Entrevista Denise Hills 2024

outubro de 2024

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Entrevista Denise Hills 2024 - Ideia Sustentável

Vem aí uma safra de empresas regenerativas

Pode não dar certo, mas isso não é resposta para que não seja tentado. O importante é compreender que as decisões no campo corporativo têm o potencial de mudar o mundo. É com essa visão de possibilidades que a executiva Denise Hills trabalha em seu cotidiano como conselheira em muitas organizações. Para ela a ousadia em fazer caminha lado a lado com o imperativo da mudança.

Denise Hills é uma executiva profissional que transita por grandes corporações, como Itaú e Natura, além de ter se ocupado da gestão da Rede Brasil do Pacto Global. Hoje sente-se realizada em sua atuação como conselheira estratégica. Carrega consigo uma história na área da sustentabilidade corporativa com foco em resultado financeiro, especialmente em como esse resultado é alcançado e qual legado ela gera.

Denise define-se como uma pessoa ousada – no contexto profissional, ousadia, para ela, é como uma irmã mais nova da coragem. Nesse sentido, conta que, no mercado financeiro, aprendeu a medir e identificar riscos e, a partir disso, tomar decisões e seguir adiante, ou seja, não ficar parada.

“Pude fazer escolhas. Cada vez que eu dizia para um cliente que a alocação deveria ser assim ou assado, eu percebia que podia mudar o mundo”, relembra. Denise diz sentir orgulho de ser parte de toda a mudança que estamos vendo em direção à sustentabilidade, mas ressalta: “não foi uma jornada simples. Eu não tinha certeza se daria certo, mas eu sempre dizia que dava para fazer”.

 

Ideia Sustentável: Temos visto você em diversos eventos. Como você vê esse seu novo papel?

Denise Hills: É importante não apenas contar a história. Afinal, estamos em um momento importante da liderança. Muitas pessoas, que estão hoje em papel de tomada de decisão, não tiveram a oportunidade – muito menos a formação ao longo da carreira – para absorver esses conhecimentos que influenciam a tomada de decisão. Eu ocupo hoje um lugar de especialista estratégica, uma executiva que troca experiências com outros executivos, inclusive como membro de conselhos de administração e comitês de sustentabilidade. Penso que sou como um atalho ou uma aceleradora que apresenta conhecimentos, metodologias e tecnologias para a tomada de decisão de lideranças em um nível com escala. Muitas vezes apresento aquilo que já testamos e sabemos que não funciona e outras tantas dissemino boas práticas. Eu falo que agora estou na fase do legado, podendo compartilhar com outras empresas tudo aquilo que aprendi ao longo do caminho e acelerar processos.

IS: Você faz parte de uma geração que criou e consolidou conceitos que hoje já estão mais dominados. Foram anos de discussão e construção de conhecimento. Como você avalia a nova geração de executivos que chega com essa base já criada?

DH: Eu vejo que lá atrás a gente teve a necessidade de ser muito enfático e diretivo, eu mesma mudei minha carreira para poder falar de sustentabilidade com mais frequência. Hoje sabemos que não dá para tomar nem meia decisão sem isso, vivemos um momento de integração. Para quem está chegando agora em postos de liderança, eu vejo alguns desafios. Um deles é que, no ambiente corporativo, temos cinco gerações convivendo com perspectivas muito diferentes. Vejo que os humanos até gostam dos diferentes, mas preferem conviver com os iguais, é mais fácil. A ideia é que essas gerações diferentes sejam fonte de inspiração.

O legado desses anos é a sustentabilidade ter se tornado relevante em qualquer decisão das empresas. Qual é a dificuldade? A gente precisar andar muito mais rápido. Somos a primeira geração que fez alguma coisa, que criou modelos de negócios sustentáveis. Essa é a parte boa. E ainda estamos aqui trabalhando, com foco em 2030, com urgência, aceleração e percepção de que podemos fazer. Afinal, nunca tivemos tanta tecnologia, recurso, materialidade, impacto e possibilidade. Gosto de imaginar que estamos fundando a safra de empresas regenerativas, que, por onde passam, elas constroem soluções para a sociedade. Como principais recados para as pessoas não se afogarem no próprio suor, de medo do que está acontecendo, eu digo que, agora, mais do que nunca, pode ser feito.

IS: Tem gente que assiste e acompanha a mudança, você surfa a mudança.

DH: Vejo que sou como alguém que acorda as pessoas. Dê uma boa razão para não fazer coisas legais? A gente pode fazer muito mais coisas estando consciente, pequenas escolhas determinam o futuro. E o futuro será aquilo que individualmente a gente for capaz de imaginar e que coletivamente formos capazes de mobilizar. A Ideia Sustentável é um exemplo disso.

 

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