Sustentabilidade em pauta

20 de outubro de 2009

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A cobertura da imprensa sobre casos famosos que envolveram a reputação de corporações nos últimos anos tem gerado o questionamento sobre qual o papel dessas empresas de comunicação na posição peculiar que as envolve: elas representam tanto companhias, que devem exercer seu papel responsável perante a sociedade, quanto difusoras de informação, que devem cobrar transparência do setor privado.
Com o intuito de questionar o papel da mídia na propagação do conceito de responsabilidade corporativa, David Grayson, diretor do Doughty Centre for Corporate Responsibility (da Cranfield School of Management, no Reino Unido)  produziu o estudo Corporate Responsability and the Media.
Os negócios midiáticos têm gerado um profundo impacto nos mercados e sociedades onde estão inseridos por meio de sua habilidade (ou falta dela) para informar, educar e influenciar os demais agentes sociais.
Por meio de conteúdo próprio e também dos anúncios veiculados, exercem grande influência nos modelos de consumo e podem atuar como um agente fundamental para que o planeta siga o caminho do desenvolvimento sustentável. Porém, como em qualquer outro negócio, deve-se identificar onde há maiores impactos ambientais, sociais e de governança.
Segundo o Corporate Responsability and the Media, a discussão sobre o papel da mídia para promoção da responsabilidade corporativa inclui questões relacionadas à cobertura atual e futura do assunto, às responsabilidades corporativas da própria empresa de comunicação, o impacto de novas mídias na RS e as responsabilidades desse novo segmento.
De todas as matérias veiculadas atualmente sobre negócios que podem ser relacionadas à sustentabilidade, apenas uma pequena parcela utiliza termos que sinalizem a temática do assunto – o que, segundo o estudo, pode demonstrar a falta de importância e seriedade dada ao tópico, além da falta de conhecimento sobre a melhor maneira de comunicá-lo.
Textos que tratam de questões como o impacto das mudanças climáticas nos negócios e mesmo a cobertura recente e extensiva da crise financeira e do comportamento corporativo associado a ela, poderiam empregar informações mais explícitas e esclarecedoras para os leitores, envolvendo a temática da responsabilidade corporativa.
Segundo o Corporate Responsability and the Media, alguns críticos argumentam que os termos de RS devem ser limitados às páginas administrativas. Porém, é necessário que sejam identificadas as fraquezas nas mensagens dos meios de comunicação, como falta de clareza nas definições e excesso de complexidade, para que a cobertura do tema acrescente à discussão da sustentabilidade.
Confira aqui o estudo na íntegra.
BOX 1: Discussões pertinentes sobre a cobertura e inserção do conceito de RS na mídia

-O que conta como cobertura: Responsabilidade Corporativa como termo ou a abordagem efetiva do assunto?
-O que é entendido como expansão da cobertura: reportagem não-crítica ou discussão séria?
-Quais são os obstáculos para uma cobertura séria e como superá-los?
-Quais são as consequências da revolução da “nova mídia”?
-Quem policia a ética na nova mídia?
-Quem deve tratar da responsabilidade corporativa nos negócios midiáticos, especialmente quando há concentração de mídia?
BOX 2: Casos de repercussão que envolveram a responsabilidade corporativa de gigantes do mercado mundial
Adelphia
Fraude contábil e escândalo corporativo custaram cerca de US$ 60 bilhões aos investidores. A empresa concedeu empréstimos de US$ 2,3 bilhões à família Rigas, principal acionista.
Arthur Andersen
A empresa de auditoria contábil foi acusada de obstrução da Justiça por ter destruído 1,7 tonelada de documentos relacionados à Enron, empresa da qual era encarregada de verificar a regularidade das contas.
Cendant
Henry R. Silverman, CEO da Cendant, foi envolvido num escândalo contábil ocorrido na CUC International – empresa com a qual a Cendant havia se fundido.
Dynegy
Empresa de energia de Houston foi acusada de fraude e conspiração por uma série de transações que aumentaram seus lucros em 2001.
Enron
Conglomerado de energia que envolveu uma rede de cúmplices de diversos setores da economia em práticas contábeis duvidosas que aumentaram o volume de negócios do grupo e esconderam uma dívida de US$ 22 bilhões
Global Crossing
O grupo de telecomunicações é alvo de investigação formal do órgão regulador de mercado de capitais sobre suas práticas contábeis.
HealthSouth
Os altos executivos da empresa são acusados de fraude que contabilizam bilhões de dólares.
Merck
A companhia farmacêutica registrou receitas de US$ 14 bilhões da Medco – uma de suas subsidiárias – que nunca foram recebidas; o antiinflamatório Vioxx, um de seus principais remédios, se tornou um produto sob suspeita.
Parmalat
Falsificação de balanços anuais encobriu prejuízos de €14 bilhões da empresa.
Rite Aid
Protagonizou o escândalo financeiro mais relevante desde o caso Enron, republicando seus resultados para os anos fiscais de 1997, 1998 e 1999.
Tyco
O presidente da empresa foi acusado de sonegação de impostos e retirada de US$ 600 milhões da companhia; foi condenado por fraude fiscal e falsificação de provas.
Xerox
Uma auditoria interna encontrou um erro nos balanços – o que eleva as receitas da empresa para US$ 6 bilhões nos últimos cinco anos.
Worldcom
Fraude contábil de bilhões de dólares. Despesas foram registradas como investimentos e, em 2003, a empresa acumulava processos judiciais em 24 estados dos EUA, além de dívidas.

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