Dez dicas para um bom investimento social privado

Dez dicas para um bom investimento social privado

Muitas vezes, para quem deseja fazer investimento social privado, a boa vontade existe, o desejo de transformação social está dado, os recursos necessários estão disponíveis, mas surgem algumas dúvidas que, se não forem esclarecidas, podem até fazer o investidor desistir da ação.

Qual causa ajudar – crianças carentes, idosos abandonados, educação, saúde, meio ambiente etc.? A quem ajudar, a qual instituição? Como começar o investimento, qual é o primeiro passo? Quanto é necessário? Como avaliar os resultados? Entre tantos outros questionamentos.

Pensando em auxiliar o futuro investidor, o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS elaborou um guia prático com dez dicas para um bom investimento social privado.

O que é investimento social privado? Trata-se de uma ação para promover condições ao desenvolvimento da autonomia e da cidadania daqueles que estão em uma situação de desvantagem social, de forma que possam participar como sujeitos da transformação de sua realidade. Nesse caso, os investidores sociais procuram avaliar os resultados do investimento e se as transformações geradas promoveram o desenvolvimento da comunidade beneficiada.

Em suma, pode-se definir o investimento social privado como a alocação voluntária e estratégica de recursos privados para o benefício público.

O termo “privado”, nesse contexto, designa as ações que são feitas voluntariamente com recursos provenientes de pessoas físicas ou jurídicas que pretendem contribuir para o desenvolvimento social, compreendendo, portanto, ações sociais protagonizadas por empresas, fundações e institutos de origem empresarial ou formados por famílias e indivíduos.

Dez dicas para um bom investimento social privado

1. Ter visão de futuro: O investidor social privado deve saber muito bem qual o tipo de transformação que deseja com sua ação. É importante estabelecer metas de desenvolvimento e, com isso, ele terá condições de definir as formas de atuação mais eficientes para o futuro traçado, além de permitir a melhor avaliação dos resultados alcançados e, caso necessário, a revisão do projeto.

2. Escolher um foco de atuação: Diariamente os investidores sociais privados são bombardeados por pedidos para atender a diferentes necessidades e, aparentemente, todos são urgentes e dignos de atenção. Então, o investidor, tomado pela emoção, colabora de forma instintiva com doações diluídas, esporádicas e sem foco. Isso dificulta a efetividade do benefício, impede a avaliação de resultados e desestimula novas doações. Por isso, é mais proveitoso focar uma ação, ao invés de várias, o que também vai contribuir para a geração de identidade da empresa ou instituto com a causa e vai possibilitar aprofundar o conhecimento sobre o assunto.

3. Ter um diagnóstico que valorize os talentos e recursos da comunidade: É muito importante fazer uma análise das necessidades de investimento na ação selecionada. Para tanto, é preciso conhecer as principais necessidades e quais são os recursos existentes e pessoas que já contribuem para a causa escolhida, incluindo o que já é feito pelo governo. O bom conhecimento do contexto social levará à construção de uma visão de futuro mais madura e à escolha de um foco de atuação de relevância para o desenvolvimento da comunidade.

4. Analisar e medir a taxa de retorno: O investimento social também tem taxa de retorno e de risco! A taxa de retorno é o benefício social proporcionado pelo investimento, cujo instrumento de medição é o diagnóstico (item 3). Ao levantar o contexto social é possível identificar o marco zero, ou seja, a situação antes da intervenção do investidor.

5.  Assegurar a sustentabilidade da iniciativa: O planejamento é muito importante para o investidor social, deve-se ter definido orçamento, periodicidade em que o investimento acontecerá, cronograma, metas, gestão de pessoas, processos, etc. Isso dá mais segurança para o investidor e para a comunidade beneficiada.

6.  Ter uma atuação estratégica: O investidor social pode atuar como um financiador ou como um gestor/operador de projetos. No segundo caso, ele cria uma estrutura de atendimento. Já o financiador transfere recursos para organizações que tradicionalmente trabalham no foco de atuação definido. Tudo isso é feito com base no planejamento estratégico.

7. Ser catalisador: Um bom investimento social pode se tornar um catalisador de um processo social, acelerando uma transformação social que está em andamento. Assim, um processo que levaria muito tempo se torna mais ágil com o aporte dos recursos.

8. Ser alavancador: Diante da complexidade dos problemas sociais, o investidor pode otimizar sua ação ao alavancar recursos de outros parceiros, atraindo mais investidores.

9. Ser inovador: O investidor social pode se tornar inovador ao apoiar a criação ou implementação, por exemplo, de novas tecnologias sociais. O que não quer dizer que será necessário “reinventar a roda”, muitas vezes programas testados em uma determinada região ou voltados para um determinado público representam uma solução inovadora para problemas que já são antigos, quando aplicados ou adaptados em outro contexto.

10. Ser um provocador de mudanças: Ao aplicar todas as dicas aqui dadas, com muita boa vontade, garra e profissionalismo, certamente o investidor social privado se tornará um provocador de mudanças na sociedade. Todavia, os recursos da iniciativa privada são limitados e não têm a mesma capilaridade que as ações governamentais. Um caminho para uma atuação mais ampla é canalizar investimentos para a realização de programas em escala piloto, que tenham potencial para influenciar políticas públicas.

Saiba mais sobre investimento social privado e a respeito do IDIS acessando http://www.idis.org.br/.

Sobre o IDIS

O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – IDIS (www.idis.org.br), fundado em 1999, é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) pioneira no apoio técnico e consultoria ao investidor social no Brasil e na América Latina. Facilita o engajamento de pessoas, famílias, empresas e comunidades em ações sociais estratégicas transformadoras da realidade, contribuindo para a redução das desigualdades sociais no País. Sua missão é apoiar o investimento social privado para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e sustentável. Sua atuação se dá de duas formas: desenvolvendo e disseminando conteúdo e atendendo à demanda por apoio técnico de empresas, fundações, institutos e indivíduos.

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