Nenhum negócio será perene sem os valores da sustentabilidade

“Hoje, tenho uma definição simples para aquelas teorias que tanto estudei: perenidade dos negócios. O desenvolvimento sustentável é uma estrada da qual não há como sair e que não tem fim, pois sempre será preciso incorporar valores, crescer e melhorar”, destaca Antonio Joaquim de Oliveira, diretor executivo da Duratex S.A.

Antonio Joaquim de Oliveira, CEO da Duratex, em sua palestra na Plataforma Liderança com Valores, fala sobre sua trajetória na empresa, onde buscava incorporar os valores da sustentabilidade na estratégia do negócio.

Quando concluiu o curso de Engenharia Florestal, Antonio Joaquim de Oliveira julgava-se um profissional esclarecido, bem preparado, atento às ideias de desenvolvimento sustentável. Porém, o atual presidente da Duratex sequer imaginava formas de aplicar aquelas teorias no cotidiano de uma empresa.

“Ficava procurando oportunidades para colocar em prática aqueles belos conceitos, mas nunca encontrava”.

A primeira reunião com um de seus diretores surgiu como uma chance de falar sobre o tema, pois se tratava de uma conversa sobre os valores da companhia. Contudo, os princípios resumiam-se a: “lucro, sempre e em todas as operações”, lembra Oliveira.

Pouco tempo depois, o engenheiro já estava convencido de que nunca colocaria em prática seus conhecimentos sobre sustentabilidade. No início da década de 1990, quando a companhia iniciou a formulação de um novo planejamento estratégico, Oliveira notou que o programa não contemplava nada sobre externalidades.

“À época, era quase unânime pensar que, se estávamos numa empresa sólida, admirada e estável, não fazia sentido olhar para fora. Pensou-se assim até uma organização concorrente ter um projeto de bilhões inviabilizado por um agente externo”.

Os aprendizados de Oliveira poderiam, enfim, ser válidos. “Se não pensarmos nos stakeholders, também teremos problemas como esse no futuro”, conclui o engenheiro. Mas, naqueles anos – conta –, as empresas só enxergavam dois públicos de interesse: acionistas e clientes. Começaram, então, as discussões, mas “vender a ideia” era muito difícil.

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O empenho interno ganhou força quando surgiu uma demanda externa. Em 1994, um cliente importante sentenciou que, a partir do ano seguinte, só compraria os produtos da Duratex se a empresa apresentasse uma certificação florestal. Um movimento inédito no mundo, que mostrou à companhia a dimensão da sustentabilidade.

“Foi um grande aprendizado. Começou na unidade florestal e caminhou para toda a empresa”, afirma Oliveira. Nos anos 2000, o debate sobre o tema já fazia parte do cotidiano da companhia, mas, só em 2013, concluiu-se a Plataforma de Sustentabilidade da Duratex, responsável por alinhar objetivos e conciliar valores, por exemplo, de suas duas dimensões de negócio totalmente distintas: uma que fabrica torneiras e metais sanitários e outra que produz painéis de madeira.

“Hoje, tenho uma definição simples para aquelas teorias que tanto estudei: perenidade dos negócios. O desenvolvimento sustentável é uma estrada da qual não há como sair e que não tem fim, pois sempre será preciso incorporar valores, crescer e melhorar”.

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