Diálogo com stakeholders como ferramenta para a sustentabilidade

“Debates com transparência geram benefícios mútuos”, diz presidente da Votorantim Metais

Em sua palestra para a Plataforma Liderança com Valores, Tito Martins, diretor-presidente da Votorantim Metais, fala sobre gestão ambiental, diálogo com stakeholders e engajamento de colaboradores como ferramentas de sustentabilidade.

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“É um privilégio fazer parte de um grupo tão seleto como este. Meu primeiro sentimento ao ser convidado a integrar a Plataforma Liderança Sustentável foi de satisfação. O segundo, de surpresa. Porque percebi que realmente tinha algo a dizer”.

Durante 30 anos, o líder esteve constantemente ligado à área de mineração, uma das indústrias mais afetadas pelas legislações ambientais e de relacionamento social.

“Meu círculo de trabalho está ligado a uma pressão externa contra o negócio. As pessoas gostam de seus celulares, de seus aparelhos domésticos, seus carros, mas nem sempre se atentam para o fato de que a fabricação desses produtos requer extrações da terra. E fazer isso é muito difícil. Mais ainda da maneira correta”.

Segundo o líder, é preciso muito debate – à custa de muita transparência – para se chegar a um nível razoável de entendimento quanto ao que se procura obter, isto é, os potenciais benefícios dos recursos extraídos para a sociedade.

Após alguns anos de atuação interna, Martins viveu um verdadeiro choque ao voltar para o campo de operações e encarar o desafio de lidar com os anseios e necessidades dos colaboradores. Quando foi convidado a levantar recursos para manejo florestal sem sequer saber o significado daquilo, teve seu primeiro contato com o desenvolvimento das questões ambientais. Mais adiante, ao ver um megaprojeto ser interrompido devido a uma galinha roubada, aprendeu a importância da responsabilidade social.

“Eu integrava um projeto de milhões de dólares na Amazônia quando um grupo de quilombolas bloqueou a estrada de acesso e interrompeu a execução. O motivo? Dois funcionários terceirizados roubaram uma galinha de uma senhora da comunidade para comer. Parece banal, mas me fez entender que meu papel, como líder, era promover o engajamento entre colaboradores e moradores locais, para gerar compreensão e respeito mútuos. Se entendessem e respeitassem aquela cultura, o furto não teria ocorrido”

Já para a empresa a experiência ensinou: “Mais vale uma percepção e uma ação daquele que trabalha conosco do que uma palavra na parede”, disse o líder. Segundo ele, de nada adianta a companhia registrar seus valores e crenças se eles não chegarem de forma prática à força de trabalho, ao dia a dia. Na Votorantim, tal conexão é feita por meio das preocupações com segurança e integridade física dos colaboradores, que transmitem os mesmos cuidados às suas famílias.

Programas de redução de resíduos e de emissões, treinamentos e engajamento de comunidades do entorno também integram as ações estratégicas de sustentabilidade na empresa.

“Mais importante que os esforços técnicos, porém, é o agir com paixão, dedicação e transparência. Palavras não bastam. É preciso demonstrar”.

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