Confira o roteiro de aprendizagem da vídeo-palestra de Fábio Barbosa

Saiba como utilizar a vídeo-palestra do guru da sustentabilidade, Fábio Barbosa, como ferramenta de formação de lideranças

Saiba como utilizar o depoimento do ex-presidente do Banco Real e do Santander como ferramenta de formação de lideranças

Fábio Barbosa foi nomeado presidente do Conselho de Administração do Santander em fevereiro de 2011. Desde 1996, era presidente do ABN Amro/Banco Real. Em 2008, com a aquisição do Banco Real, tornou-se presidente do Santander Brasil. Por seu reconhecido compromisso com a questão da sustentabilidade, teve sua trajetória retratada no livro Conversas com Líderes Sustentáveis, de Ricardo Voltolini, lançado em 2011, ano em que deixou o banco para assumir o cargo de presidente executivo do Grupo Abril.

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Temas abordados: (1) Inserção da sustentabilidade na empresa; (2) Ética; (3) Transparência; (4) Valores e Atitudes

Considerando os quatro grandes temas abordados, esta vídeo-palestra pode ser utilizada como material de apoio a empresas que estejam em situação de início de esforços de implantação do conceito de sustentabilidade na gestão de negócios. Também pode servir a discussões internas, no âmbito de comitês de sustentabilidade e programas de treinamento, focadas em Ética, Transparência, Valores e Atitudes.

No texto de cada tema, registramos algumas das principais Ideias (I) e Crenças (C) destacados pelo líder, fazemos uma correlação com um ou mais dos 10 Desafios de Gestão da Sustentabilidade (DGS) classificados por Ideia Sustentável(*) e ainda sugerimos, a título de orientação didática,  uma atividade de reflexão (AR). Ao final, elencamos Ideias-Chave (IC) e Desafios (D) propostos pelo líder. 

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10 Desafios de Gestão da Sustentabilidade: (1) Encarar os grandes temas; (2) Concentra-se no core business; (3) Entregar valor ao cliente; (4) Inserir na estratégia; (5) Inovar em processos e produtos; (6) Sustentar o discurso na prática; (7) Educar os stakeholders; (8) Contar primeiro aos funcionários; (9) Formar líderes; e (10) Romper com a inércia.

TEMA 1: Inserção da sustentabilidade na empresa

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(I) Investir num projeto social não isenta a empresa de responsabilidades. Fábio não acredita no que os americanos chamam de give back, na ideia de que “passar a caneta no cheque e a borracha na consciência” para uma doação “perdoa” todos os impactos negativos gerados pelo próprio negócio.

(I) Na visão do líder, pelo contrário, o que importa mesmo é identificar e eliminar-minimizar-compensar os impactos causados para todos  os públicos com os quais a empresa se relaciona. (DGS1) Este ponto de vista o guiou no começo da implantação do conceito de sustentabilidade no core do Banco Real, início dos anos 2000. Um dos primeiros desafios enfrentados foi refletir sobre se seria justo, segundo uma visão de sustentabilidade, continuar emprestando dinheiro para empresas madeireiras, que devastam a Amazônia. Optou-se por não mais financiar este tipo de negócio (DGS2). Houve pressão interna diante da perda de alguns clientes. Afinal, nenhum outro banco no mundo utilizava á época critérios não econômicos na análise do risco.

(I) Esta decisão, que incluía de forma inédita os critérios sociais e ambientais, mudou muita coisa no banco e abriu caminhos para repensar, sob a luz da visão de sustentabilidade, a relação com fornecedores, a redução de impactos ambientais diretos e indiretos, a diversidade e os direitos humanos, entre outros temas.

Crença (C): “No começo do processo me sugeriram sair com um folheto e uma palestra reforçando como as pessoas deveriam se comportar. Não acredito em nada disso. Ou as pessoas internalizam (o conceito de sustentabilidade) por meio da conscientização e externalizam em seus comportamentos aquilo em que acreditam ou ficamos brincando de criar regrinhas que, em algum momento, elas poderão não cumprir por não saberem a razão” (DGS7) (DSG8)

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Atividade de Reflexão (AR)1

Utilizando metodologia baseada em discussão em grupo, relato, exposição de ideias, síntese focada em consenso e elaboração, provoque o seu grupo de trabalho a construir respostas para as seguintes questões centrais relacionadas aos Desafios de Gestão da Sustentabilidade:

– Está claro para a empresa quais são os grandes temas de sustentabilidade relacionados ao seu core business? Se sim, quais são? Se não, quais deveriam ser? Os grande temas, vale lembrar, estão relacionados aos principais impactos sociais e ambientais gerados pela empresa.

– Desses grandes temas quais os que podem ser comunicados de forma a gerar valor na percepção de todos os públicos de relacionamento da empresa?

– Quais são os parceiros internos que devem ser envolvidos na busca de medidas de solução (eliminação/minimização/compensação)? Como envolvê-los? Como prepará-los para o desafio?

– Qual o primeiro passo para iniciar um processo efetivo de inserção da sustentabilidade na cultura e na gestão da empresa? Comitê interdepartamental? Desenho de uma Política? Elaboração de uma Estratégia? Inclusão dos grandes tema de sustentabilidade do Planejamento Estratégico da empresa?

TEMA 2: Ética

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O que é: estudo referente à conduta humana segundo as noções de bem e mal. Diz-se que um indivíduo (ou uma organização) é ético quando ele age de acordo com as normas e regras consideradas corretas.

Para Fábio, não existe nenhum dilema entre “fazer a coisa certa” e ter “resultados” no negócio. “É um falso dilema: dá mais certo fazer a coisa certa do jeito certo”, ressalta usando uma frase que virou a sua marca e bandeira do que ele define como a sua “causa”

O ex-presidente do Real apresenta, nesta palestra, uma definição irreverente sobre ética: “Não sei muito bem definir. Mas, penso, que se você puder comentar com seus filhos ou pais o que fez ao longo de um dia, deve ter sido ético. Se não puder, não deve ter sido”

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Atividade de Reflexão (AR) 2

Utilizando metodologia baseada em discussão em grupo, relato, exposição de ideias, síntese focada em consenso e elaboração, provoque o seu grupo de trabalho a elaborar respostas para as seguintes questões:

  • A empresa tem um Código de Ética? Se sim, quais os seus principais pontos? Eles são claros para 100% dos colaboradores? Que atitudes eles demandam de cada colaborador?
  • A empresa tem um Código de Ética? Se não, como iniciar um? Que pontos devem ser prioritariamente atendidos pelo CE? Que públicos devem ser envolvidos?

TEMA 3: Transparência

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O que é: clareza, cristalinidade, nitidez, pureza. Diz-se que uma pessoa – vale também para uma organização — é transparente quando não tem nada a esconder, se expõe com verdade, sem máscaras ou falseações.

Segundo Fábio, no mundo em que vivemos não cabe mais espaço para agir nos modos “on” e “off”, conforme conveniências e circunstâncias. “Estamos ‘on’ o tempo todo. As luzes estão acesas. Precisamos fazer coisas que podem ser explicadas. Cada vez mais as pessoas querem saber o que e como as empresas estão fazendo. Esta é uma tendência que veio para ficar.” (DSG6) 

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Utilizando metodologia baseada em discussão em grupo, relato, exposição de ideias, síntese focada em consenso e elaboração, provoque o seu grupo de trabalho a construir respostas para as seguintes questões:

  • Na avaliação do grupo, a empresa é transparente? Se sim, quais as evidências deste comportamento? Que ferramentas a empresa dispõe? Essas ferramentas são suficientes ou adequadas? Podem ser melhoradas?
  • Na avaliação do grupo, a empresa não é transparente? Por que não? Que ferramentas poderiam ser criadas para assegurar uma condição de maior transparência?

TEMA 4: Valores e Atitudes

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O que é: modo de proceder ou agir, comportamento, procedimento; propósito ou maneira de manifestar esse propósito; reação ou maneira de ser  em relação a determinadas pessoas, objetos ou situações

Neste vídeo, Fabio reforça sempre sua preocupação com as atitudes que são tomadas pelas pessoas no dia a dia. A necessidade de coerência entre discurso e prática é uma espécie de mantra da sua pregação. No caso das empresas, que enfrentam diferentes tipos de problema, ele se mostra especialmente atento a como elas estão reagindo diante dos dilemas. “Enquanto houver indignação, há esperança”, diz. (DGS10)

Crença (C): “Suas atitudes falam tão alto que não consigo ouvir o que você diz”, cita Ralph Emerson.

“Temos a mania de criticar o outro sem olhar ao nosso redor. Toleramos pequenos delitos mas apontamos o dedo para o erro do outro. Se cada um de nós cuidar do seu redor, a somatória já resolve o problema”

Fabio desaprova com veemência o que chama de “atalhos.” E defende que cada um de nós precisa encontrar um caminho compatível com os nossos melhores valores pessoais, uma trilha para fazer as coisas certas com bons resultados, que (ainda que mais longo) nos leva mais longe e nos proporciona maior tranquilidade de consciência.

“Em sustentabilidade, estamos remando a favor da correnteza. Ainda há muito a fazer, é verdade. Mas as pessoas estão cada vez mais conscientes do seu papel. Não sei se deixaremos um mundo melhor para os nossos filhos, mas certamente deixaremos filhos melhores para o nosso mundo”, destaca, fazendo referência a um nível mais elevado de consciência socioambiental por parte das novas gerações.

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Atividade de Reflexão (AR) 4

Utilizando metodologia baseada em discussão em grupo, relato, exposição de ideias, síntese focada em consenso e elaboração, provoque o seu grupo de trabalho a construir respostas para a seguinte questão-chave: Que atitudes são valorizadas na empresa? Dessas atitudes quais têm relação direta com sustentabilidade? Quais têm relação direta com os valores da empresa? Quais têm relação direta com os valores pessoais de cada uma das pessoas do grupo

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Ideias-chave (IC)

Sustentabilidade é “dar certo fazendo as coisas certas do jeito certo”

É falso o dilema de que não é possível ser ao mesmo tempo rentável e sustentável (DSG4)

Sustentabilidade deve estar na estratégia de valor da empresa (DSG3)

Sustentabilidade tem tudo a ver com inovação e qualidade (DSG5)

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Desafios (D)

Construir um processo de mudança profunda, de “dentro para fora”, envolvendo todos os funcionários e criando uma cultura de sustentabilidade baseada na liderança pelo exemplo, na coerência e na gestão de valores. (DSG 2,4 e 9)

Conceituar, definir uma visão clara e fazer com que todos os colaboradores se apropriem da sustentabilidade nas práticas do dia a dia. (DSG 3,7 e 8)

Inserir a sustentabilidade de modo transversal (em todas as áreas e não apenas numa área específica), apostar na educação e construir um movimento de cultura de longo prazo. (DSG 4,7 e 9)

Bibliografia Recomendada

Conversas com Líderes Sustentáveis, Editora SENAC-SP (2011), autor: Ricardo Voltolini

Capítulo Fábio Barbosa (A Coerência emblemática/pagina 105 a 122)

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