Andreia Dutra | Sodexo: O papel de cada um de nós na construção de um mundo mais justo

16 de dezembro de 2019

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Andreia Dutra | Sodexo: O papel de cada um de nós na construção de um mundo mais justo - Ideia Sustentável

“É importante frisar que quando você empodera uma mulher, você muda o mundo. Espero que, em 20 anos, tenhamos menos batalhas e que toda mulher possa ser aquilo que deseja”. A frase da famosa estilista e empreendedora belga Diane von Furstenberg sintetiza um pouco o que eu acredito e desejo: que em um futuro próximo, a equidade de gênero não precise ser tão debatida, esperando 217 anos para ser real (segundo dados do Fundo Monetário Internacional), e que o feminismo seja visto como algo natural.

Nesse mundo hiperconectado e em constante transformação que vivemos, a maneira como empresas e líderes se relacionam com as comunidades onde atuam precisa também estar em evolução continuamente. É preciso olhar para as importantes causas e gerar conteúdos para discussões, mudança e principalmente crescimento.

Hoje, gerar valor é mais do que produzir um produto ou entregar um serviço. É ouvir e entender as necessidades das pessoas e incorporá-las ao negócio. Por isso, quando as empresas apoiam, de maneira legítima, causas e interesses da sociedade como o respeito e a promoção da diversidade, estabelece-se uma relação humanizada e de confiança.

Acredito, apoio e defendo a diversidade e o respeito às pessoas. Neste sentido, cada um de nós é um importante agente de transformação, que promove o desenvolvimento humano e permite a igualdade de oportunidades para todos.

Ao longo da minha carreira, tive e tenho a oportunidade de fazer parte de movimentos comprometidos com a participação feminina no ambiente corporativo. Eu me deparei com histórias de mulheres que foram as primeiras a assumir cargos de liderança e de todas as dificuldades que enfrentaram para estarem em suas posições. Olhando mais atentamente a participação da mulher no mercado de trabalho, percebi que o gênero não deve definir a capacidade de ninguém, por isso eu luto para garantir a criação de um ambiente justo, que atrai, retém e desenvolve pessoas, e não vê barreiras para que mulheres cresçam profissionalmente e também se tornem líderes.

Cerca de 30 milhões de mulheres são chefes de seus lares no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e dados do Sebrae citam que 34% dos negócios no Brasil são liderados por mulheres. Além disso, uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que as mulheres chegam a gastar até 90% de sua renda com alimentação, saúde e educação para suas famílias. Dessa forma, torna-se claro que é fundamental o apoio à atuação delas em posições que antes eram destinadas apenas para os homens.

Hoje, estou como diretora-presidente de uma das maiores empresas de serviços do mercado e tenho muito orgulho de representar uma companhia que compartilha dos mesmos valores que eu tenho e acredita que a equidade de gênero é inerente ao princípio da igualdade entre homens e mulheres, pois entende que todos os seres humanos, independentemente do sexo, são livres para desenvolver suas habilidades pessoais, suas carreiras profissionais e fazer escolhas sem as limitações estabelecidas por estereótipos, papéis rígidos de gênero e preconceitos.

Não podemos esquecer que empoderamento feminino é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres, garantindo que possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos. Estamos falando aqui de uma consciência coletiva que constrói uma sociedade que promove para a mulher o seu espaço, seja de fala ou mesmo no mercado de trabalho e na política. Afinal, as mulheres precisam entender que são capazes, para então poder começar a fazer mudanças.

Estou aqui falando de encontrar espaço para as mulheres; no entanto, ainda vivemos em um mundo em que elas são assassinadas, simplesmente, por serem mulheres. Infelizmente, o Brasil caminha para liderar o ranking mundial da violência contra mulher. Tal situação representa uma das principais formas de violação dos direitos humanos das mulheres. Mais do que isso, trata-se de algo estruturante da desigualdade de gênero.

Um levantamento do Datafolha e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontou que, em 2018, 1,6 milhões de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Entre os casos de violência, 42% são de violência doméstica, seja ela física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual. Isso coloca, lamentavelmente, nosso país na quinta posição no ranking de feminicídio mundial, atrás de países como El Salvador, Guatemala, Colômbia e Rússia. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a cada 15 segundos, uma mulher sofre agressão. As estimativas são alarmantes e apontam que uma mulher é assassinada a cada uma hora e meia.

É inadmissível, em pleno século 21, que a violência, especialmente contra as mulheres, faça parte do cotidiano das pessoas. De fato, o ciclo de violência precisa ser quebrado, e sabemos que a empregabilidade e autonomia financeira são importantes pontos de partida nesta luta.

Neste sentido, tenho orgulho de dizer que a Sodexo faz parte do Programa Tem Saída, uma iniciativa advinda da parceira do Ministério Público, Prefeitura de São Paulo, Defensoria Pública, ONU Mulheres e diversas empresas do setor privado, que viabilizam vagas de emprego para mulheres em situação de violência, promovendo a sua inserção no mercado de trabalho.

Após passar por um acompanhamento, a mulher é encaminhada para participar de uma seleção de emprego. As candidatas passam por processo diferenciado, com apoio da equipe técnica da Prefeitura e das áreas de recursos humanos das organizações parceiras. Além disso, todos os envolvidos recebem treinamento específico para atender as mulheres vítimas de violência.

Também apoiamos a Coalização Empresarial pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas. A iniciativa, que atua alinhada com os Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU Mulheres e do Pacto Global, tem como objetivo engajar líderes do setor privado no compromisso voluntário de influenciar ações de combate ao problema, como o desenvolvimento de atividades de capacitação para o enfrentamento da violência doméstica, a implementação de políticas contra o assédio sexual e a promoção de campanhas internas contra a agressão feminina.

Hoje, gerar valor é mais do que produzir um produto ou entregar um serviço. É ouvir e entender as necessidades das pessoas e incorporá-las ao negócio.

São temas como este que me fazem ter certeza do quanto o empoderamento tem ainda grande importância. Não estou falando apenas de uma ideia a ser divulgada, mas sim, da criação de consciência e apoio à causas e ações que promovam a equidade de gênero e igualdade social.

Enquanto líderes, servimos de modelo para diversas equipes; por isso, busco estimular, apoiar e incentivar constantemente a equidade de gênero dentro e fora da Sodexo. Acredito que nossas atitudes têm o poder de equalizar as diferenças entre homens e mulheres estabelecidas há tanto tempo na sociedade e no ambiente corporativo.

E, nesse sentido, o primeiro passo é mudarmos hábitos que temos no dia a dia junto às mulheres que convivemos, como compartilhar conhecimento, especialmente com as mulheres mais jovens e com menos experiência, ou reconhecer as que têm um bom desempenho. Na Sodexo, promovemos a sororidade e sugerimos que cada colaboradora atue em prol da propagação desta atitude.

Mas a atuação com mulheres, especialmente em situação de violência doméstica, é apenas uma das vertentes do nosso trabalho em diversidade. Ainda há muito a se fazer para termos uma sociedade melhor e mais justa! Tenho certeza que cada um de nós tem um importante papel nessa construção.

Descubra como podemos ajudar sua empresa a ser parte da solução, não do problema.

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