Grupo dos oito no alvo do clima

20 de outubro de 2009

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Com a necessidade crescente de frear ou reduzir ao máximo os danos potenciais que podem vir com as mudanças climáticas, os países do G8 têm sofrido cada vez mais pressão na busca de uma economia mundial de baixo carbono, a fim de evitar catástrofes climáticas e gastos futuros com seus impactos decorrentes.
Recente estudo produzido pela organização WWF em parceria com a Allianz, o G8 Climate Scorecards, mostra o atual cenário das questões climáticas nos países do grupo, além de revelar as principais perspectivas para os países em desenvolvimento.
O documento destaca, entre outros pontos, a necessidade de o G8  (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) estimular a cooperação global com países do G5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul) por meio da promoção de tecnologias e financiamentos visando o desenvolvimento sustentável.
A comparação de três grupos de indicadores que incluem “melhorias desde 1990”, “situação atual” e “políticas para o futuro”, revela uma visão geral das iniciativas mais importantes dos governos em relação às mudanças climáticas além de resumir indicadores específicos, como o de eficiência energética, separadamente. Todos os tópicos são levantados para avaliar se os países mais influentes estão conduzindo adequadamente a questão das mudanças climáticas buscando manter o limite do aquecimento em 2ºC.
De acordo com o estudo, os resultados não se mostram muito satisfatórios por enquanto. As emissões continuam aumentando regularmente nos Estados Unidos e no Canadá. Devido a sua estrutura econômica, a Itália apresentou emissões per capita de forma linear e, juntamente com o Reino Unido, produz menos emissões por PIB do que a média de todos os países desenvolvidos. Mas o país tem dedicado poucos esforços no combate às mudanças climáticas. Ao lado do Japão, teve uma classificação relativamente baixa com políticas fracas e pouco estratégicas.
Primeiros avanços
Entre os destaques favoráveis na situação atual nos países do G8, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha já alcançaram ou estão próximos a meta de Kyoto para o período de 2008 a 2012. O uso de energias renováveis também aumentou na Alemanha desde 1990, enquanto está em declínio ou estagnada no Canadá, França, Japão e Estados Unidos.
Segundo o estudo da WWF, ainda há muito a ser feito para que se tenha o suporte necessário para frear e enfrentar as conseqüências das mudanças climáticas. A maioria dos países do G8 ou estão silenciosos demais ou bloqueiam o processo no âmbito da Organização das Nações Unidas e União Europeia, apesar de países europeus já terem demonstrado um grande avanço em questões cruciais nas recentes negociações climáticas internas da UE.
No quesito de políticas para ‘descarbonizar’ o setor energético, todos os países ainda demonstram um fraco desempenho na área, tanto quanto no estabelecimento de políticas de redução de emissões diretas de combustível. Apenas o Reino Unido desenvolve políticas inovadoras em relação às emissões industriais.
Nos EUA, a situação parece ter progredido significativamente, apesar de muitos dos resultados ainda não serem percebidos. No item “políticas para o futuro”, o país ficou na quarta posição. “Houve mais ações relacionadas às mudanças climáticas nos últimos quatro meses do que nas últimas três décadas”, ressalta o estudo. O governo Obama apresentou planos ambiciosos e o pacote de recuperação econômica inclui apoio para a eficiência energética e a energia renovável. Porém, os Estados Unidos ainda é o país que mais emite CO2 do G8.
A Alemanha lidera a classificação do estudo, um pouco à frente do Reino Unido – suas emissões registraram queda entre 1990 e 2000, e o país tem tido êxito na promoção de novas fontes de energia renovável, com metas para reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa até 2020.
O Canadá teve a pior colocação. As emissões do país continuam a aumentar e ainda estão muito acima das metas estabelecidas no protocolo de Kyoto – que ficará totalmente fora de alcance de ser cumprido pelo país.
Em relação aos países em desenvolvimento, o México se destacou com uma meta ousada de reduzir em 50% suas emissões até 2050.
Em relação ao Brasil, o estudo destaca que o bioetanol continua sendo o carro-chefe do país, juntamente com os planos de reduzir o desmatamento, entre as estratégias para combater as mudanças climáticas.
A queda nos preços do carbono, a crise financeira e o resultado da Conferência Climática de Copenhague em dezembro são algumas das incertezas apontadas pelo estudo da WWF que permeiam esse cenário para uma economia de baixo carbono.
Confira síntese dos resultados, e íntegra do estudo G8 Scorecards aqui.

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