66% da energia do país podem ser renováveis até 2050

66% da energia do país podem ser renováveis até 2050

O Greenpeace divulgou recentemente a 3ª edição de seu relatório [R]evolução Energética, que aponta que o Brasil pode dispor de uma energia majoritariamente limpa até 2050. Segundo o estudo, o sistema energético nacional pode contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para abastecer os setores elétrico, industrial e de transportes – número 47% superior ao projetado pelo Governo Federal – e “até 2040 é possível abdicar da energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral”.

Embora não sejam contra a utilização de fontes sustentáveis, muitos especialistas em energia defendem que o país deve sempre contar as chamadas fontes previsíveis, como carvão, gás natural e a própria água, por meio de reservatórios maiores nas hidrelétricas. “Principalmente, em nações com a população e a economia do tamanho das do Brasil, é necessária a utilização de fontes previsíveis de geração de energia.

Esta previsibilidade se dá porque conhecemos o estoque nacional de carvão, conseguimos estimar o tamanho dos poços de gás e sabemos a quantidade de água da chuva estocada nos reservatórios de nossas grandes hidrelétricas”, afirma o Diretor Executivo da Safira Energia, companhia especializada na comercialização e na gestão de energia em empresas.

Considerada uma fonte poluidora, a energia à base de carvão, por exemplo, não pode ser vista apenas como algo prejudicial ao país. Embora muitos rejeitem essa realidade, as termelétricas podem ser a solução para a redução do nível dos reservatórios de nossas hidrelétricas e para a ausência de fontes mais sustentáveis, como o vento e a luz solar. “Obviamente, projetos para a utilização de energia eólica ou solar são mais indicados se o assunto for o meio ambiente. Entretanto, a diversificação de fontes se faz indispensável, uma vez que não existe garantia de vento e sol o tempo todo”, defende Kawai Jr.

Segundo o Diretor da Safira Energia, há meios para incentivar a produção de energia vinda de fontes previsíveis para suprir as deficiências do setor e, mesmo assim, não provocar tantos danos ao meio ambiente. “Claro que as preocupações ambientais devem existir o tempo todo e ninguém pode ser contra isso, no entanto a falta de energia elétrica em nossos lares e indústrias é uma questão importantíssima”, finaliza o especialista.

Sobre Mikio Kawai Jr

Economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 – dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha, 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua gênese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia até 2004. Atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Ocupa, desde 2008, o cargo de Diretor Executivo do Grupo Safira, companhia que atua na comercialização de energia, além de consultoria e prestação de serviços em representação de entidades no âmbito da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

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