Cristiana Heluy | Algar Telecom: De dentro para fora – a disseminação da cultura de sustentabilidade

Cristiana Heluy, head de Comunicação e Sustentabilidade da Algar Telecom, fala sobre a importância do treinamento e engajamento de lideranças

Uma mudança cultural, principalmente no caso de uma companhia com mais de 60 anos de legado, não se faz de um dia para o outro. Ela exige planejamento claro, de longo prazo, com metas de onde se quer chegar e compreensão de que não é possível solucionar todas as questões de uma só vez. Tive essa clareza ao receber o desafio de transformar a Algar Telecom na empresa modelo em práticas ambientais no setor de telecomunicações. Até então, possuíamos uma atuação consistente, mas pautada na área de responsabilidade social, e iniciávamos a trajetória nas questões ambientais.

Nessa época, em uma viagem à Europa, a alta liderança da Companhia teve contato com o conceito de Green ICTs, a inspiração que levou ao início à jornada para a sustentabilidade. Assim, já começamos com um fator crítico para o sucesso: o engajamento do nosso principal líder, que deu todo o suporte necessário para a criação de uma área de sustentabilidade.

Saiba mais: O engajamento através de treinamentos customizados

Mas não demoramos a entender que uma equipe pequena teria um poder limitado – afinal, aquela não poderia ser uma missão centralizada, e sim um compromisso de toda a organização. Cientes disso, criamos um Comitê de Sustentabilidade, hoje composto por quase 70 representantes de todas as regiões de atuação da Algar Telecom. Vindos das mais diversas áreas, eles se tornaram os verdadeiros guardiões da sustentabilidade – monitorando indicadores, discutindo metas, conscientizando e colocando ações em prática nas suas regionais.

Percebemos, ainda, que para evoluir mais no desdobramento dessa cultura para todos os nossos associados – como chamamos os colaboradores – precisaríamos atuar conjuntamente com a área de Talentos Humanos. Isso porque estávamos de frente com um enorme desafio de comunicação: a necessidade de traduzir para cada área, dentro de contextos cheios de particularidades, quais eram os seus impactos e como poderiam contribuir para a sustentabilidade. Fugimos, então, do discurso pronto e investimos fortemente em treinamentos customizados, decisão que foi crucial para avançarmos rumo à mudança.

Analisando todo o caminho percorrido para a implantação da cultura de sustentabilidade, vejo que outros dois pontos de incentivo também foram bastante significativos. O primeiro, com foco no engajamento das lideranças, foi a decisão de que os líderes de áreas mais sensíveis tivessem objetivos ligados ao tema na sua remuneração variável semestral. Essa escolha foi uma das chaves para o “cascateamento” com as equipes. O segundo ponto partiu da consciência sobre a importância de reconhecer e dar visibilidade para as boas iniciativas. Fizemos isso elaborando uma premiação para as regionais mais sustentáveis – conquista que se tornou realmente almejada pelas unidades, dando um estímulo positivo muito relevante.

Servindo de base sólida para toda essa transformação cultural, porém, não poderia estar ausente a evolução na governança. Para avançar de forma consistente e integrada à estratégia e cultura corporativa, criamos indicadores que foram inseridos na rotina de análise corporativa da diretoria. A partir da definição de uma metodologia para monetizar os resultados dos projetos de sustentabilidade, passamos a mostrar mensalmente à diretoria o cálculo de quanto a empresa economiza sendo mais sustentável. Dessa maneira, estabelecemos um ciclo virtuoso de alta sensibilização, ganhando cada vez mais força para a implementação de ações.

É fato que já avançamos muito, mas um dos principais desafios que temos agora é romper as paredes da empresa e ir além, aumentando nossa influência sustentável de modo consciente, constante, multilateral. Desde o ano passado, temos intensificado essa influência positiva em nossa rede de relacionamentos, mobilizando os stakeholders em prol da mitigação de impactos ambientais e sociais em suas atividades. Nossas ações estão focadas em associados, clientes e fornecedores – mas por meio deles chegamos também a seus parceiros, filhos e familiares, vizinhos e comunidade. É assim que seguiremos transformando e disseminando a cultura de sustentabilidade, de dentro para fora.

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