Aceita esta caneta: o poder de decisão de um líder

Sonia Favaretto, presidente da Rede Brasil do Pacto Global, fala sobre a importância da liderança na tomada de decisão a favor da Agenda 2030

“Cada 0,1 grau importa. Juntos, podemos evitar uma catástrofe climática.” Com esse mote, o Pacto Global – iniciativa criada pela ONU para incentivar empresas do mundo todo a adotar práticas de sustentabilidade – lançou a campanha #AceitaEstaCaneta, em que incentiva CEOs a usarem seu poder de decisão e assumirem publicamente um compromisso contra o aquecimento global e pela Agenda 2030 nas organizações.

A proposta da campanha consiste em mobilizar empresas a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. A meta é limitar o aumento da temperatura global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o planeta já apresenta um aumento de 1ºC em sua temperatura em comparação com o período anterior à industrialização. Se a tendência continuar, até o fim do século a temperatura do planeta poderá estar 5º mais elevada. Ainda segundo a OMM, mesmo se todas as metas do Acordo de Paris forem cumpridas, o planeta ainda poderia esquentar em 3ºC até o ano de 2.100.

A campanha do Pacto Global é focada na alta liderança por focar no poder de tomada de decisão. Para Sonia Favaretto, presidente da Rede Brasil do Pacto Global, essa campanha tem um simbolismo especial, tornando-se uma bandeira que ela carrega consigo.

Sonia, em toda sua vida profissional, desde sua formação como jornalista até em suas atividades como líder de grandes empresas – e agora como presidente do Pacto Global no Brasil – encontrou na caneta, um objeto tão simples e comum, um símbolo poderoso para melhorar o mundo. Para um jornalista, personagem essencial para a manutenção da democracia, a caneta é ferramenta que comunica, informa e educa a sociedade a respeito de temas de interesse público – inclusive, pode também levar ao conhecimento dos cidadãos dados e informações sobre o aquecimento global e suas consequências. Para um líder, a caneta representa a tomada de decisão. Com uma assinatura, ele determina ações corporativas que têm potencial de impactar de forma significativa a sociedade e o planeta, seja positiva ou negativamente.

Sonia Favaretto foi vice-presidente da Rede Brasil do Pacto Global de 2017 a junho de 2019, quando assumiu a presidência. Seu ativismo pelos ODS, contudo, vem de antes de sua atuação como liderança do Pacto. Em 2016, Sonia Favaretto foi eleita entre os primeiros líderes SDG Pioneer, reconhecimento da organização a executivos pioneiros na sustentabilidade, que atuam pela promoção da Agenda 2030. De 2016 a 2019, 39 líderes mundiais já foram reconhecidos como SDG Pioneer, sendo quatro deles brasileiros.

“O que é ser uma pioneira? ‘Palavra usada para descrever alguém que é o primeiro a abrir caminho através de uma região mal conhecida’, define um dicionário. Desbravador, descobridor, aquele que prepara os resultados futuros. Bom, tem a ver, sim, com o que faço em sustentabilidade há quase duas décadas. Então me sinto um pouco mais confortável nesse belo rótulo, me acomodo um pouco mais dentro dessa “fantasia”, consigo carregar um pouco mais esse importante título”

Sonia Favaretto, em crônica publicada após ser reconhecida como SDG Pioneer

Sobre a responsabilidade do líder em tomar decisões que favoreçam o planeta e a humanidade, Sonia afirma que é grande; porém, recompensadora. Em sua crônica, ela recomenda que o líder olhe para si mesmo, para seus gestos e falas e reveja seus comportamentos e seu modo de fazer negócios. Para ela, não basta abraçar a causa solitariamente. O líder precisa inspirar outras lideranças a fazer o mesmo e multiplicar pioneiros pela sustentabilidade, sejam estes reconhecidos ou não pela ONU. E esta é a missão de #AceitaEstaCaneta, uma bandeira defendida por Sonia antes mesmo de a campanha ser criada.

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