Indivíduo Sustentável: O Princípio do Comportamento Adaptativo

11 de julho de 2013

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Indivíduo Sustentável: O Princípio do Comportamento Adaptativo - Ideia Sustentável

Por Rodrigo Teixeira de França

A degradação do meio ambiente e da instituição familiar atrelada ao cotidiano imediatista, consumista, de alta competitividade, que busca implacavelmente o capital, somada à leniência governamental, fomenta a união dos indivíduos em prol de sociedades mais justas, modernas e sustentáveis.

O século XX foi sem dúvida o mais importante e expressivo da humanidade. Numa abordagem sistêmica, a consequência deste desenvolvimento gerou e continua gerando problemas sérios não só para a qualidade vida das pessoas, mas, principalmente, para a continuidade da espécie humana na Terra – como indicam pesquisas desta década.

Exercitar a visão sistêmica e a autoconsciência num paralelo com as premissas do desenvolvimento sustentável – ambientalmente correto, culturalmente diversificado, socialmente justo e economicamente viável –, da Teoria Geral do Sistema, Biologia, Psicologia e Sociologia, no mínimo, permitirá que as pessoas se desenvolvam muito além do fator econômico, podendo abranger também âmbitos como o cultural, ambiental, social, físico, mental e espiritual.

O ser humano deu um salto incalculável rumo à evolução da espécie, explorando a capacidade da inteligência, armazenando conhecimentos e buscando outros. Dessa forma, transformou a divina propriedade do pensar no seu maior legado frente ao aquecimento global num mundo onde o valor está na aquisição das “coisas” e não no valor do indivíduo.

Ao refletirmos sobre todas as coisas importantes que o homem inventou, criou e descobriu no campo da ciência, da medicina, da tecnologia, da física, da química, perguntamos: por que não fomos capazes de prever as consequências destas conquistas?

Assim, devemos começar a exercitar a resiliência e a adaptação da mente, pois fomos capazes de criar muitas coisas boas e outras tantas ruins; contudo, se continuarmos avançando na rota contemporânea do consumismo desenfreado, teremos já assinado o testamento para as próximas gerações, deixando uma verdadeira herança maldita de escassez de recursos naturais e severas mudanças no clima.

Devemos revolucionar a espécie humana. Se não ousarmos resignificar os atuais padrões comportamentais, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.

Ao focar somente nos cifrões, na vaidade, no individualismo e no materialismo, o homem transformou seu habitat, não percebendo que a natureza é um só sistema e – o que é pior – esqueceu-se de si mesmo, da sua essência divina, do seu estado natural.

O que devemos propor a nós mesmos é a transformação de cada “eu” e, para que isso se torne possível, é preciso internalizar o seguinte pensamento: “Antes de o indivíduo ser um bom profissional ou consumidor, ele tem que ser uma boa pessoa.”

Pesquisas biológicas realizadas nos Estados Unidos comprovam que, se uma célula pode ser controlada pelo ambiente que a cerca, nós, os seres humanos com trilhões delas, também podemos ser controlados. Desse modo, o destino da vida é determinado não por nossos genes, mas pelas respostas aos sinais do meio ambiente que impulsionam e controlam todos os tipos de vida.

Daí a importância do homem abster-se uma vez por semana do cotidiano estressante, volátil e insensível, caminhando rumo à sintonia harmoniosa junto ao meio ambiente–natureza; e, ao mesmo tempo, cabe ainda ao gestor de pessoas levar seu contingente a outras formas de exercitar sua própria sustentabilidade, por meio da autoavaliação, autoconsciência e resignificação no estilo de vida.

A essência biológica da vida não apenas confirma a importância da energia do ambiente ao nosso redor como demonstra, sem dúvida alguma, que o homem tem a capacidade de se apegar ao cotidiano e defendê-lo fielmente.

Normalmente, palestrantes e até mesmo grandes consultores e profissionais de diferentes áreas falam sobre a questão da criatividade e inovação – mais especificamente, questionam ou divagam sobre a falta de profissionais criativos e/ou inovadores em suas gestões, empresas e mercado nacional. Será isso mesmo uma verdade?

O mais famoso festival de criatividade do mundo, o Cannes Lions, tem o Brasil como um dos países mais vitoriosos; então, por que é que falta tanta criatividade e inovação na indústria e nas empresas? Qual será o segredo das agências nacionais de propaganda e publicidade para tanto sucesso em criatividade?

O segredo de tantos prêmios de ouro das agências nacionais está na combinação entre o ambiente organizacional e o indivíduo, pois o nosso sistema nervoso, aliado ao extraordinário cérebro é uma prova contundente de que a consciência é mais complexa do que o simples universo celular.

Por isso, quando nossa mente se concentra em determinado assunto (novos produtos), situações ou objetos, capta involuntariamente os sentimentos do ambiente (clima organizacional, layout laboral, tipo de gestão e até mesmo o perfil de liderança) de maneira mais abrangente do que as células, o que atribui à ideia de que o homem pode alterar seu destino, modificando suas crenças no positivo ou negativo.

Em outras palavras, o que os olhos veem o cérebro sente e processa e, desse modo, a percepção ao ambiente induz o comportamento humano. Qual é a percepção que temos do cotidiano? Das empresas onde trabalhamos? Da família contemporânea? Da natureza, da sociedade, da política, das escolas ou até de nós mesmos?

Contudo, buscar realizar comportamentos adaptativos sustentados nos estudos biológicos é abrir caminho para a construção de I.S’s, isto é, indivíduos sustentáveis (individual sustainable). Dessa forma, o sucesso contemporâneo inicia-se pelo ambiente, passa pelas pessoas e termina na sociedade. Entender essa lógica sistêmica é aceitar o compromisso de um mundo melhor consigo mesmo, de forma que cada pessoa busque meios para alcançar patamares superiores de inteligência, resiliência, criatividade, respeito, diligência, saúde e paz, pois o desenvolvimento sustentável é um fim em si mesmo.

Rodrigo Teixeira é administrador, especialista em gestão de pessoas, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas pela FAAP- SP, diretor-presidente do Instituto I.S. de Desenvolvimento e Sustentabilidade Humana, coordenador geral do Fórum Valeparaibano de Mudanças Climáticas, Membro do Grupo de Ética e Sustentabilidade do Conselho Regional de Administração de São Paulo, Membro da Sociedade Brasileira de Progresso a Ciência (SBPC) e Conselheiro Consultivo do Departamento de Ação Regional Sesi-Senai (DEPAR). Atua em consultorias estratégicas, de responsabilidade social corporativa e empresarial, coaching, t&d e sustentabilidade, com foco na inovação, criatividade e alto desempenho humano, desenvolvendo e prestando serviços para grandes empresas (www.is.org.br | [email protected]).

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