A importância crescente dos relatórios de sustentabilidade

18 de janeiro de 2010

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Entretanto, ser sustentável não significa apenas ter iniciativas em prol do meio ambiente ou ter um forte investimento social. Significa também, e principalmente, ter a sustentabilidade na gestão, nas decisões e nas atitudes do dia a dia.
Publicar um Relatório de Sustentabilidade é uma das principais formas de uma empresa relatar e prestar contas à sociedade e ao mercado a respeito de sua atuação e de suas práticas para a sustentabilidade. É também uma maneira de arregimentar pessoas, entidades e demais empresas para a causa do desenvolvimento sustentável. Por meio desse reporte, as organizações e todos os seus públicos têm em mãos um instrumento que possibilita dialogar e implantar um processo de melhoria contínua do desempenho da empresa, rumo ao desenvolvimento sustentável.
Ou seja, o Relatório é um importante instrumento de comunicação e gestão. Um bom Relatório de Sustentabilidade, construído dentro de diretrizes claras, como as do Global Reporting Iniciative (GRI), é um diferencial importante para a análise da posição da empresa em seu mercado de atuação, além de ser um fator de valorização de suas ações. Investidores e consumidores (individuais ou institucionais) gostam de saber que a empresa destina recursos e esforços a projetos com baixo risco ambiental, alto valor social e lucratividade justa. Outro ponto relevante é que o Relatório ajuda a empresa a conhecer melhor os seus próprios pontos fracos e a identificar oportunidades de melhorias. Sua elaboração exige um mergulho nas profundezas da organização.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em junho desse ano, Ernst Ligteringen, presidente da GRI (Global Reporting Initiative), destacou importantes pontos:
– Os Relatórios de Sustentabilidade são um meio de informação cada vez mais demandado pela sociedade para conhecer a realidade das empresas.
– O Relatório deve estar verdadeiramente integrado à estratégia de negócios da empresa.
– Das 250 maiores empresas do mundo, cerca de 80% produzem relatórios. O Brasil é o líder em publicações na América Latina, com mais de 60 relatórios anuais de sustentabilidade.
– Pesquisas indicam que 82% das pessoas formam uma imagem mais positiva da empresa quando encontram informações sobre sustentabilidade em relatórios.
Recentemente, a organização Ideia Sustentável realizou uma pesquisa qualitativa sobre Relatórios de Sustentabilidade. Nessa pesquisa, denominada Relatórios de Sustentabilidade: Evolução, Cenários e Tendências, foram entrevistados gestores de 50 empresas líderes com atuação no Brasil.
O objetivo do estudo foi identificar a evolução, os desafios atuais e as tendências relacionadas aos Relatórios, com base em três blocos:
• Como as empresas faziam
• Como fazem hoje
• Como farão no futuro
Para estabelecer uma amostragem significativa, foram definidas duas listas: uma estendida, com 114 empresas, e outra mais concentrada, com 54 corporações. Para a seleção da primeira lista, foram utilizados critérios como
o porte da corporação (grande), a adesão da empresa ao modelo de Balanço Social Ibase (na década de 90), a inclusão da empresa em listas e índices importantes (ISE, 10+ Exame, Dow Jones, Top Ten) de sustentabilidade, a adoção de ferramentas mundialmente consagradas (GRI) e a notoriedade da empresa (reconhecimentos, espaço na mídia e recomendação de especialistas) nas questões de sustentabilidade. Para se chegar à lista concentrada, foram usados critérios como maior exposição de marca e as empresas presentes em listas/índices de sustentabilidade considerados os mais relevantes.
A análise das respostas nos traz importantes constatações. Confira algumas:
– Decisão de divulgar o Relatório de Sustentabilidade
Para a maioria das empresas, a decisão de publicar o Relatório de Sustentabilidade decorre da combinação de três fatores principais:
1) Divulgar compromissos e ações socioambientais (20)
2) Ser transparente para o mercado e as partes interessadas (15)
3) Melhorar a gestão, a estratégia e o desempenho da empresa (11)
– Envolvimento dos stakeholders na elaboração do Relatório
Em 2007, 18 entrevistados ressaltaram que não houve nenhum envolvimento de partes interessadas na produção do Relatório. Os demais alegaram envolvimento pequeno, pontual e superficial. E destes, a maioria das referências (21) foi feita à parte interessada mais próxima, isto é, funcionários e colaboradores, o que revela alguma dificuldade de natureza cultural e operacional no envolvimento das partes interessadas que não estão dentro da empresa.
Já na análise de 2008, houve 17 menções à realização de painéis com stakeholders, o que revela, no mínimo, um aumento da preocupação em ouvir mais sistematicamente as partes interessadas.
– Escolha dos temas que devem constar do Relatório
Nesse quesito, 11 entrevistados alegaram consultar stakeholders por meio de reuniões, encontros, consultas, entrevistas, canais 0800 e pesquisas pontuais. Outros 10 entrevistados mencionaram a realização de algum tipo de teste de materialidade, sem, no entanto, descrever exatamente os procedimentos adotados.
Outras menções sobre a escolha dos temas:
1) Alinhamento dos temas com a estratégia da empresa (09)
2) Consulta à Alta Administração ( 06)
3) Consulta ás áreas internas de planejamento (05)
4) Aconselhamento da consultoria contratada (03)
5) Consulta ao Comitê Executivo interno (02)
6) Observação dos indicadores de GRI (03)
7) Oficina com equipe pré-relatora; atenção às tendências do mercado; consulta à área de Comunicação; definição vinda da matriz/sede da empresa (01)
Para mais detalhes sobre o estudo, consulte aqui.
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