Objetividade orientada por propósitos

20 de outubro de 2009

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O pragmatismo brindou as discussões da 11ª Conferência do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade. Sem perder de vista questões globais como a crise financeira e mudanças climáticas, a pauta foi conduzida de modo a selar compromissos, fazendo a difícil ponte entre a sustentabilidade e as questões cotidianas.
O ponto alto dessa estratégia se deu com o manifesto de empresários e integrantes da sociedade civil na quinta-feira, último dia do evento, contra a MP 458 da regularização fundiária. O grupo pediu o veto a três artigos da MP, conforme requerido na Carta Aberta da Senadora Marina Silva já encaminhada à Presidência, e a adoção da agenda ambiental como central na estratégia do desenvolvimento social e econômico do Brasil.
A iniciativa contou com o apoio de diferentes atores que incluíam desde grandes redes varejistas brasileiras a organizações de defesa da Amazônia. Esse engajamento sugere um avanço na discussão das questões socioambientais a partir da superação de diferenças para construção de uma agenda positiva.
A maturidade na discussão também pôde ser percebida nas intervenções do público, que demonstrou, inclusive, ansiedade em relação à postura dos governos e empresas diante de temas como a regulação do sistema financeiro internacional, além de soluções capazes de orientar o desenvolvimento e o consumo a novos padrões baseados na sustentabilidade.
A fim de avançar na discussão de um novo modelo econômico que contemple também aspectos ambientais e sociais, a Conferência Ethos tomou como ponto de partida o Processo de Marrakesh. Trata-se de uma resposta ao Plano de Implementação de Johanesburgo (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável/Rio+10 – 2002). A iniciativa tem como foco desenvolver um conjunto de programas que apoie iniciativas regionais e nacionais para construir e apoiar padrões de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS).
Alinhado a esse debate não poderia deixar de emergir a questão da responsabilidade do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono diante da proximidade da Conferência do Clima, a ser realizada em Copenhague, no mês de dezembro.
Nas discussões da Conferência Ethos, ficou claro que a questão das mudanças climáticas é hoje a agenda que mais consegue integrar aspectos econômicos, ambientais e sociais, dada a própria natureza transversal do fenômeno. No entanto, o tema ainda não ocupa o centro das estratégias de governos, nem mesmo a de grande parcela da população.
Pela sua representatividade política e pelo potencial natural de que dispõe, o Brasil têm condições de assumir uma postura mais pró-ativa nas discussões para um acordo climático global. Ao deixar de desempenhar esse papel, o País não só estará abrindo mão de sua responsabilidade, como poderá, mais uma vez, perder o bonde da história. O desafio está posto e o exemplo também, uma dose de pragmatismo com certeza vem a calhar.

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