Competitividade Climática

23 de abril de 2010

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Apesar da ausência de um resultado efetivo na COP15, a última Conferência do Clima da ONU prenunciou uma novidade para a economia global: a baixa emissão de carbono como um fator competitivo para organizações e países.  A confirmação dessa tendência se dá com o lançamento do Índice de Competitividade Climática, no último dia 21 de abril, durante o Business for Environment Summit, realizado na Coreia do Sul.
Criado pela consultoria inglesa Accountability, em parceria com o Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente (Pnuma), o Climate Competitiveness Index (CCI) é uma nova métrica que analisa liderança, performance e accountability de baixo carbono. O índice contempla 95 países – responsáveis por 97% da atividade econômica mundial e 96% das emissões de carbono globais.
Por Competitividade Climática entende-se a habilidade de uma economia de criar valor econômico no longo prazo por meio de tecnologia, produtos e serviços de baixo carbono.
O Índice de Competitividade Climática combina dois tipos de dados na sua investigação. O primeiro grupo de informações diz respeito à accountabilityclimática, a fim de validar se a estratégia de clima do país é clara, ambiciosa e conta com o apoio de diferentes setores da sociedade. O segundo refere-se à Performance Climática para avaliar as capacidades de cada país e seu histórico de desempenho na implementação de estratégias.
E, a despeito do clima de incerteza gerado diante da ausência de um acordo efetivo entre as nações para combater o aquecimento global, o estudo observa que os negócios, governos e cidadãos ao redor do mundo já estão respondendo ao desafio de buscar oportunidades na perspectiva de uma economia de baixo carbono.
O relatório The Climate Competitiveness 2010, da Accountabity e Pnuma, identifica avanços significativos nesse sentido, no primeiro trimestre de 2010. Destaca, por exemplo, o novo compromisso da Índia de desenvolver 1.200 projetos de eficiência energética, abrindo um valioso mercado de U$S 15 bilhões. A Alemanha, por sua vez, já gerou 250.000 empregos verdes e pretende criar 400.000 novos postos de trabalho nessa área, enquanto a China e os Estados Unidos estão lado a lado na corrida de investimento em energias renováveis. O estudo estima, ainda, que os negócios relacionados ao clima podem gerar receitas de até U$S 2 trilhões por volta de 2020.
Competitividade Climática e investimentos em energias limpas

Competitiveness 2010                               Fonte: The Climate

Novos players
O Índice de Competitividade aponta um grupo de 32 países que já fizeram avanços significativos no desenvolvimento de estratégias de desenvolvimento de baixa emissão, tendo a Alemanha, a China e a República da Coreia à frente desse movimento. Índia, Indonésia, Quênia, México, Filipinas e Ruanda também aumentaram a sua accountability climática, segundo o estudo.
No entanto, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Japão e França são os países que têm demonstrado o progresso mais consistente na combinação de accountability e performance climática. Suíça e Áustria, por sua vez, são fortes na performance climática, enquanto o Reino Unido e os Estados Unidos destacam-se na accountability. A República da Coreia, Hong Kong e Malásia estão desenvolvendo boas estratégias e as nações do BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China) estão aumentando a sua competitividade climática.
O destaque do Brasil fica por conta do Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica. O Climate Competitiveness 2010 destaca que esse incentivo do governo tem o objetivo de aumentar a participação das energias renováveis em 10% na matriz energética em 20 anos. Com o Proinfa, também estima-se que 150.000 empregos sejam gerados e os investimentos privados atinjam U$S 2,6 bilhões.
Rico em recursos naturais e com um movimento de responsabilidade social corporativa bastante avançado, o Brasil poderia emergir como a nação que quebra paradigmas e move-se em direção a um futuro de baixo carbono.
Organizações e governos deverão responder rapidamente ao desafio de mensurar, gerir e comunicar suas emissões de carbono, sob pena de perderem competitividade. O Índice de Competitividade Climática deixa claro que não devem fazer uma escolha entre seu desenvolvimento econômico e a redução de emissões para combater a mudança climática. De agora em diante, essas duas questões estarão cada vez mais atreladas.
Clique no mapa para ver a avaliação de cada um dos países:

Leia a íntegra do estudo

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