CEBDS realiza balanço de suas atividades em 2013 e apresenta agenda para 2014

dezembro de 2013

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CEBDS realiza balanço de suas atividades em 2013 e apresenta agenda para 2014 - Ideia Sustentável

Agenda do CEBDS com foco em grandes temas

Mensuração e incorporação da sustentabilidade, adaptação às mudanças climáticas, microfinanças, ODS, liderança e agenda para 2020 ganharam destaque em 2013

Marcado pelos efeitos de uma crise econômica mundial e de manifestações populares nas ruas do Brasil, 2013 foi um ano em que questões-chave da sustentabilidade ganharam ainda mais peso na agenda do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), seja em estudos, publicações, eventos ou em parcerias estratégicas.

Entre elas, a mensuração da sustentabilidade e a incorporação das externalidades nos produtos e processos, a adaptação às mudanças climáticas e a defesa da diversificação da matriz elétrica nacional, os programas de microfinanças como estratégias de combate à exclusão social, a construção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a formação de líderes empresariais mais engajados e a estruturação de uma agenda de ações para o setor empresarial brasileiro para 2020.

“Essas são questões que devem ganhar cada vez mais relevância nas empresas que percebem os benefícios proporcionados pelo modelo sustentável nos negócios e que o tradicional lucro financeiro, isoladamente, não representa mais prosperidade”, considera Marina Grossi , presidente do CEBDS.

Este ano, o Conselho Empresarial Brasileiro começou o planejamento e a estruturação de uma agenda para o mundo dos negócios para 2020, com base nas demandas da sociedade e com respaldo da ciência.

São ações, a ser capitaneadas pelas empresas, para responder às urgências da sociedade em áreas prioritárias de desenvolvimento sustentável, buscando escala e velocidade na implantação de soluções. O Ação 2020 irá funcionar no Brasil como uma plataforma e terá um framework que será lançado no fim de 2014.

Mensuração da sustentabilidade

Para superar os desafios da mensuração da sustentabilidade e da incorporação das externalidades nos produtos e processos, o CEBDS desenvolveu – em parceria com WRI (World Resources Institute) e GVCes (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas) – programa de capacitação para utilização da Ecosystem Services Review, ferramenta que avalia o impacto e a dependência da atividade produtiva sobre os recursos naturais (água doce, madeira, clima, alimento, medicamentos e outros). O programa contou com a participação de sete empresas: Anglo American, Danone, Grupo André Maggi, Natura, PepsiCo, Votorantim e Walmart.

O CEBDS também participa da discussão para a criação de diretrizes que possam servir de base para futuras normas para os relatórios corporativos integrados. Esse ano, em parceria com BM&F Bovespa, o Conselho Empresarial promoveu um seminário para o debate sobre um modelo para a elaboração do relatório integrado, que deverá descrever e divulgar como o modelo de negócio de uma organização utiliza o capital financeiro e não-financeiro na produção de valor.

Mudanças climáticas

Em outra frente, o Conselho Empresarial construiu e apresentou, em novembro, na COP-19, em Varsóvia, na Polônia, dois estudos: ‘Adaptação e Vulnerabilidade à Mudança do Clima: o caso do setor elétrico brasileiro’ e ‘Recomendações para política de energia elétrica do Brasil’. O estudo sobre adaptação evidencia a vulnerabilidade da matriz brasileira frente às mudanças climáticas globais.

Já a publicação com recomendações de política pública apresenta soluções que contribuem para a diversificação da matriz elétrica brasileira de forma sustentável. Entre elas, a importância da regulamentação de leilões por fontes e leilões regionais, cogeração e microgeração, licenciamento ambiental, maior eficiência em transmissão e distribuição e no consumo final.

Ainda nesse âmbito das mudanças climáticas, o CEBDS realizou em 2013 a segunda edição do Programa Gestão de Carbono na Cadeia de Valor. Neste ano, o projeto promoveu a capacitação de 101 fornecedores do Banco do Brasil, Braskem, Cemig, Coca-Cola, Ipiranga, Itaú Unibanco, Petrobras, Schneider, Vale e Votorantim para elaboração de inventários de emissão de Gases de Efeito Estufa.

Em comparação à primeira edição, o número de fornecedores participantes triplicou. Também foi registrado aumento de 70% no número de empresas que finalizaram seus inventários de emissões. A maior parte dos fornecedores participantes foi de grande porte e da área de manufatura – empresas de fabricação de embalagens, equipamentos para o setor elétrico e peças.

Microfinanças

Outra temática importante tratada no CEBDS em 2013 foram as microfinanças, mercado ainda em ascensão e com enorme potencial de crescimento no Brasil. O CEBDS e as maiores instituições financeiras do país se uniram para estimular ainda mais o acesso às microfinanças no Brasil, visto que os serviços têm o potencial de ser um dos maiores responsáveis pela chamada sustentabilidade financeira. Isto é, dar acesso às classes C, D e E aos sistemas de crédito e seguro, minimizando a desigualdade na distribuição de renda. Nesse contexto o CEBDS lançou, em outubro, em São Paulo, o estudo ‘Microfinanças: Microcrédito e Microsseguros no Brasil’, elaborado em parceria com a Fundação Dom Cabral.

ODS e Conselho Mundial da Água

Este ano, o CEBDS passou a integrar a rede liderada pelo economista Jeffrey Sachs que dá assessoria ao painel de alto nível da ONU responsável pela construção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Os ODS vão influenciar, a partir de 2015, diretrizes de políticas públicas e investimentos empresariais em todo o mundo de forma similar aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) desde os anos 2000. Além disso, no Ano Internacional da Água, o Conselho Empresarial Brasileiro garantiu assento no Conselho Mundial da Água.

Liderança para a sustentabilidade

Este ano, o CEBDS e a Universidade de Cambridge trouxeram, pela primeira vez para a América Latina, o curso Business & Sustainability Programme (BSP), da University of Cambridge Programme for Sustainability Leadership. Criado em 1994 e voltado para líderes do setor empresarial, o curso tem o objetivo de engajar lideranças e fazê-las entender as implicações estratégicas dos riscos e das oportunidades da sustentabilidade para os negócios e para o valor das empresas. As palestras e discussões foram lideradas por membros do corpo docente da Universidade de Cambridge e palestrantes convidados, entre executivos e líderes de negócios.

Projeto CEBDS propõe um conjunto de soluções de negócio

Principal projeto será o Ação 2020, uma plataforma com ações das empresas para aliar a agenda do setor privado com a da sociedade e propor soluções de negócios e políticas públicas

O Projeto CEBDS 2014: Do Visão 2050 à Ação 2020 propõe um conjunto de soluções de negócio, engajando as grandes empresas em uma agenda capaz de atender às necessidades e urgências da sociedade brasileira até o final desta década. Para tanto, o Conselho Empresarial planejou para o ano que vem capacitações, estudos, propostas de políticas públicas e eventos que proporcionarão a reflexão, o desenvolvimento e a execução de soluções com escala e velocidade.

O principal projeto será o Ação 2020, uma plataforma com ações das empresas para aliar a agenda do setor privado com a da sociedade e propor soluções de negócios e políticas públicas. Inspirado no Action 2020, que está sendo desenvolvido simultaneamente pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o projeto do CEBDS funcionará como uma plataforma e terá um framework a ser lançado no fim de 2014.

A partir de janeiro, o Conselho trabalhará junto a um grupo de especialistas (governos, academia, ONGs) na adaptação de metas para o contexto brasileiro.

Projetos

Ação 2020 – Plataforma para o mundo dos negócios para 2020, com base nas demandas da sociedade e com respaldo da ciência. São ações das empresas para aliar a agenda do setor privado com a da sociedade e propor soluções de negócios e políticas públicas. O Ação 2020 irá funcionar no Brasil como uma plataforma e terá um framework que será lançado no fim de 2014.

Serviços ecossistêmicos – A segunda fase da Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos (PESE) tem o objetivo de promover estratégias de negócios que aliem o desempenho empresarial à gestão sustentável dos ecossistemas e da biodiversidade. A iniciativa oferecerá suporte às empresas brasileiras para que compreendam e gerenciem seus impactos e dependências sobre estes temas estratégicos, e construirá uma plataforma permanente de troca de experiências, priorizando a construção conjunta e evolução contínua entre os participantes. As empresas receberão o treinamento para o uso das ferramentas Corporate Ecosystem Services Review – ESR e Corporate Ecosystem Valuation – CEV, metodologias pioneiras criadas pelo WRI e WBCSD, entre outros parceiros, para ajudar empresas a lidarem com os riscos e as oportunidades decorrentes da mudança nos ecossistemas.

Gestão de Carbono na Cadeia de Valor – Em sua terceira edição, o Programa Gestão de Carbono na Cadeia de Valor visa capacitar fornecedores das empresas associadas para gestão, mensuração e elaboração de inventário de emissões de gases de efeitos estufa (GEE), de acordo com a ferramenta GHG Protocol.

Relatórios de sustentabilidade para fornecedores – Capacitação busca sensibilizar e capacitar fornecedores de grandes empresas para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Em parceria com Sebrae e BNDES, o CEBDS desenvolverá essa iniciativa com o objetivo de estimular que pequenas e médias empresas insiram questões ambientais e sociais na gestão e, consequentemente, passem a reportar.

Relato Integrado – O objetivo dessa capacitação é reunir, em um único canal, ferramentas disponíveis para o reporte de informações extra-financeiras a partir do framework da Internacional de Relatórios Integrados (IIRC, na sigla em Inglês).

Sustainability Accounting Standards Board (SASB) – Nos Estados Unidos, a Security Exchange Comission (CEV) – que cumpre o mesmo papel da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil – anunciou que vai determinar às empresas com ações na Bolsa de Valores americana que reportem determinados indicadores de sustentabilidade para o benefício dos investidores e do público. Para isso, o SASB está desenvolvendo indicadores específicos para diversos setores. O CEBDS e o WBCSD participam dessa iniciativa e vão trazer para as empresas dos setores de Saúde, Financeiro, Não Renováveis e Tecnologia e Comunicação um roadmap sobre como implantar e reportar os indicadores, inclusive apresentando um “bridging document” em relação ao GRI.

Guias de Sustentabilidade para Empresas – Publicações para facilitar a disseminação dos conceitos e práticas de sustentabilidade para áreas e departamentos internos das empresas, como os de RH, Jurídico, Financeiro, Administrativo e outros. Os dois primeiros volumes serão lançados em 2014. O projeto é desenvolvido pela Câmara Temática de Comunicação e Educação do CEBDS.

Global Water Tool e CERES Acqua Gauge – A Global Water Tool é uma ferramenta do WBCSD para análise dos riscos hidrológicos de países, voltada para empresas e investidores. Apesar do grande uso da ferramenta em vários países do mundo, no Brasil, por suas dimensões continentais e especificidades regionais, é necessária a adaptação da ferramenta com a incorporação de dados subnacionais para melhorar sua eficiência. O trabalho busca informações mais precisas para auxiliar a tomada de decisão de investimentos e melhor gerenciamento de riscos hidrológicos. Também está prevista a adaptação da Acqua Gauge, ferramenta focada na melhor gestão de recursos hídricos. A ferramenta visa oferecer informações que apoiem estratégias e decisões empresariais relacionadas aos recursos hídricos a partir da comparação com as melhores práticas empresariais globais. A adaptação da ferramenta para o Brasil busca o levantamento das melhores práticas no país para precisar melhor os resultados a ser obtidos com a ferramenta. A experiência da adaptação das duas ferramentas estará relatada em publicação a ser lançada em 2015, no Fórum Mundial de Água, na Coréia do Sul.

Gestão de recursos hídricos – Lançamento de publicação com os resultados de pesquisa a ser realizada com o Trata Brasil sobre os impactos da falta de saneamento no Brasil para as empresas. A pesquisa busca precisar estes dados no Brasil e alertar para os efeitos diretos e indiretos que este grave problema de saúde pública tem também no dia a dia das corporações.

Seminário Sustentabilidade – Realizado em parceria com o jornal Valor Econômico para um público aproximado de 300 pessoas, o evento provocará o debate sobre os desafios e as oportunidades de desenvolvimento sustentável e inspira as lideranças a empreenderem mudanças necessárias dentro e fora de suas empresas, tornando-as agentes da transformação de suas organizações e da sociedade em direção à sustentabilidade.

Políticas públicas – O CEBDS, apoiado por seu Conselho de Administração, vai buscar influenciar as políticas públicas do próximo governo por meio da discussão dos planos de governo dos presidenciáveis. A agenda ainda está sendo construída, mas já foram definidos três temas: serviços ecossistêmicos, energia e mudanças climáticas e incentivos a um novo modelo de desenvolvimento.

Perfil CEBDS

Fundado em 1997, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil que lidera os esforços do setor empresarial para a implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil, com efetiva articulação junto aos governos, empresas e sociedade civil

O CEBDS reúne hoje 75 expressivos grupos empresariais do país, com faturamento de cerca de 40% do PIB e responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Primeira instituição no Brasil a falar em sustentabilidade a partir do conceito Triple Botton Line – que propõe a atuação das empresas sustentada em três pilares: o econômico, o social e o ambiental –, o CEBDS é o representante no país da rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), a mais importante entidade do setor empresarial no mundo que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 empresas multinacionais que atuam em todos os continentes.

Vanguardista, o CEBDS foi responsável pelo primeiro Relatório de Sustentabilidade do Brasil, em 1997, e ajudou a implementar no Brasil, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e o WRI (World Resources Institute), a partir de 2008, a principal ferramenta de medição de emissões de gases de efeito estufa, o GHG Protocol.

A instituição representa suas associadas em todas as Conferências das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, desde 1998, e de Diversidade Biológica, desde 2000. Além disso, é integrante da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21; do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético; do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; do Fórum Carioca de Mudanças Climáticas, Conselho Mundial da Água e do Comitê Gestor do Plano Nacional de Consumo Sustentável.

Na Rio+20, o CEBDS lançou o Visão Brasil 2050, documento prospectivo que tem o propósito de apresentar uma visão de futuro sustentável e qual o caminho possível para alcançá-lo. Essa plataforma de diálogo com as empresas e diversos setores da sociedade, construída ao longo de 2011 e que contou com participação de mais de 400 pessoas e aproximadamente 60 empresas, é fonte de inspiração para o planejamento estratégico de inúmeras empresas brasileiras.

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