Mobilidade urbana: uso da bike em São Paulo

Mudança na forma de locomoção poderia acrescentar cerca de R$870 milhões no PIB municipal por ano e reduzir em até 18% as emissões de CO2.
Itaú Unibanco investe em mobilidade urbana
Foto: divulgação

Não é novidade para ninguém que a bicicleta é um meio de transporte saudável, econômico e que proporciona um novo olhar para a cidade. Mas os impactos efetivos que ela traz para a sociedade, principalmente quando faz parte das políticas de mobilidade urbana, é algo que até agora não havia sido mensurado. É o que fizeram pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), a pedido do Itaú Unibanco, com o estudo “Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo”.

A partir de 1,1 mil entrevistas com moradores da capital paulista (ciclistas e não-ciclistas), o estudo mostra que, se parte dos deslocamentos feitos hoje na cidade de São Paulo com automóveis e ônibus fossem realizados por bicicleta, haveria ganhos de produtividade, saúde e redução da poluição.

Traduzindo em números: o PIB municipal poderia ter um acréscimo de R$ 870 milhões, haveria economia de R$ 34 milhões por ano no Sistema Único de Saúde e as emissões de dióxido de carbono poderiam ser 18% menores.

“Temos a mobilidade urbana como uma de nossas causas, e uma das frentes dessa nossa atuação é fomentar iniciativas que contribuam para a formulação de políticas públicas que promovam a bicicleta como meio de transporte”.

Luciana Schneider, Superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos

A pesquisa mostra ainda que, embora o potencial de impacto do uso da bicicleta em relação a meio ambiente, economia e saúde seja significativo, metade da população da cidade não demonstra nenhuma disposição de adotá-la como um meio de transporte cotidiano. Por outro lado, 31% da população estaria disposta a usar a bicicleta em seus deslocamentos cotidianos.

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Mobilidade urbana e Meio ambiente

Para mensurar os impactos ambientais, os pesquisadores do Cebrap identificaram os deslocamentos com automóveis e ônibus que poderiam ser substituídos por bicicleta, considerando como ‘viagens pedaláveis’ aquelas com até 8 quilômetros de distância (ônibus) e 5 quilômetros (automóveis) realizadas entre 6h e 20h por pessoas com até 50 anos de idade.

Desse modo, 31% das viagens de ônibus poderiam ser pedaladas, levando a uma diminuição de 8% do CO2 emitido por este meio de transporte. Considerando-se os deslocamentos realizados de automóvel, até 43% deles poderiam ser realizados de bicicleta, gerando um potencial de economia de 10% das emissões. Logo, se o potencial ciclável fosse atingido, poderíamos ter uma redução de até 18% da emissão de CO2 originárias dos transportes de pessoas na cidade de São Paulo. A partir da análise, concluiu-se que os ciclistas de São Paulo são responsáveis, atualmente, por uma redução de 3% de todo o CO2 emitido com transporte de passageiros na cidade.

Mobilidade urbana e Economia

Na economia, a pesquisa projeta o potencial aumento do PIB municipal levando em consideração o ganho de tempo no deslocamento. Se o potencial ciclável das viagens realizadas de automóvel e ônibus em São Paulo fosse aproveitado, haveria um acréscimo de aproximadamente R$ 870 milhões no PIB municipal por ano. Com base nas informações detalhadas de gastos mensais dos indivíduos, o estudo calculou o peso do item transporte na renda mensal.

A partir daí os pesquisadores estimaram quanto os indivíduos poderiam economizar caso utilizassem a bicicleta nas viagens pedaláveis em dias úteis. O impacto seria maior nas classes mais baixas, com economia de 14% na renda mensal (R$ 214, em média).

Laranjinhas pelo mundo

Hoje o banco é o único patrocinador de sistemas de compartilhamento de bicicletas no mundo que tem programas de dimensões internacionais. Hoje, mantém cerca de 8.300 bicicletas, somando 20 milhões de viagens e contribuindo para a melhoria dos deslocamentos em Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), além de cidades em Pernambuco (PE), como Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, e também em Santiago, no Chile.

O investimento do Itaú Unibanco na mobilidade urbana foi case da edição de 2019 do Líder 2030 Talks. Confira a vídeo-palestra de Luciana Schneider para compreender melhor essa causa:

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