Amarelos e verdes

20 de abril de 2010

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Depois da tempestade…
Em 2005, quando a Alcoa chegou a Juruti para implantar um projeto de mineração no pequeno município no Pará, boa parte da população se perguntava como essa verdadeira revolução iria impactar a pacata vida local – sobretudo o meio ambiente amazônico e a frágil economia.
Parte desses questionamentos – e algumas respostas – estão, agora, sistematizados na publicação Indicadores do Juruti, resultado de um trabalho de dois anos do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (CesGV), apoiado pela própria Alcoa, em salutar parceria com mais de 500 lideranças rurais e urbanas de Juruti e representantes de instituições locais e regionais, que realizaram uma série de pesquisas, oficinas e reuniões para a construção dos indicadores e a coleta dos dados. Essa é apenas parte da tentativa de se criar um modelo de desenvolvimento local para a região, proposto já na implantação do empreendimento, 5 anos atrás, denominado Juruti Sustentável.
Mais do que apontar problemas e indicar caminhos para as soluções, dois importantes pontos – a meu ver – devem ser observados nesse relevante trabalho. O primeiro: é possível criar um modelo de desenvolvimento local a partir das necessidades apontadas pela própria comunidade, desde que ela se aproprie desse instrumento construído coletivamente para tomar as rédeas de sua própria história. A segunda: os indicadores demonstram que entre a construção desse modelo e a implantação das políticas públicas para torná-lo viável existe um gap, uma fase de desatendimento à população, que deve –sim – ser pensada e adiantada pelas empresas, a despeito de sua boa vontade social e seu compromisso com a sustentabilidade.
Os Indicadores do Juruti certamente representam um importante instrumento de reflexão neste momento de aceleração do crescimento e de acirramento das disputas eleitoreiras.
Para saber mais, acesse nosso Banco de Práticas no site www.ideiasocioambiental.com.br e também o endereço de hospedagem da publicação: www.fgv.br/ces/juruti/sistema.
O prefeito Kassab está elétrico!

Ele não diz quantos, mas espera que até o início de 2011 parte da frota de veículos da prefeitura de São Paulo – provavelmente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) – seja movida a eletricidade. Foi o que anunciou Gilberto Kassab, na semana passada, ao assinar um protocolo de intenções com a Renault-Nissan. Para o prefeito, “uma das cidades mais populosas do mundo não pode prescindir das tecnologias modernas para combater emissões de poluentes”. Certamente, prefeito! Os 6,5 milhões de automóveis que circulam hoje, na maior cidade do País, são responsáveis por 70% da poluição ambiental.
A iniciativa paulistana é pioneira na América do Sul e pode resultar no lançamento, no Brasil, do primeiro carro elétrico do grupo franco-nipônico. O Leaf  – como já foi batizado – estará disponível para venda em massa a partir de 2012, inicialmente apenas no Japão e EUA.
Para chegar ao consumidor brasileiro, no entanto, o caminho será bem mais longo. “O elétrico tende a ser só veículo de nicho onde não houver interesse dos governos em bancar subsídios”, afirmou o presidente-executivo da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn (que é brasileiro, diga-se de passagem). Traduzindo: o governo federal terá de oferecer incentivos fiscais para que o carro elétrico ganhe mercado no Brasil e possa, um dia, ser fabricado por aqui.
As montadoras estão fazendo a parte delas. A vontade, agora, é muito mais política do que tecnológica.
Saúde de Ouro

O laboratório de análises clínicas Fleury chegou ao topo do pódio das construções verdes. A unidade Rochaverá, na zona sul de São Paulo, é a primeira edificação, no setor da saúde, a conquistar o nível ouro da certificação Leed, concedida às construções sustentáveis. O nível ouro é o segundo mais alto nesse tipo de certificação, atrás apenas da platina.
Para conquistar o selo, utilizou-se madeira certificada ou de reaproveitamento. Foi preciso, ainda, comprovar ações de redução de consumo de energia e diminuição de uso de recursos não renováveis – por isso, paredes ganharam revestimentos de fibra de coco, material de rápida renovação na natureza. Um sistema de troca de ar natural também contribui para a saúde do ambiente e dos funcionários – evitando afastamentos por doenças.
Tudo isso não custou mais do que 10% acima do investimento numa edificação que não leva tão em conta a preocupação com o meio ambiente, garantiu o gerente corporativo do laboratório Fleury, Daniel Périgo. Bom para a natureza. Bom para os funcionários. Bom para os clientes. É assim que deve ser.
Asiáticos também querem ser verdes

Quinto maior grupo em ativos na Coréia do Sul, a LG anunciou, semana passada, que vai investir 20 trilhões de wons (quase 18 bilhões de dólares), até 2020, para desenvolver negócios sustentáveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% ante os níveis atingidos em 2009. A “bolada” será dividida entre o desenvolvimento de pesquisas ambientais e de ferramentas capazes de eliminar 50 milhões de toneladas anuais dessas emissões.
De cara, a gigante coreana pretende expandir a fabricação de produtos eficientes em energia e investir em negócios com energia renovável. Só a produção de células de combustível e baterias recarregáveis para veículos elétricos deve responder por 10% da receita total do grupo, daqui a 10 anos.
Pra não ficar pra trás, a Samsung Eletronics também anunciou investimentos em pesquisa ambiental – quase quatro vezes menor que os da LG, cerca de 5,4 trilhões de wons, mas… ta valendo! A empresa – também coreana – garante que irá desenvolver ferramentas para transformar a maior fabricante mundial de chips de memória em uma das mais sustentáveis até 2013.
É… nossos irmãos asiáticos também querem ser verdes. Que bom!

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