A primeira edição do ESG para RH, promovida pela ABRH Brasil com o apoio da nossa Plataforma, Creditas, iFood, Bayer e Cia. de Estágios, reuniu, no final de abril, aproximadamente 400 participantes ligados ao universo de RH e gestão de pessoas. O encontro virtual teve como objetivo discutir como a ascensão do ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em português) demandará transformações da área de Recursos Humanos e a concepção e a execução de novas ações. A iniciativa, coordenada por Ricardo Voltolini, Diretor de Diversidade da entidade e CEO da Ideia Sustentável, contou com a presença da alta liderança de empresas como AES Brasil, Ambev, Bayer, Braskem, BRF, BTG Pactual, CVC, Vedacit, Vivo, entre outras.
Com 9 horas de conteúdo 100% online, o fórum ESG para RH, da ABRH Brasil, foi apresentado pelo Diretor de Inovação da associação, Cezar Almeida, e contou com feira de negócios virtual.
Temas relevantes para RH em ESG
Na palestra de abertura do evento, Cristina Palmaka, Presidente da SAP para América Latina e Caribe, destacou que o tema ESG está cada vez mais forte e as empresas devem trazer impactos positivos na sociedade. “Como líderes, temos que buscar e trazer ambientes saudáveis, e essas práticas devem permear a empresa no dia a dia de forma genuína. Temos que desaprender, deixar de fazer, para mudar e fazer melhor. Não temos todas as soluções para os problemas, mas temos que ter uma caixa sólida de ferramentas, uma combinação de aprendizados e valores para poder aplicar. A cultura inclusiva tem que ser autêntica e deve ressoar dentro das companhias”.
Em seguida, o primeiro painel contou com Marcelo Arantes Carvalho, Vice-presidente Global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Desenvolvimento Sustentável da Braskem; Niva Ribeiro, Vice-presidente de Pessoas na Vivo; Theo van der Loo, Fundador & CEO da NatuScience S.A; e moderação de Paula Domingues, Diretora de Pessoas e Sustentabilidade da CVC. Os executivos trouxeram para o debate os motivos que levam gênero e equidade racial serem elementos fundamentais para uma empresa ESG.
“Diversidade é um tema estratégico, que precisa ser patrocinado pela alta liderança. É fator crítico para o sucesso das organizações, que demanda coragem, firmeza, engajamento e, sobretudo, consistência”, ressaltou Niva Ribeiro. “Precisamos de menos estudos e mais ação para avançar. Está hora de fazer e aprender com os erros”, reforçou Theo Van Der Loo. “Para ser uma organização realmente inclusiva, o primeiro desafio do RH é olhar para dentro de casa. É preciso rever os processos internos de recrutamento e seleção e ter coragem para quebrar paradigmas”, complementou Marcelo Arantes
Na sequência, Marly Vidal, Diretora Executiva Gente e Gestão do Grupo Sabin; e Mariana Holanda, Diretora de Saúde Mental da Ambev, avaliaram as razões pelas quais, em tempos de ESG, as empresas precisam praticar um ‘novo cuidar’ de colaboradores, mais integral e mais atento à saúde mental. A moderação foi por conta de Sandra Gioffi, Diretora do CONARH.
Marly Vidal comentou que a companhia viveu intensamente o seu propósito organizacional de cuidar das pessoas por conta da pandemia. “Temos uma cultura de confiança, e fortalecemos um cuidado integrado, com todos os protocolos de segurança, com destaque para a segurança psicológica do colaborador. Trabalhamos para trazer o acolhimento, mesmo em tempos de distanciamento social. A liderança teve um papel fundamental nesse processo e o RH foi e está sendo um protagonista”.
“É essencial entendermos quais são práticas e símbolos do dia a dia que trazem a segurança psicológica. Precisamos influenciar a liderança a ser protagonista para rever todos os processos e olhar para as pessoas como seres integrais para fortalecê-las e fortalecer um ambiente de suporte”, afirmou Mariana Holanda.
No painel seguinte, Rosane Santos, Diretora de Sustentabilidade da Iguá Saneamento; e Cesar Souza, CEO do Grupo Empreenda, discutiram como fortalecer comitês de pessoas junto aos Conselhos de Administração e como criar políticas de remuneração baseadas em critérios de ESG. Leyla Nascimento, Vice-presidente de Relações Internacionais da ABRH Brasil, moderou a palestra.
Cesar Souza ressaltou que o ESG tem sido um tema presente no radar dos Acionistas, dos CAs e dos principais dirigentes das empresas, e precisa se posicionar como uma prioridade na agenda do RH. “O ESG veio para ficar, não se trata de um modismo passageiro. O selo ESG pode impactar a receptividade de uma empresa perante seus clientes, prestadores de serviços, parceiros e
quadro de colaboradores. Um dos critérios de avaliação de investidores passou a ser o grau de adesão e prática da empresa aos princípios ESG”.
“O ESG deve ter uma relação direta com todos os departamentos da empresa, para que essa agenda consiga ser colocada em prática. Para construir uma agenda ESG, você deve se articular com vários grupos de interesse para o negócio em torno de uma visão de longo prazo. Estamos falando de um processo cultural, mudar o mindset, com uma liderança comprometida com o tema e que tenha o ESG como um valor pessoal para si”, disse Rosane Santos.
As novas competências profissionais que precisam ser desenvolvidas para atender às necessidades de ESG entraram para o debate no painel 4. O tema foi abordado por Carlo Pereira, Diretor Executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU; Grazielle Parenti, Vice-presidente global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade e Presidente do Instituto BRF; Renato Biava, Diretor de Pessoas BU Brazil da Ambev; e Rafaella Dortas, Head de ESG no BTG Pactual. Na moderação, Sonia Consiglio Favaretto, especialista em Sustentabilidade e SDG Pioneer pelo Pacto Global das Nações Unidas.
Juntos, os líderes definiram as competências essenciais:
No último painel, o encontro foi marcado pela presença exclusiva de CEOs. Clarissa Sadock, da AES Brasil; Leonel Andrade, da CVC Tur; Marc Reichardt, da Bayer; e Marcos Bicudo, da Vedacit.
Após um dia inteiro de debates aprofundados sobre questões que envolvem ESG para RH, os executivos chegaram à conclusão de que a sensibilização da alta liderança para essa agenda tem que ser pela emoção, e que o desafio é transversal. A jornada da sustentabilidade é estratégica e de longo prazo, sendo necessário envolver todos da organização, colocando-os na mesma sintonia.
Os palestrantes destacaram ainda que a agenda de ESG tem que equilibrar o ambiental, o social e o econômico. O consumo não vai acabar, precisa se transformar e ser consciente. Além disso, a adoção da agenda de ESG exige a transformação da maneira de trabalhar. O diferencial competitivo não é mais a habilidade técnica, é o lado humano. Para finalizar, reforçaram que cuidar é muito mais importante que desfrutar.
Com informações da ABRH. Clique aqui e confira a reportagem na íntegra no portal da entidade.
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