Felicidade no trabalho, um caminho para a autorrealização

Para ex-CEO da Smiles, Leonel Andrade, o bem-estar nas organizações está diretamente ligado à sustentabilidade dos negócios

As pessoas passam a maior parte de seu tempo ativo no trabalho. E as tendências de atuação profissional, impulsionadas pelos novos modelos de negócio e o uso de tecnologias digitais, são trabalhar em períodos cada vez maiores – ainda que em formato de home office –, assumir mais responsabilidades, criar um relacionamento constante com o emprego e vincular cada vez mais a vida profissional com a pessoal.

Essa atuação profissional constante, isto é, que não se limita mais ao tempo presente no escritório, alinhada à falta de identificação pessoal com as atividades, cobranças em excesso e desmotivação, tem levado a enfermidades e distúrbios, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade, doenças já consideradas como “os males do século 21”.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, pela primeira vez, a Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças, lista de enfermidades que prevalecerão no mundo nos próximos anos. De acordo com o Ministério da Saúde, o transtorno consiste em um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, cuja causa é justamente o excesso de trabalho somado a situações desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

Segundo pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR), 32% dos trabalhadores brasileiros podem estar sofrendo desses distúrbios, o que corresponde a mais de 33 milhões de pessoas.

Além da questão de saúde, o elevado nível de estresse e insatisfação com o trabalho e, sobretudo, o mau relacionamento com colegas/líderes e o clima organizacional aumentam as taxas de turnover, ou seja, a rotatividade de funcionários em uma empresa. De acordo com dados de 2017 do Ministério do Trabalho, a taxa geral de turnover no Brasil chegou em 3,79, que é um percentual bastante elevado.

Segundo uma pesquisa do Grupo Deloitte nos EUA, 2 de cada 3 profissionais da Geração Y (nascidos entre as décadas de 1980 e 90) desejam mudar de emprego até o próximo ano, e um dos principais motivos é a insatisfação com o atual trabalho. Por quê? Porque os jovens profissionais têm buscado empresas cujos valores estejam alinhados com aquilo em que acreditam, com seu propósito de vida.

Para Leonel Andrade, sócio-fundador da Lavi Gente e Gestão e ex-CEO da Smiles, ser feliz no trabalho é essencial para a autorrealização, desenvolvimento pessoal e para prevenir doenças como depressão e Síndrome de Burnout.

Leonel aponta cinco comportamentos que conduzem o indivíduo a ser feliz na vida profissional:

  • proatividade
  • bom-humor
  • emotividade
  • empatia
  • gratidão

“Na prática, não importa onde você trabalha, pois estará sempre buscando a felicidade, e isso também depende da maneira como você a interpreta”

Para Leonel, o líder deve conduzir sua equipe guiado não só pela razão e focado nos negócios, lucratividade e produtividade, mas também pela emoção, respeito e empatia. Precisa saber equilibrar as dimensões do universo masculino e as do feminino. Esse é o líder do novo século. O líder capaz de influenciar os profissionais do novo século.

A partir do momento em que o líder passa a humanizar as relações profissionais, sobretudo com sua equipe, e equilibrar o tempo pessoal e profissional, os liderados se sentem mais motivados e confiantes, o que aumenta a produtividade e eficiência. Além disso, segundo pesquisa publicada no Journal Of Applied Psychology, um indivíduo feliz e com altos níveis de satisfação em seu emprego é mais cooperativo, propenso a ajudar os outros e se sente mais contente com seus resultados.

“Quem consegue promover a felicidade normalmente tem maior retorno e melhora a sustentabilidade do seu negócio”

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