Do dia 11 a 15 de março de 2019, líderes do mundo todo se reuniram em Nairóbi, no Quênia, para a Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente. Sob o tema “Soluções Inovadoras para os Desafios Ambientais e Consumo e Produção Sustentáveis”, chefes e ministros de Estado, empresários, cientistas e representantes da sociedade civil discutiram sobre novas políticas públicas e soluções e tecnologias inovadoras a serviço da sustentabilidade.
A Assembleia da ONU para o Meio Ambiente é tão importante que recebe o status de único organismo da ONU, fora da Assembleia Geral, com o poder de reunir todos os setores e Estados-membros para a tomada de decisões e definição de compromissos mundiais. A agenda ambiental global é definida durante a Assembleia.
O encontro de 2019 foi considerado o maior da história da Assembleia, com o número de participantes dobrado desde o último encontro, no final de 2017. Reuniram-se mais de 4,7 mil líderes mundiais, que tomaram decisões importantes para conduzir a sociedade em um caminho mais focado na sustentabilidade.
As decisões tomadas durante a Assembleia influenciam diretamente as metas do Acordo de Paris e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, bem como na agenda geral da ONU. Além disso, as discussões definem o rumo da Cúpula da ONU sobre Mudança Climática (COP 25) – evento que será sediado no Chile no final de 2019.
Os principais tópicos discutidos durante a Assembleia foram:
Comandada por Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, a delegação brasileira está presente no evento, sob olhares das principais lideranças mundiais. O ministro discursou na quinta-feira, dia 14, durante a abertura do plenário do Segmento de Alto Nível da UNEA.
Em seu discurso, Salles abordou as prioridades da política ambiental do governo brasileiro, destacando a gestão ambiental urbana e a integração entre meio ambiente, agronegócio e desenvolvimento econômico. Além disso, o ministro descreveu as ações do governo referentes ao monitoramento e fiscalização contra o desmatamento ilegal.
Salles também discursou sobre os eventos extremos que têm ocorrido no planeta: “Eventos extremos, criados pelo homem ou pela natureza, precisam ser abordados pela comunidade internacional. Esses eventos tendem a atingir mais duramente as populações mais vulneráveis. O Programa de Meio Ambiente da ONU e seus Estados membros precisam fazer um esforço maior para enfrentar esses desafios frequentes.”
Ricardo Salles também teve reuniões bilaterais com os ministros de Meio Ambiente da Noruega, do Quênia e do Chile. A Noruega é o principal doador do Fundo Amazônia.
A delegação brasileira também esteve presente no One Planet Summit, um fórum de mobilização que reúne agentes de todos os continentes para a definição de ações específicas para cada iniciativa. O fórum, fundado por França, Nações Unidas e Banco Mundial, discutiu, nesta reunião, sobre a atuação na África. Contou com a presença de líderes africanos, empreendedores, autoridades mundiais e organizações internacionais.
Além das discussões acerca da produção e do consumo mais conscientes e sustentáveis, os líderes assumiram compromissos globais para a proteção do meio ambiente, para os quais foram definidas algumas metas, dentre as quais se destacam três:
A comunidade internacional debateu sobre a importância da união entre governos, empresas e lideranças para a promoção do desenvolvimento sustentável. Para isso, todos os setores da sociedade precisam se comprometer com a identificação e desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadores, que garantam tanto uma cadeia produtiva sustentável quanto um consumo mais consciente.
Para isso, são necessárias uma boa governança, com políticas propícias e coerentes.
Apontado mundialmente como um vilão dos ecossistemas, o uso insustentável do plástico foi bastante abordado durante a Assembleia da ONU para o Meio Ambiente.
A comunidade internacional discutiu, durante a reunião, sobre uma redução significativa do plástico de uso único. Para isso, deverá ser incentivada a reutilização, reciclagem e desenvolvimento de novas tecnologias que tornem o uso do plástico mais sustentável.
O texto do acordo final da cúpula aponta o comprometimento dos países em abordar os danos dos ecossistemas, “inclusive mediante a redução significativa dos produtos plásticos de uso único”.
Um dos temas que ganhou destaque durante a Assembleia foi a poluição do ar. Foi levantado durante a reunião que, aproximadamente, 7 milhões de pessoas morrem prematuramente devido a esse problema. Desse número, 4 milhões de mortes são na região da Ásia e do Pacífico.
Assim, o vice-ministro de Ecologia e Meio Ambiente da China, Zhao Yingmin se comprometeu com a redução da poluição do ar em seu país. A China sediará as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho de 2019, sob o tema “poluição do ar”, conforme anunciou Joyce Msuya, diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente.
A China vem se destacando no setor de energias verdes – de modo especial com os veículos elétricos -, e desponta como um importante líder climático.
O evento oficial para o Dia Mundial do Meio Ambiente se propõe a incitar os governos, indústrias e sociedades a se unirem na exploração de energias renováveis. Além disso, haverá incentivo para as tecnologias verdes que melhorem a qualidade do ar em todo o mundo.
Durante a Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente também foi apresentado o Panorama Ambiental Global.
O documento consiste em um relatório produzido por cerca de 250 cientistas de todo o mundo. É considerado uma das principais avaliações da ONU sobre o estado do meio ambiente baseadas em indicadores científicos. A publicação alerta sobre os impactos socioambientais que ocorrerão caso não haja uma mudança global a favor da sustentabilidade.
Entre os indicativos apontados pelo relatório, destaca-se a influência da poluição e do aquecimento global na saúde humana. Regiões da Ásia, África e Oriente Médio, por exemplo, poderão testemunhar milhões de mortes prematuras; e os poluentes nos sistemas de água podem aumentar a resistência antimicrobiana, afetar a fertilidade humana e prejudicar o desenvolvimento neurológico infantil.
Em comunicado à imprensa, Joyce Msuya, diretora executiva interina da ONU Meio Ambiente, afirmou sobre os apontamentos do Panorama: “A ciência é clara. A saúde e a prosperidade da humanidade estão diretamente ligadas ao estado do nosso meio ambiente”.
O Panorama Ambiental Global, apesar dos indicadores negativos caso não haja uma conversão para a sustentabilidade, destaca também que o planeta possui a ciência, a tecnologia e os recursos financeiros necessários para desenvolver a sustentabilidade em todos os setores.
Embora ainda falte apoio de muitos políticos e empresas que resistem em abandonar modelos ultrapassados de produção, existem muitos líderes globais, sejam da esfera pública ou de instituições privadas, que já promovem a sustentabilidade em suas ações e negócios.
A Plataforma Liderança com Valores, por exemplo, reúne as maiores lideranças empresariais do Brasil preocupadas com a situação socioambiental brasileira e mundial. Esses líderes adotam a sustentabilidade na sua tomada de decisão e nas estratégias de negócio das instituições que gerenciam.
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