O desafio de promover a justiça social e desenvolver comunidades

22 de março de 2010

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Adicione uma dose de investimentos financeiros a duas porções de recursos humanos. Acrescente a causa, missão e valores e mexa até a mistura encorpar. Introduza a metodologia, o envolvimento da comunidade, alianças estratégicas, a avaliação de resultados, uma pitada de persistência e se tem a massa para fazer um bom projeto. Seria bom se o mundo do investimento social privado fosse simples ao ponto de ter uma receita de bolo.
À parte todas as particularidades enfrentadas por cada iniciativa, os “ingredientes” acima citados apontam caminhos para que os projetos apresentem resultados efetivos e ganhem escala, aspectos fundamentais quando tratamos de temas complexos como a promoção da justiça social e desenvolvimentos comunitário.
Confira neste fascículo, os elementos-chave para estabelecimento de estratégias de investimento social privado e experiências bem-sucedidas nessa área.
Investimento social privado muda a vida de comunidades
Nos últimos dez anos, como resultado de um intenso processo de mudança, até a filantropia praticada em outros tempos deu espaço para um novo conceito, o de investimento social privado. As diferenças são marcantes. Caracterizava a filantropia empresarial um certo desprendimento na doação esporádica de recursos, a ausência de diagnóstico de necessidades, de avaliação de impactos e de  compromissos com resultados concretos. O investimento social privado incorpora novos elementos, apropriando-se de ferramentas comuns ao universo empresarial, como planejamento, definição de metas e objetivos e monitoramento de resultados institucionalizando. Mais do que isso, institucionaliza e torna mais profissional a ação social dirigida à comunidade.
Se nos tempos da filantropia, era suficiente que um projeto social de empresa viesse carregado de boas intenções, na era do investimento social privado a sua qualidade está diretamente relacionada a quanto, de fato, transforma a vida de uma comunidade. Para tanto, ele precisa reunir um conjunto de fatores.  “Antes de iniciar uma ação de investimento social, a empresa deve considerar algumas questões práticas. Entre as quais, destaco uma análise efetiva de suas motivações, o quanto e por quanto tempo está disposta a se comprometer, que tipo de suporte interno tem para tocar a iniciativa, em termos de competência e autoridade técnica e que lugar vai ocupar o empreendimento na corporação”, explica Cristine W. Letts, diretora do departamento de educação executiva da Universidade de Harvard, especialista em investimento social privado.
Na opinião de Cristine, há três bons critérios para avaliar os impactos de um projeto social na comunidade. “São eles a integração com as políticas públicas que tratam do problema a ser enfrentado, a capacidade de gerar solidariedade voluntária, envolvendo os diferentes atores de uma comunidade, e as possibilidades de parceria e cooperação intersetorial”, afirma a especialista.
No momento de escolher um projeto social, Cristine recomenda considerar  também três aspectos. O primeiro está relacionado à teoria da Mudança. “Deve-se realizar uma análise do problema que se pretende solucionar, avaliando se é melhor gerar uma solução nova, disseminar uma idéia já existente, criar um programa ou um organização ou ainda apoiar instituições importantes que tratam do problema”, diz. O segundo ponto diz respeito ao que ela classifica como teoria da Influência. “A empresa precisa refletir sobre o nível de engajamento que desejar ter, escolhendo um local para realizar o projeto, identificando pontos fortes e fracos e potenciais colaboradores”, explica. A terceira variável compreende a questão da escala. Segundo a especialista, a empresa precisa dimensionar exatamente o seu fôlego financeiro, o grau de expansão do programa, as suas formas de multiplicação e os seus impactos.
Na avaliação da professora de Harvard, as parcerias são imprescindíveis. Para ela, a cooperação multisetorial é, de longe, a melhor estratégia em investimento social privado. “Foco, boa comunicação, um sistema organizacional sólido, transparência e expectativas mútuas facilitam as parcerias entre empresas, governos e ONGs”, defende. Para que esses arranjos ocorram –sugere –é fundamental identificar todos os públicos de interesse, promovendo um reconhecimento mútuo dos assuntos que os unem, definir valores e objetivos comuns, partilhar uma mesma visão de futuro e criar uma estrutura de longo prazo para dar apoio às atividades.
A seguir algumas experiências que exemplificam as diretrizes relacionadas por Cristine.

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