Em depoimento à Plataforma Liderança com Valores, Luiz Barretto, presidente do Sebrae, diz que não se pode imaginar um Brasil equilibrado ambiental, social e economicamente sem superar dois grandes desafios de sustentabilidade: o primeiro implica inserir mais pessoas no mercado e em melhores condições de vida; o segundo envolve introduzir uma série de eficiências de gestão, inovação e produtividade para tornar as micro e pequenas empresas mais competitivas.
“Tanto como consumidores quanto como empresários, precisamos entrar na agenda do século XXI: a da sustentabilidade”
Hoje, 44% dos jovens sonham em realizar seu próprio negócio. Para Barretto, é fundamental, portanto, aproveitar o que ele acredita ser uma tendência das novas gerações de incorporar mais facilmente os valores da sustentabilidade. Como ainda há muita desconfiança em torno do tema entre os pequenos empreendimentos, um dos grandes desafios do Sebrae está na comunicação.
“É preciso focar a discussão na certeza de que sustentabilidade dá lucro, aumenta a produtividade, faz a empresa ser mais inovadora, ajuda a descobrir novos nichos”
Segundo Barretto, o dia a dia das micro e pequenas empresas é fortemente pautado pelo custo-benefício. Em outras palavras, trata-se de transformar a sustentabilidade em vantagem competitiva.
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“O mercado é nosso aliado. Quando uma empresa vê o concorrente ganhando mais dinheiro com práticas de eficiência energética e gestão de resíduos, por exemplo, o cenário muda. A mudança de comportamento e de valores não deve acontecer somente no empresário, mas em todos os colaboradores e por toda a cadeia. Em um mundo cada vez mais globalizado, onde o cidadão exige uma nova postura da própria sociedade, dos governos e das empresas, quem entra primeiro nessa agenda tem mais chances de conseguir sucesso “
Segundo o líder, o Sebrae já apresentava uma agenda para a sustentabilidade, mas de modo disperso. No caminho de dar a ela unidade e também uma conotação de termo de referência, ele ressalta dois marcos: a criação do Centro de Sustentabilidade, em Cuiabá, cuja ideia é reunir cases de sucesso, realizar discussões e gerar conhecimento para a introdução das pequenas empresas em um debate que não pode ser exclusivamente das grandes ou só do governo; e a entrada e participação efetiva na Rio+20.
