das pessoas, possibilitando que decidam quais produtos são bons ou ruins. Atualmente, não temos nenhum parâmetro para fazer isso.
IS: O biomimetismo é um dos focos de pesquisa da Nike, quais são as principais oportunidades de inovação inspirada na natureza?
LV: A questão mais interessante quando falamos da natureza é que ela se organiza em sistemas fechados, de modo que nada é jogado fora. E isso vai ao encontro do nosso objetivo, uma vez que não queremos continuar exaurindo os recursos naturais, mas usar os materiais quantas vezes mais for possível. Por isso, um dos nossos maiores focos em biomimetismo é não desperdiçar nada. Essa questão direciona a busca de soluções que possam ser recicladas continuamente em padrões similares aos da natureza.
IS: Como a ascensão do consumo responsável está mudando os produtos, processos e estratégias da Nike?
LV: A Nike realiza todos esses esforços que citei por causa da situação atual de declínio dos recursos naturais e crescimento populacional. Precisamos encontrar maneiras inovadoras de produzir, no futuro, adaptadas a esses novos direcionadores. Muitos consumidores já reconhecem a importância disso, pois perceberam que os recursos não são ilimitados e procuram por itens de maior qualidade e duração. Além disso, estão mais atentos à forma como os produtos são criados.
Clique aqui e leia a 2º parte da entrevista.
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